Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,46%, e 1,04%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a CVM e o CDP, uma das principais plataformas independentes de divulgação ambiental do mundo, anunciaram uma parceria inédita de troca de dados para aumentar a transparência e acelerar a divulgação de relatórios ambientais por parte das empresas – de forma geral, o CDP fornecerá a CVM dados climáticos alinhados ao padrão climático do ISSB (IFRS S2) de cerca de 1.100 empresas brasileiras; e (ii) o diretor-executivo de transição energética da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou ontem que a estatal tem dedicados US$ 11,5 bilhões em investimentos em energias renováveis, 11% do total de investimentos – o executivo destacou que a empresa já reduziu em 40% suas emissões absolutas de gases de efeito estufa e em 70% suas emissões de gás metano.
• Ainda no país, a ISA CTEEP anunciou apoio a um novo projeto REDD+ para a preservação de 40 mil hectares da floresta amazônica nos municípios de Feijó e Tarauacá, no Acre - a iniciativa visa à geração de créditos de carbono para a redução de emissões e faz parte da expansão do “Conexão Jaguar”, um programa de conservação da biodiversidade e desenvolvimento de comunidades locais na América Latina.
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Brasil
Empresas
CVM e CDP anunciam parceria inédita para acelerar a conformidade climática no mercado de capitais
"A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o CDP, única plataforma independente de divulgação ambiental do mundo, anunciaram uma parceria inovadora de dados para agilizar os relatórios ambientais corporativos no Brasil. A colaboração marca um passo significativo, conforme o Brasil faz a transição para divulgações climáticas obrigatórias com base nos padrões do ISSB (International Sustainability Standards Board). Será um primeiro caso de dados divulgados ao CDP sendo enviados diretamente a um regulador, apoiando o monitoramento dos desafios e efeitos na adoção das regras, bem como a construção de conhecimento para a atividade de supervisão da Autarquia. O CDP fornecerá a CVM dados climáticos de aproximadamente 1.100 empresas brasileiras, incluindo empresas que representam 86% do mercado de capitais do país. Os dados, alinhados ao padrão climático do ISSB (IFRS S2), serão usados para facilitar o cumprimento da nova estrutura de divulgação obrigatória do Brasil. Isso segue a recente decisão da CVM de adotar as normas do ISSB, com relatórios voluntários começando em 2024 e a conformidade obrigatória entrando em vigor em 1º de janeiro de 2026. Como principal parceiro global de divulgação climática do ISSB, a divulgação climática do CDP usa o padrão climático do ISSB como linha de base fundamental. A parceria avança no modelo de divulgação ambiental conhecido como "escreva uma vez, leia muitas", aliviando significativamente a carga de relatórios das empresas brasileiras. As empresas que já divulgam por meio do CDP terão automaticamente seus dados alinhados ao IFRS S2 reconhecidos pela CVM, criando uma conexão perfeita entre os padrões internacionais e os requisitos regulatórios locais."
Fonte: gov.br; 19/09/2024
Com fundo de US$ 100 mi, Pátria cria vertical de investimento climático
"Com US$ 43 bilhões sob gestão, o Pátria Investimentos acaba de criar uma vertical dedicada a investir em ativos ambientais. A primeira iniciativa é o lançamento de um fundo de reflorestamento, com o qual planeja levantar US$ 100 milhões. “Não vamos parar em reflorestamento, vamos ampliar o escopo de fundos ligados à agenda climática”, diz Pedro Faria, sócio do Pátria, ao Reset. O Reflorest Fund fará jus à estratégia pela qual a gestora é reconhecida: o investimento em ativos alternativos. Diferentemente de outros fundos, que costumam focar no reflorestamento da Amazônia, o Pátria vai colocar dinheiro na Mata Atlântica. O bioma foi escolhido por ser o mais degradado (71% da floresta tropical nativa foi desmatada, segundo o Inpe) e por estar perto das maiores cidades do país, com ampla infraestrutura de logística. Também é o único bioma a ter uma norma específica, a Lei da Mata Atlântica, de 2006. O plano é comprar terras degradadas e combinar duas atividades nelas: restaurar a floresta com árvores nativas (como ipê e pau-rosa) e exóticas (mogno africano), além de cultivar plantações como a de cacau e café. Com isso, o fundo espera ter renda da venda de créditos de carbono, madeira de alto valor e produtos agrícolas. Segundo Faria, essa diversificação é uma forma de reduzir o risco da tese de investimentos. “Há o modelo que é o restauro ecológico puro, em que a única fonte de receita é o crédito de carbono, e tem o modelo do restauro ecológico produtivo, que aí tem a madeira, o café, o cacau, a juçara e a própria terra.” A meta da gestora é retornar dinheiro aos investidores em 15 anos, com rendimentos anuais de até 12% em dólares."
Fonte: Capital Reset; 19/09/2024
Petrobras assina parceria com TGS para desenvolvimento de novas tecnologias
"A Petrobras e a TGS, empresa norueguesa de sísmica, assinaram um memorando de entendimento para pesquisas avançadas e o desenvolvimento de novas tecnologias. O objetivo é tornar a exploração e a produção de petróleo e gás mais eficiente e sustentável, alinhadas às metas de redução de emissões de carbono. O documento estabelece a criação de grupos de trabalho conjuntos, e projetos de pesquisa e desenvolvimento. A expectativa é que os estudos gerem maior conhecimento sobre as bacias sedimentares brasileiras. “Acreditamos que esta parceria pode alavancar tecnologias na área da geofísica, aumentando a nossa eficiência operacional e acelerando a exploração e o desenvolvimento de recursos energéticos, de maneira segura e ambientalmente responsável”, afirmou a diretora de Exploração e Produção da petroleira, Sylvia dos Anjos. O CEO da norueguesa, Kristian Johansen, também celebrou a colaboração.“É uma honra trabalhar ao lado da Petrobras em iniciativas técnicas tão importantes. A combinação de nossa expertise em aquisição e processamento de dados, juntamente com as capacidades operacionais da Petrobras, promete resultados significativos para a indústria de energia brasileira”, disse."
Fonte: Eixos; 19/09/2024
ISA CTEEP apoia novo projeto de créditos de carbono para preservação de 40 mil hectares na Amazônia
"A ISA CTEEP, companhia de transmissão de energia do Brasil, anunciou apoio a um novo projeto REDD+ para a preservação de 40 mil hectares da floresta amazônica às margens do Rio Muru, nos municípios de Feijó e Tarauacá, no Acre. A iniciativa visa à geração de créditos de carbono para a redução de emissões e faz parte da expansão do “Conexão Jaguar”, um programa de conservação da biodiversidade e desenvolvimento de comunidades locais na América Latina, com foco na recuperação e conexão do habitat da onça-pintada. Com atuação desde 2019, o programa já alavancou ações na Colômbia, no Peru e, no Brasil, esteve à frente do primeiro projeto REDD+ certificado no Pantanal, realizado pelo Instituto Homem Pantaneiro. Ana Carolina David, gerente de comunicação e sustentabilidade da ISA CTEEP, contou à EXAME que o primeiro 'case' foi um sucesso e que a meta agora é avançar para que o programa alcance 20 iniciativas de conservação na região até 2030. Em expansão no Brasil, desta vez o bioma escolhido foi a Amazônia, e a preservação da área é realizada por meio de um aporte de R$ 1,2 milhão em um fundo da gestora de investimentos brasileira Perfin. “Para escalar, precisamos de parceiros de integridade para fazer uma ampla diligência. Entramos com o apoio, como um capital semente. Existem muitos proprietários de terras que não sabem por onde começar, e nosso objetivo é fornecer apoio técnico e econômico para alavancar”, destacou Ana."
Fonte: Exame; 19/09/2024
Petrobras prevê plano de investimentos em energia de US$ 11,5 bilhões
"O diretor-executivo de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou nesta quinta-feira (19) que a estatal tem dedicados US$ 11,5 bilhões em investimentos em energias renováveis. Em apresentação no Brazil-US Climate Impact Summit 2024, promovido pelo Valor e pela Amcham na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Tolmasquim destacou que a empresa já reduziu em 40% suas emissões absolutas de gases de efeito estufa e em 70% suas emissões de gás metano. A empresa destinará 11% de seus investimentos para a transição energética. Segundo ele, esses montantes são três vezes maiores que as emissões da aviação doméstica brasileira. Tolmasquim, que já foi presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pelo planejamento do setor no Brasil, destacou que a meta de limitar em 1,5ºC o aumento da temperatura implica em reduzir anualmente em 7% as emissões de gases de efeito estufa. O executivo da Petrobras frisou que essa queda de 7% equivale ao que aconteceu durante a pandemia de covid-19. “Precisaria de uma covid por ano para atender a meta, para a gente ver o tamanho do desafio”, disse, lembrando que essa redução, ao contrário do que aconteceu durante a pandemia, deve acontecer sem os impactos na economia e na sociedade causados pela covid-19. Ele lembrou que essa necessidade de redução terá impacto geopolítico relevante, o aumenta a necessidade de diálogo entre países e de mudança das fontes primárias de energia. Tolmasquim lembrou que o Brasil conta com a vantagem de ter uma matriz energética renovável, com 50% da matriz total vindo de fontes renováveis."
Fonte: Valor Econômico; 19/09/2024
"Há um ambiente extraordinário favorável ao Brasil e, ajudando nisso, o país vai sediar a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025. O país está na liderança do G20, que reúne os países com as maiores economias do mundo, na liderança dos Brics, o grupo formado pelas economias emergentes, e está voltando a um protagonismo do qual tinha se ausentado. É a avaliação de Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Para Viana, o Brasil tem grandes oportunidades de atração de investimentos. A China hoje, menciona, está investindo US$ 675 bilhões em energia limpa. Os Estados Unidos, US$ 300 bilhões. O Brasil é o sexto nesse ranking, com US$ 34 bilhões, diz Viana. Só que o valor de US$ 675 bilhões representa perto de 3% do PIB chinês. “Essa é uma área fundamental, mas eu queria dizer que para a transição que nós vamos fazer, para descarbonizar, para trabalhar a nova indústria, por exemplo, temos um pouco de ausência dos Estados Unidos.” Na área de baterias e carros elétricos, prosseguiu Viana, há a China “e um pouquinho dos Estados Unidos”, com a Brava. “Mas quando vamos para a área de energias renováveis, hidrogênio verde, temos França, Austrália, Espanha, Itália, Alemanha e não temos Estados Unidos.” Trata-se, diz ele, ao lado dos minerais críticos, de áreas com oportunidades de investimentos."
Fonte: Valor Econômico; 19/09/2024
Aumento da produtividade ocorrerá com biotecnologia e práticas renováveis, nota JBS
"O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, que também lidera a Força-tarefa de Sistemas Alimentares do B20, defendeu que o aumento da produtividade é um dos pilares para a transformação dos sistemas alimantares, e que isso depende de inovações como biotecnologia e “práticas renováveis” no campo. O executivo participa do Brazil-US Climate Impact Summit 2024, promovido pelo Valor e pela Amcham na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. “Aumentaremos a produtividade através da adoção de tecnologia, de biotecnologia, da digitalização da agricultura, e do uso intensivo de práticas renováveis, que têm o mínimo de impacto ambiental”, defendeu Tomazoni. Segundo o CEO da JBS, a combinação entre tecnologias avançadas e práticas agrícolas regenerativas “consegue aumentar muito a produtividade". Outro pilar citado por Tomazoni para realizar a transformação dos sistemas alimentares é a garantia de recursos para essa transição. Segundo ele, são necessários US$ 300 bilhões a US$ 350 bilhões ao ano até 2030 para que essa mudança ocorra. No entanto, apenas 4% do financiamento climático atualmente é direcionado para a agricultura, observou. Ele defendeu que é preciso colocar “o pequeno produtor no centro” da preocupação do financiamento da transição. A Força-tarefa de Sistemas Alimentares do B20 recomendou aos ministros da Agricultura do G20 políticas de pagamento por serviços ambientais (PSA) aos produtores. “Se ele vai fazer um investimento, tem um tempo de maturação."
Fonte: Valor Econômico; 19/09/2024
Honeywell tem parcerias para desenvolver biocombustíveis no Brasil, diz executivo da companhia
"O presidente de tecnologias e soluções sustentáveis da Honeywell, Barry Glickman, afirmou que a empresa possui parceria com a Petrobras e com a Shell para desenvolver biocombustíveis como o etanol, e tem oportunidade para desenvolver novos biocombustíveis, como o bioquerosene de aviação (SAF). "Há grandes oportunidades para construir em cima do que o Brasil já conseguiu realizar e tornar o Brasil um líder global em biocombustíveis, e não somente um exportador [de matéria-prima para SAF], mas também um consumidor do produto acabado", defendeu Glickman durante o Brazil-US Climate Impact Summit 2024, promovido pelo Valor e pela Amcham na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. O Brasil pode ser um exportador de bioquerosene de aviação, diz Glickman. "Com a cana - com ou sem captura de carbono - o Brasil é um produtor de classe mundial de baixo custo, o que deveria poder alimentar investimentos significativos em SAF no Brasil e sermos exportadores", defendeu. O executivo disse que a escala dos projetos dos biocombustíveis como SAF e diesel verde (HVO) ainda são pequenos. "Os projetos de biocombustíveis hoje são muito baixos, de dezenas de milhares de barris. Tem que ser [na casa de] centenas de milhares, depois milhões", sustentou. Apenas para a aviação, a demanda é de 6 milhões a 7 milhões de barris por dia. A Honeywell fornece, por exemplo, tecnologia de processamento de matéria-prima para a fabricação de diesel verde. Ele defendeu também os investimentos da Petrobras em coprocessamento de biomassa com o petróleo como forma de dar início do ganho de escala dessa indústria."
Fonte: Valor Econômico; 19/09/2024
Para CEO da Engie, data centers no Nordeste brasileiro são ganha-ganha
"Chips avançados e grandes modelos de linguagem, o software que é a base do ChatGPT, só se transformam na inteligência artificial que conhecemos com uma quantidade descomunal de eletricidade. Com a demanda pela IA aparecendo por toda a parte, o Brasil tem em mãos uma oportunidade ímpar de abrigar os enormes data centers que são o motor dessa transformação tecnológica – e o Nordeste seria um lugar ideal para instalá-los, diz o presidente da Engie Brasil, Mauricio Bahr. Bastante vocal pelo fim dos descontos para fontes renováveis pelo uso do fio de transmissão, Bahr argumenta que os incentivos deveriam migrar para a ponta da demanda. “Muita energia é gerada onde não há o consumo, que é o Nordeste, e precisamos construir linhas de transmissão para escoar essa energia para onde está o consumo, no Sudeste”, afirmou o executivo em entrevista ao Reset durante o Engie Day, que ocorreu na quarta-feira, 18. Para “reordenar o setor elétrico”, diz Bahr, a energia que tem sido gerada em excesso – e derrubado os preços – precisaria encontrar consumidores. “Uma opção é atrair para a região Nordeste indústrias que usem essa energia renovável. Poderíamos inovar com a atração de data centers, que são grandes consumidores de energia. Você equilibraria o setor e faria também com que houvesse desenvolvimento econômico no Nordeste.” Do lado das big techs, o consumo de eletricidade renovável atenuaria a pegada climática deixada pelos gigantes processadores de dados. Uma simples pergunta para o ChatGPT consome cerca 10 vezes mais energia do que a mesma dúvida para o Google, estima o Goldman Sachs."
Fonte: Capital Reset; 20/09/2024
Política
Brasil vai enfrentar dilema entre exploração de petróleo e liderança climática na COP30
"A produção de petróleo no Brasil, que tem a perspectiva de se tornar o quarto maior produtor mundial antes do fim da década, promete ser um dos temas controversos da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para 2025 em Belém, no Pará. Embora o Brasil seja referência em energias renováveis, seu interesse na exploração de novas fronteiras petrolíferas – como a Margem Equatorial – levanta dúvidas entre organizações ambientais sobre como o país vai equilibrar suas credenciais climáticas para cobrar de países ricos recursos no financiamento da sua transição energética. Por outro lado, a leitura recorrente no governo Lula (PT) é de que é preciso colocar na balança as responsabilidades diferenciadas pelas emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta – e o Brasil teria espaço para continuar explorando petróleo sob esta lógica. Durante o Brazil Climate Summit, na quarta (18/9) em Nova York, o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, disse que a discussão sobre utilizar parte dos recursos do petróleo para financiar a transição energética é “difícil”, mas deve ser feita de forma “muito aberta”. “Se países desenvolvidos puderam produzir combustíveis fósseis por 200 anos para serem desenvolvidos, quem deveria ser capaz de continuar a usar fósseis ou de proporcionar fósseis ao mundo enquanto diminuímos o uso desses combustíveis?”, questiona o embaixador, lembrando a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos, que usaram petróleo, gás e carvão por séculos para se industrializarem."
Fonte: Eixos; 19/09/2024
Brasil reforça compromisso com desenvolvimento sustentável em evento da ONU
"Em discurso proferido nesta quinta-feira (19) durante o evento SDGs in Brazil, organizado pelo Pacto Global da ONU no Brasil, em Nova York, o embaixador Sérgio Danese ressaltou a centralidade do desenvolvimento sustentável como um dos pilares fundamentais da política internacional. Ele destacou ainda, a importância da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como uma conquista crucial na trajetória do país em defesa do multilateralismo e da cooperação global. Segundo o embaixador, o Brasil tem sido um defensor histórico do desenvolvimento como um dos três pilares fundamentais das Nações Unidas, ao lado da paz e da segurança. "O Brasil procura levar essa mensagem da centralidade do desenvolvimento sustentável como um dos pilares da política mundial", afirmou. Durante o evento, Sérgio Danese lembrou que no âmbito do G20, o Brasil está lançando a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A proposta visa criar sinergias internacionais para combater a pobreza, com a criação de um banco de dados de políticas sociais e promover a troca de conhecimentos e o fortalecimento de instrumentos de combate à pobreza no cenário mundial. O embaixador também destacou os avanços que o Brasil tem alcançado em suas políticas sociais, citando o último relatório da ONU sobre Segurança Alimentar (SOFI 2024), divulgado em julho. “O relatório da ONU mostra que a insegurança alimentar severa caiu 85% em 2023, dado que 14,7 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país”, disse. Apesar dos avanços, o embaixador alertou para os desafios que o Brasil ainda enfrenta na esfera ambiental."
Fonte: Valor Econômico; 19/09/2024
Internacional
Empresas
"Uma ação judicial de proteção ao consumidor apresentada na quarta-feira alega que a Tyson Foods está enganando os consumidores com afirmações sobre seus esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O Environmental Working Group, um grupo de defesa, acusou a empresa de tirar proveito das “preferências bem-intencionadas” dos compradores ao fazer declarações falsas em materiais de marketing, como dizer que estava trabalhando para obter emissões “líquidas zero” de gases de efeito estufa até 2050 e ao anunciar carne bovina “inteligente em relação ao clima”. A produção industrializada de carne bovina, segundo o processo, nunca será “inteligente para o clima” devido ao grande volume de emissões produzidas no processo de criação de vacas em escala industrial. Também argumenta que a empresa não demonstrou nenhuma evidência de esforço para chegar a emissões líquidas zero, um termo usado por governos e empresas para indicar suas metas climáticas. “Estamos tomando uma posição para proteger os consumidores e exigir transparência em um setor que afeta significativamente a mudança climática”, disse Caroline Leary, do EWG, em uma ligação com jornalistas na quarta-feira. A Tyson, com sede em Springdale, Arkansas, não quis comentar os detalhes da ação judicial. Uma declaração da empresa apontou para sua “longa história de práticas sustentáveis que abraçam a boa administração de nossos recursos ambientais”."
Fonte: The New York TImes; 19/09/2024
"As empresas de alimentos Ajinomoto e Danone revelaram na quinta-feira uma parceria para reduzir as emissões de gases de efeito estufa da indústria de laticínios. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a pecuária é uma das principais fontes de emissões de metano geralmente provenientes de esterco e das funções corporais rotineiras dos animais, como o arroto das vacas. Além disso, as principais empresas globais estão ansiosas para aprimorar suas credenciais ESG (ambientais, sociais e de governança), nas quais as medidas tomadas pelas empresas para proteger o meio ambiente têm uma pontuação alta. A parceria entre a Ajinomoto e a Danone para reduzir as emissões de gases de efeito estufa também ocorre depois que seis das maiores empresas de laticínios do mundo - incluindo a Danone - revelaram no ano passado uma aliança para reduzir as emissões de metano na cúpula da COP28 das Nações Unidas. A Danone e a Ajinomoto disseram que se uniriam para usar um produto da Ajinomoto chamado AjiPro®-L. Esse produto é usado no sistema digestivo das vacas e os números citados pelas empresas dizem que ele diminui as emissões de óxido nitroso do esterco em aproximadamente 25% e - se combinado com um aditivo de redução de metano - pode ampliar o efeito do aditivo de redução de metano em aproximadamente 30%. “Com parceiros como a Ajinomoto Co., estamos expandindo nosso conjunto de ferramentas de soluções que estamos levando aos nossos produtores de leite, que têm um efeito duplo - por um lado, reduzindo as emissões de GEE na fazenda e, por outro, apoiando os produtores a melhorar sua margem e, como resultado, aumentar sua resiliência”, disse o diretor de compras da Danone, Jean-Yves Krummenacher."
Fonte: Reuters; 19/09/2024
Financiamento climático do Banco Mundial atinge recorde de US$ 42,6 bilhões no ano fiscal de 2024
"O Grupo Banco Mundial disse na quinta-feira que entregou um recorde de US$ 42,6 bilhões em financiamento climático durante o ano fiscal de 2024, um aumento de 10% em relação aos US$ 38,6 bilhões do ano anterior e perto de sua meta de uma participação de 45% do financiamento total dedicado a projetos climáticos. O aumento de US$ 4 bilhões no financiamento climático durante o ano fiscal encerrado em 30 de junho mostra o progresso em direção às metas do banco, mas está muito aquém dos trilhões de dólares em recursos adicionais necessários anualmente para financiar a transição de energia limpa em mercados emergentes e países em desenvolvimento. O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, aumentou a alavancagem do balanço patrimonial e adotou outras medidas de adequação de capital para obter um adicional de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões em capacidade de empréstimo anual ao longo de 10 anos para ajudar a enfrentar a mudança climática e outras crises globais, incluindo pandemias, além de sua missão tradicional de combate à pobreza e desenvolvimento. Em dezembro, o banco se comprometeu a destinar 45% do total de seus empréstimos para o ano fiscal de 2025, que começou em 1º de julho, para apoiar a adaptação e a mitigação do clima. O total de financiamento climático do ano fiscal de 2025 vem de todas as partes do Grupo Banco Mundial, apoiando projetos que vão desde abrigos contra ciclones em Bangladesh até novos sistemas de trânsito rápido de ônibus elétricos no Cairo, Egito, e em Dakar, Senegal, informou o Banco Mundial."
Fonte: Reuters; 19/09/2024
Chuvas históricas geram enchentes caóticas em quatro continentes
"As chuvas torrenciais que caíram sobre a Europa Central, África, Xangai e os estados da Carolina do Norte e Sul nos EUA esta semana ressaltam as formas extremas com que as mudanças climáticas alteram eventos meteorológicos. Diferentes fenômenos meteorológicos estão por trás da série de tempestades, de acordo com cientistas do clima, mas eles concordam que um fator subjacente para a sobrecarga de precipitação é o aquecimento global em grande escala. Pesquisas mostraram que o ar mais quente é capaz de carregar mais umidade e tem mais probabilidade de causar precipitação intensa. E não é só a quantidade de chuva que cai, mas onde ela cai. Variáveis como preparação para emergências, infraestrutura e acesso a fundos de auxílio levaram a resultados muito diferentes — um lembrete de que os efeitos das mudanças climáticas não estão sendo sentidos igualmente em um mundo em aquecimento. Pelo menos 1.000 pessoas morreram na África, e milhões de pessoas foram deslocadas. Na Europa, por outro lado, o número foi consideravelmente menor, e autoridades governamentais já prometeram vastas somas de financiamento público para a reconstrução. “Existem impressões digitais das alterações climáticas nestas chuvas intensas que conduzem a estas grandes enchentes”, disse Hannah Cloke, professora de hidrologia na Universidade de Reading, no Reino Unido. “Mas temos que reconhecer que as pessoas mudaram a paisagem, tornando mais provável que pessoas estejam no caminho dessas enchentes.”"
Fonte: Valor Econômico; 19/09/2024
A Climate Asset Management levantou mais de US$ 1 bilhão, diz o CEO
"A Climate Asset Management levantou mais de US$ 1 bilhão para investir em projetos de capital natural, como a agricultura regenerativa, disse seu executivo-chefe à Reuters. Embora ainda seja uma área relativamente de nicho, a demanda dos proprietários de ativos para investir na melhoria da saúde do solo, no plantio de árvores e na reabilitação de terras aumentou nos últimos anos depois que os países concordaram em fazer mais para proteger a biodiversidade do mundo. A Estrutura Global de Biodiversidade, conhecida como o Acordo de Paris para a natureza, exige um aumento substancial no financiamento público e privado - de pelo menos US$ 200 bilhões por ano - para atender à lacuna de financiamento relacionada à natureza. A CAM, uma parceria entre o braço de fundos do HSBC (HSBA.L), abre uma nova aba e a empresa de consultoria Pollination, disse que havia visto a demanda de uma série de investidores financeiros e empresas, e que seu Fundo de Capital Natural e o Fundo de Carbono Baseado na Natureza haviam fechado para novos recursos. O Restore Fund, criado pela CAM e pela empresa de tecnologia Apple (AAPL.O), abre nova aba, continua aberto e tem cerca de US$ 280 milhões. O saldo dos ativos da empresa está dividido aproximadamente entre os dois fundos fechados. Os apoiadores do Natural Capital Fund incluíram a seguradora alemã Gothaer Asset Management, que contribuiu com US$ 100 milhões, informou a CAM. O Nature Based Carbon Fund (Fundo de Carbono Baseado na Natureza), cujo objetivo é gerar créditos de carbono por meio de investimentos em projetos de restauração e conservação de paisagens em larga escala, e que pagará aos investidores por esses créditos, observou uma forte demanda de empresas como a GSK."
Fonte: Reuters; 20/09/2024
EUA adotam as primeiras diretrizes para fortalecer os mercados de crédito de carbono
"O órgão de fiscalização de derivativos dos Estados Unidos finalizou as primeiras diretrizes federais para compensações de carbono não regulamentadas, à medida que o governo Biden busca padronizar um mercado desordenado em uma tentativa de combater as mudanças climáticas. A Commodity Futures Trading Commission (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities) adotou medidas anunciadas na sexta-feira que pedem às bolsas que validem os derivativos de compensação de carbono, que baseiam seus preços nos de instrumentos financeiros comprados por empresas para compensar emissões. Estima-se que o mercado não regulamentado de créditos de carbono cresça para US$ 100 bilhões até 2030, acima dos US$ 2 bilhões deste ano, de acordo com o Morgan Stanley. Mas o mercado voluntário de derivativos de carbono definhou, com apenas um punhado de contratos atraindo um volume substancial de negociações. “Na verdade, temos a responsabilidade legal de garantir a saúde e a transparência tanto do lado dos derivativos quanto do mercado à vista subjacente”, disse o presidente da CFTC, Rostin Behnam, ao Financial Times. As diretrizes, que foram inicialmente propostas em dezembro, buscam reprimir a manipulação e as distorções de preços, pressionando as bolsas a garantir que os derivativos voluntários de crédito de carbono estejam em conformidade com a regulamentação da CFTC e com a legislação dos EUA. “Com qualquer projeto que tenha a escala que o mercado de carbono está buscando, haverá taxas de erro, haverá maus atores”, disse Behnam. A CFTC votou 4 a 1 a favor da adoção das diretrizes, com o voto contrário de Summer Mersinger, um dos dois comissários republicanos da agência."
Fonte: Financial Times; 20/09/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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