Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quinta-feira em território neutro, com o IBOV e o ISE andando de lado (+0,03% e +0,02%, respectivamente).
• No Brasil, em resposta à abertura de investigação, pelos Estados Unidos, relacionada às práticas comerciais de etanol no Brasil, o setor divulgou uma nota ontem defendendo o combustível produzido no Brasil – assinada pela Unica e pela Bioenergia Brasil, o documento destaca a baixa intensidade de carbono e a conformidade com critérios robustos e auditáveis de sustentabilidade do etanol brasileiro.
• No internacional, (i) a Comissão Europeia pretende destinar cerca de 865 bilhões de euros (dos 2 trilhões de euros propostos para o período entre 2028-2034) à energia nuclear – essa medida deve dividir os Estados-Membros do bloco, tendo sido rejeitada pela Alemanha; e (ii) o Banco Central da Índia está prestes a finalizar regras que obrigarão bancos e instituições financeiras a divulgar e gerenciar os riscos decorrentes das mudanças climáticas – em contexto, as normas do Banco Central indiano estão em desenvolvimento desde 2022.
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Brasil
Empresas
Transpetro inaugura usina solar em Belém e quer avançar no mercado livre
“Visando ampliar a descarbonização das operações, a Transpetro inaugurou nesta quinta-feira (18/7) a segunda usina solar da empresa, no terminal de Belém (PA), cidade que sediará a COP30 em novembro. Os planos para aprofundar a redução de emissões incluem o mercado livre de energia. Em 10 de junho a Transpetro abriu uma chamada pública para o suprimento de 73 megawatts médios (MWm) a partir de 2027. A energia deverá ser gerada por fontes incentivadas — solar, eólica ou hídrica — com contratos de 15 anos.A contratação será feita por meio de consórcios, em que a Transpetro terá participação proporcional ao volume contratado, por meio do modelo de autoprodução de energia. A chamada pública lançada é uma estratégia da Transpetro para sondar o mercado e identificar os players interessados e aptos a fornecer soluções a partir de fontes incentivadas de energia renovável. A empresa busca conhecer as propostas existentes e as capacidades dos potenciais fornecedores, tendo em vista a meta de otimizar custos e avançar na transição. “A Transpetro, ao invés de construir uma mega usina, vamos ao mercado ver os [supridores] existentes, os que se adequam melhor à nossa demanda e a melhor proposta. Isso está na nossa estratégia está sendo estudado no momento”, disse o gerente executivo de Operação de Dutos e Terminais Norte, Nordeste e Sudeste da Transpetro, Flávio Godinho.”
Fonte: Eixos; 17/07/2025
Indústria de etanol reage aos EUA e diz que Brasil tem critérios auditáveis de sustentabilidade
“Em resposta à abertura de investigação, pelos Estados Unidos, relacionada às práticas comerciais do Brasil, a indústria do etanol divulgou nota nesta quinta-feira (17/7) defendendo o combustível produzido no Brasil. Assinada pela Unica e pela Bioenergia Brasil, a nota destaca a baixa intensidade de carbono e a conformidade com critérios robustos e auditáveis de sustentabilidade do etanol brasileiro. O argumento da Casa Branca é apurar se as políticas brasileiras restringem ou prejudicam o comércio com empresas norte-americanas. Serão averiguadas atividades relacionadas a serviços de pagamento eletrônico, comércio digital, propriedade intelectual, combate à corrupção, acesso ao mercado de etanol e desmatamento ilegal. Segundo as entidades, as características do etanol brasileiro representam soluções eficazes e acessíveis para a descarbonização dos transportes, atendendo às exigências ambientais e regulatórias nacionais e a padrões globais de certificação. Unica e Bioenergia Brasil dizem confiar na condução que o governo dá à crise. “O comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos, historicamente construído sobre bases de respeito mútuo, precisa ser preservado e fortalecido. Nesse contexto, o etanol é exemplo claro de como uma agenda conjunta pode beneficiar economias, pessoas e o clima global”, diz o texto divulgado pelas entidades.”
Fonte: Eixos; 17/07/2025
Política
Marina diz que veto ao novo licenciamento ambiental “está posto” e cobra reparos
“Após a aprovação do projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o veto presidencial “está posto” e que o governo trabalha em alternativas para reparar o que chamou de um “grave retrocesso”. Segundo ela, o texto coloca em risco a agricultura, a indústria, as exportações e a credibilidade internacional do Brasil. Em entrevista ao jornal O Globo, Marina evitou confirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará integralmente o projeto, mas indicou que essa é uma possibilidade concreta. A ministra reforçou que o governo não tem compromisso com medidas que “desmontam” a principal ferramenta da política ambiental brasileira. “Obviamente, vamos nos posicionar no mérito, mas desde sempre já foi sinalizado que o governo vai trabalhar vetos e alternativas para fazer essa reparação”, afirmou a ministra. Ela classificou a data da aprovação do projeto como um “dia de luto”. Marina adiantou que pareceres técnicos e jurídicos estão sendo finalizados para embasar a decisão de Lula, e citou como possibilidades um projeto de lei alternativo, uma Medida Provisória ou a judicialização do novo marco. “Vamos dialogar no sentido de apresentar alternativas. Você pode fazer um projeto de lei, pode fazer uma MP. Tudo em diálogo com o Congresso”, disse. “Agora, prejudicar a proteção e décadas de funcionamento da lei do licenciamento em um piscar de olhos, de madrugada, por votação remota, é impensável.””
Fonte: InfoMoney; 17/07/2025
Internacional
Empresas
Aliança climática bancária luta para manter grandes credores europeus
“Uma aliança climática global formada pelos principais bancos corre o risco de perder membros europeus importantes, após alguns credores se recusarem a se comprometer a permanecer no grupo, enfraquecendo ainda mais sua posição depois de um êxodo de empresas de Wall Street. O Barclays, que aderiu em 2021, recusou-se a confirmar seus planos de permanência em uma conversa recente com a liderança da Net-Zero Banking Alliance, segundo um banqueiro familiarizado com o assunto. O banco discutiu possíveis datas para sua saída e estava avaliando as reações dos investidores à saída do HSBC na semana passada, afirmou outra fonte próxima ao tema. Um representante do Barclays declarou que ainda não foi tomada uma decisão definitiva sobre a adesão e que o banco continua sendo membro. O UBS afirmou que “consideraria cuidadosamente” como as novas regras climáticas menos rigorosas do grupo se alinham com sua estratégia, mensagem que vem repetindo desde janeiro, embora permaneça membro da aliança por enquanto. O Santander declarou que seus compromissos de zero emissões líquidas “permanecem inalterados”, mas não comentou sobre seus planos de adesão. A luta para reter membros reflete uma mudança de atitude em relação às iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG) e ao ativismo climático desde que Donald Trump voltou à Casa Branca. Também ocorre em meio a ataques de políticos republicanos à aliança e à pressão para reduzir o aquecimento global. O JPMorgan Chase e o Bank of America estavam entre os bancos dos Estados Unidos e Canadá que deixaram a aliança após a eleição de Trump.”
Fonte: Financial Times; 17/07/2025
Política
UE abre as portas ao financiamento da energia nuclear no próximo orçamento
“A Comissão Europeia pretende destinar parte do seu orçamento proposto de 2 trilhões de euros para a União Europeia no período 2028-2034 à energia nuclear, medida que provavelmente dividirá os Estados-Membros do bloco, tendo sido imediatamente rejeitada pela Alemanha. Em um anexo à sua extensa proposta orçamentária publicada na quarta-feira, a Comissão listou a energia nuclear como uma atividade que os países poderão financiar por meio de sua parcela nacional do orçamento — especificamente, “capacidade de energia de fissão nova ou adicional instalada em GW”. Cerca de 865 bilhões de euros em financiamento da UE estarão disponíveis para esses planos de gastos nacionais. A medida representaria uma grande mudança para a UE, cujo orçamento atual não financia usinas nucleares convencionais — refletindo um conflito de longa data entre membros pró-nucleares, como França e Suécia, e países tradicionalmente antinucleares, como Alemanha e Áustria. “A Alemanha rejeita qualquer subsídio à energia nuclear proveniente do orçamento da UE”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carsten Schneider, na quinta-feira, acrescentando que Berlim respeita a decisão de outros países de construir reatores. “No entanto, o respeito pela soberania nacional em matéria de energia também significa não reivindicar fundos da UE para esse caminho dispendioso, um quarto do qual provém do dinheiro dos contribuintes alemães”, declarou Schneider.”
Fonte: Reuters; 17/07/2025
Fabricantes de painéis solares dos EUA pedem tarifas antidumping contra países da Ásia
“Um grupo americano de fabricantes de painéis solares solicitou nesta quinta-feira (17) ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos a imposição de tarifas antidumping sobre importações da Indonésia, Índia e Laos, a fim de impedir a venda de peças abaixo do preço de mercado dentro do país. As tarifas foram sugeridas pela Aliança para a Produção e Comércio de Energia Solar dos EUA, que inclui fabricantes como a First Solar, a Qcells e a Mission Solar Energy. O grupo também entrou com uma petição para pedir a abertura de uma investigação sobre empresas da China e da Índia. A coalizão acusa as empresas indianas de se beneficiarem de subsídios estatais, permitindo que as peças sejam vendidas a preços mais baixos nos EUA, minando a competitividade das fabricantes locais. As altas tarifas contra os bens chineses têm inviabilizado a exportação direta dos painéis solares, fazendo que o mercado local transferisse a produção e a montagem dos equipamentos para nações vizinhas. Não é a primeira vez que os painéis solares asiáticos entram na mira dos EUA. Em abril, a Comissão de Comércio Internacional anunciou tarifas de até 3.500% sobre a importação de peças de países como Malásia, Tailândia, Vietnã e Camboja. A maioria dos painéis solares dos Estados Unidos ainda é produzida no exterior. A Lei de Redução da Inflação, aprovada em agosto de 2022, ainda sob o governo Joe Biden, tentou mudar esse cenário, oferecendo incentivos fiscais para reduzir a dependência de produtos chineses.”
Fonte: Valor Econômico; 17/07/2025
“O Banco Central da Índia está prestes a finalizar regras que obrigarão bancos e instituições financeiras a divulgar e gerenciar os riscos decorrentes das mudanças climáticas, segundo três fontes próximas ao assunto. A medida contrasta com a decisão de vários bancos globais de destaque, como JP Morgan, Citibank, Morgan Stanley e HSBC, que reduziram seus compromissos climáticos após a reeleição do presidente dos EUA, Donald Trump, conhecido por seu ceticismo em relação às mudanças climáticas. Ter uma compreensão mais clara de como e em que medida os recursos financeiros estão sendo direcionados a investimentos verdes é parte central dos esforços globais para avançar rumo a uma economia de baixo carbono, com países do Reino Unido ao Japão tornando essas divulgações obrigatórias. As normas do Banco Central indiano, em desenvolvimento desde 2022, deverão exigir que bancos e instituições financeiras divulguem regularmente os riscos climáticos presentes em suas carteiras de empréstimos, além de apresentarem estratégias e metas de mitigação, informaram as fontes. As divulgações provavelmente serão voluntárias a partir do ano fiscal de 2027 e obrigatórias a partir do ano fiscal de 2028. O ano fiscal na Índia vai de abril a março. Os bancos também serão solicitados a realizar testes de estresse periódicos para avaliar o impacto de eventos climáticos adversos — como inundações, ondas de calor e ciclones — sobre os mutuários e a economia, com base em uma nota de orientação que o Banco Central deve emitir em breve, acrescentaram as fontes.”
Fonte: Reuters; 18/07/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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