Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou a semana passada em território negativo, com o Ibovespa recuando 0,3% e o ISE apresentando uma queda de 2,3%. Já no pregão de sexta-feira, o IBOV e o ISE avançaram 0,1% e 0,6%, respectivamente.
• No Brasil, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) aposta na entrada em operação da mina de Santa Quitéria (CE), em 2027, para triplicar a produção nacional de urânio e consolidar a autossuficiência do Brasil no ciclo do combustível nuclear, segundo o diretor de gestão corporativa da estatal, Leandro Xingó – o empreendimento deverá produzir cerca de 2,3 mil toneladas anuais de concentrado do mineral.
• No internacional, (i) a China anunciou nesta sexta-feira que implementará controles de exportação sobre carros de passeio elétricos a partir do ano que vem, diante de preocupações internas sobre a concorrência excessiva de preços entre os fabricantes de veículos elétricos do país e as críticas globais sobre uma enxurrada de veículos vendidos a preços baixos nos mercados internacionais – o regime de licenciamento entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026; e (ii) as entregas das atualizações das Contribuições Nacionalmente Determinadas ao Acordo de Paris (NDCs) aceleraram esta semana – mais de uma centena de países usaram a Cúpula do Clima em Nova York para apresentar planos e metas de descarbonização no horizonte até 2035, antecipando as discussões marcadas para a COP30, sendo China, Mongólia, Vanuatu, Micronésia, Paquistão, Libéria, Austrália, Nigéria e Jamaica alguns dos países.
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Brasil
Empresas
Com Mercedes e Mitsui, Hydro aporta R$ 100 mi em corredor agroecológico no Pará
“A Mercedes-Benz e a Mitsui são as duas novas parceiras financeiras da mineradora Hydro no programa Corredor, que irá aportar R$ 100 milhões de reais ao longo de dez anos para iniciativas de bioeconomia no Pará. O anúncio foi feito durante a Semana do Clima de Nova York. O projeto será realizado nos sete municípios pelos quais passa o mineroduto da empresa, entre Barcarena e Paragominas. A Belterra, startup que restaura áreas degradadas combinando vegetação nativa e produtos agrícolas de valor comercial, entrará com o capital técnico. O plano é aumentar o investimento à medida que novos parceiros surgirem, com potencial de chegar a R$ 30 milhões anuais. O objetivo da iniciativa é o aumento da capacidade agrícola na região. A Hydro mapeou 28 comunidades quilombolas que serão beneficiadas. “A ideia é ser uma aceleradora de cooperativas que podem se tornar fornecedoras de grandes empresas”, diz Eduardo Figueiredo, vice-presidente sênior de sustentabilidade da Hydro. O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o Centro de Empreendedorismo da Amazônia e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia também foram anunciados como parceiros. Marcelo Pereti, CFO da Belterra, afirma que o projeto tem alto potencial de geração de empregos, desde a produção agrícola sustentável até ocupações de caráter mais técnico, relacionados a monitoramento, relato e verificação (MRV).”
Fonte: Capital Reset; 26/09/2025
ENBPar prevê autossuficiência nuclear, com nova mina de urânio, a partir de 2027
“A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) aposta na entrada em operação da mina de Santa Quitéria (CE), em 2027, para triplicar a produção nacional de urânio e consolidar a autossuficiência do Brasil no ciclo do combustível nuclear. A previsão é do diretor de gestão corporativa da estatal, Leandro Xingó, durante o Word Atomic Week, evento promovido pela Rosatom na Rússia. O empreendimento, em parceria entre a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Galvani, deverá produzir cerca de 2,3 mil toneladas anuais de concentrado do mineral, frente às atuais 400 toneladas fornecidas pela mina em Caetité, na Bahia. O consórcio é de 2010 e visa a integrar a extração de urânio e fosfato, mas o projeto aguarda licenças que devem ser emitidas pelo Ibama. Existem ainda várias jazidas sob controle da estatal, mas o território foi pouco estudado, já que o último levantamento geológico do urânio no país foi realizado há mais de 40 anos. O Brasil possui a sétima maior reserva mundial de urânio, estimada em mais de 230 mil toneladas, mas ainda explora apenas parte de seu potencial. Atualmente, a extração nacional está concentrada no município de Caetité, na Bahia, mas o projeto na cidade de Santa Quitéria, no Ceará, promete transformar o país em um dos maiores polos de produção de urânio do mundo.”
Fonte: Valor Econômico; 26/09/2025
Política
“Em primeira entrevista desde que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), Alessandro Facure disse nesta sexta-feira (26) ao Valor que o Brasil precisa avançar rapidamente em três frentes para transformar em vantagem estratégica na corrida global por materiais críticos: escalar as etapas industriais de separação, refino e metalização. Segundo ele, não basta ter minas para exploração, é necessário escalar no país essas etapas, além de avançar para a fabricação de ímãs permanentes, insumo fundamental para tecnologias da transição energética, como turbinas eólicas e carros elétricos. Facure destacou a necessidade de coordenar o licenciamento entre a Agência Nacional de Mineração (ANM), a própria ANSN e órgãos ambientais, de forma a adotar critérios proporcionais ao risco e calendários previsíveis. Na avaliação do dirigente, a vantagem competitiva na corrida global não depende apenas do volume de reservas, mas da capacidade de alinhar governança, infraestrutura e indústria. “Pequenos volumes de materiais podem destravar cadeias inteiras de alto valor. “Para o investidor, a previsibilidade de licenças e de fases reduz custo de capital e risco de atraso. Para as comunidades, transparência de medições, planos de rejeitos e compromisso de fechamento adequado da mina geram confiança. O país que conseguir alinhar governança, infraestrutura e indústria leva vantagem numa corrida em que volumes pequenos de material podem destravar cadeias inteiras de alto valor”, disse.”
Fonte: Valor Econômico; 26/09/2025
PGR prepara proposta de contrato referência para arrendamento de terras para usinas solares
“Está em fase de finalização pela Procuradoria Geral da República (PGR) a elaboração de uma proposta de contrato com obrigações mínimas e valores de referência para o arrendamento de terras destinadas a projetos de geração de energia solar. A informação foi confirmada pelo procurador da República na Paraíba, José Godoy, durante evento de lançamento do documento de salvaguardas socioambientais para energia solar centralizada, elaborado pela organização Nordeste Potência, nesta sexta-feira (26/9). Segundo Godoy, o objetivo é garantir remuneração justa para proprietários de terras, especialmente no Nordeste, onde há grande número de ocorrências de contratos desequilibrados. Há casos, por exemplo, em que os proprietários são analfabetos e firmam acordos de longo prazo sem compreender, de fato, as cláusulas. A iniciativa da PGR tenta protegê-los dessas situações. O procurador também observa que a presença de empresas estrangeiras nesse processo é marcada por “elevada nulidade de contratos”. Um problema estaria no descumprimento da obrigatoriedade de autorização do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que empresas estrangeiras possam ter propriedade sobre terras rurais ou arrendá-las. Ele explica que porções de terras superiores a cem módulos precisam de autorização do Congresso Nacional e muitas delas estariam sem esta autorização, descumprindo frontalmente a lei 5709/1971.”
Fonte: Eixos; 26/09/2025
Internacional
Empresas
Mercedes reduz pegada ambiental de veículos elétricos com alumínio de baixo carbono
“O alumínio produzido com energia renovável e reciclado está ajudando a montadora de luxo Mercedes-Benz a reduzir as emissões de CO₂ na produção de sua nova linha de veículos elétricos, como parte de um esforço mais amplo para descarbonizar suas operações, disseram executivos à Reuters. A Mercedes utiliza o alumínio de baixo carbono, desenvolvido em parceria com a produtora norueguesa de metais Norsk Hydro, para fabricar seu novo modelo elétrico CLA. A colaboração é um exemplo de como fabricantes de produtos premium estão dispostos a pagar mais por matérias-primas em troca de um perfil ambiental mais sustentável, afirmaram executivos de ambas as empresas. “Há, é claro, custos adicionais ao usar aço ou alumínio especialmente de baixo carbono”, disse Gunnar Guthenke, vice-presidente de compras e qualidade de fornecedores da Mercedes-Benz. “Sustentabilidade e produtos desejáveis, como os que produzimos, simplesmente andam juntos”, afirmou. As empresas não divulgaram uma divisão detalhada dos custos, mas disseram que o novo CLA foi fabricado com 40% menos emissões de CO₂ do que seu antecessor movido a combustão. Embora descarbonizar cadeias de valor possa ser caro, parcerias oferecem uma forma de compartilhar esse fardo, para que não recaia apenas sobre fabricantes ou consumidores, disse o CEO da Norsk Hydro, Eivind Kallevik. O preço mais alto do metal também não está afastando compradores, mesmo em um mercado mais difícil para o alumínio nos últimos anos, marcado por baixo crescimento econômico, acrescentou.”
Fonte: Reuters; 29/09/2025
Política
Nova onda de NDCs aumenta pressão sobre grandes emissores
“As entregas das atualizações das NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas ao Acordo de Paris) aceleraram esta semana, embora o caminho para 1,5ºC ainda seja longo. Mais de uma centena de países usaram a Cúpula do Clima do Secretário-Geral da ONU em Nova York para apresentar planos e metas de descarbonização no horizonte até 2035, antecipando as discussões marcadas para a COP30 em Belém. China, Mongólia, Vanuatu, Micronésia, Paquistão, Libéria, Austrália, Nigéria e Jamaica são alguns deles. Mas nem todos entregaram formalmente ainda. De acordo com o Carbon Brief, metade das emissões globais de gases de efeito estufa agora são cobertas pelas ambições até 2035. Os países que anunciaram novas metas para as NDCs durante o evento incluíram China, Rússia, Turquia, Palau, Tuvalu, Quirguistão, Peru, São Tomé e Príncipe, Fiji, Bangladesh e Eritreia. (Tuvalu já entregou à ONU). Juntos, eles representam 36% das emissões globais — a China sozinha é responsável por 29%. A China, aliás, atraiu bastante atenção ao se colocar como um contrapeso ao discurso anti-climático do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora a meta do gigante asiático tenha deixado a desejar. “A transição verde e de baixo carbono é a tendência do nosso tempo”, discursou o presidente chinês, Xi Jinping, ao apresentar a meta de reduzir as emissões entre 7% e 10% após atingirem o pico.”
Fonte: Eixos; 26/09/2025
Nova York busca mais energia eólica e solar antes que subsídios federais expirem
“A governadora de Nova York, Kathy Hochul, ordenou que agências estaduais acelerem a contratação de US$ 5 bilhões em projetos de energia eólica e solar antes que os subsídios federais sejam eliminados pela nova lei tributária do presidente Donald Trump. Essa ação, liderada por uma governadora democrata, visa proteger os ambiciosos objetivos do estado em relação à energia limpa e às mudanças climáticas, em meio à diminuição do apoio a essas políticas por parte da administração republicana de Trump. “Ao direcionar nossas agências estaduais para concluir os projetos, estamos aproveitando todas as oportunidades para utilizar os incentivos federais, reduzir os custos para os consumidores e construir uma rede de energia mais resiliente, sustentável e confiável”, disse Hochul. A nova lei chamada One Big Beautiful Bill Act, assinada por Trump em julho, acelera a eliminação dos créditos fiscais de 30% para projetos de energia eólica e solar. Agora, os projetos precisam começar a construção dentro de um ano ou entrar em operação até o final de 2027 para se qualificarem. Antes, os créditos estavam disponíveis até 2032. A nova solicitação de energia renovável do estado deve gerar mais de US$ 5 bilhões em investimentos e criar mais de 2.500 empregos. As inscrições para elegibilidade dos novos projetos de energia renovável terrestre devem ser feitas até outubro de 2025. As propostas finais devem ser enviadas até dezembro de 2025.”
Fonte: Reuters; 26/09/2025
Merz pede que UE suspenda proibição dos motores a combustão em meio ao declínio da indústria
“O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, pediu que a União Europeia abandone o prazo de 2035 para proibir os motores de combustão e, em vez disso, permita que a indústria automobilística siga um caminho rumo à neutralidade climática. A declaração ocorre enquanto os líderes da UE se preparam para discussões sobre o endurecimento da meta climática de 2040. O ritmo da transição verde e seu impacto na indústria subiram ao topo da agenda política do bloco, à medida que enfrenta crescimento econômico lento, a necessidade de aumentar gastos com defesa e o risco de conflitos comerciais. Merz disse que promoverá sua proposta em uma reunião informal de líderes da UE marcada para 1º de outubro em Copenhague, seguida pelo encontro regular trimestral em Bruxelas no mês seguinte. “Também estou promovendo isso entre os chefes de Estado e de governo da UE, estou promovendo à Comissão Europeia que levantemos essa proibição de motores de combustão e que permitamos tecnologias como os ‘range extenders’, que estão sendo desenvolvidos por fabricantes e fornecedores alemães de automóveis”, afirmou em um evento em Berlim na sexta-feira.”
Fonte: Valor Econômico; 26/09/2025
China implementará controles de exportação sobre carros elétricos a partir de 2026
“A China anunciou nesta sexta-feira que implementará controles de exportação sobre carros de passeio elétricos a partir do ano que vem, diante de preocupações internas sobre a concorrência excessiva de preços entre os fabricantes de veículos elétricos do país e as críticas globais sobre uma enxurrada de veículos vendidos a preços baixos nos mercados internacionais. O Ministério do Comércio e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, juntamente com a administração aduaneira e o órgão regulador do mercado, disseram que a decisão faz parte de um esforço para “promover o desenvolvimento saudável do comércio de veículos de nova energia”. O regime de licenciamento entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026. Os procedimentos de solicitação e a emissão das licenças de exportação seguirão um aviso relacionado emitido em 2012, informaram os órgãos, sem fornecer maiores detalhes. Os carros estarão sujeitos à inspeção alfandegária. As exportações tornaram-se um motor de crescimento para os fabricantes chineses de veículos elétricos, à medida que disputam participação de mercado no país. A BYD, principal fabricante, informou que os volumes de exportação de veículos de nova energia — termo que abrange veículos totalmente elétricos e híbridos — em agosto foram 2,5 vezes maiores do que no mesmo período do ano anterior.”
Fonte: Valor Econômico; 26/09/2025
Comissão Europeia anuncia pacote de 545 milhões de euros para energia renovável na África
“A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um pacote de 545 milhões de euros para acelerar a transição energética limpa da África. O anúncio foi feito no Global Citizen Festival por meio de mensagem em vídeo no contexto da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em nota divulgada pela União Europeia, esta campanha aumenta a conscientização global e mobiliza investimentos públicos e privados para a geração e acesso à energia limpa em toda a África. “As escolhas que a África faz hoje estão moldando o futuro de todo o mundo. Uma transição energética limpa no continente criará empregos, estabilidade, crescimento e a concretização de nossos objetivos climáticos globais. A União Europeia, com o plano de investimento Global Gateway, está totalmente comprometida em apoiar a África em seu caminho para a energia limpa”, disse a presidente von der Leyen. O documento também informa que um dos objetivos é impulsionar de forma mais ampla a direção às metas ambiciosas de triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência energética em todo o mundo, estabelecidas na COP28. O pacote de 545 milhões de euros, segundo o documento, expande os esforços de energia limpa da UE e do Team Europe na África, com novos projetos apoiando a eletrificação, modernizando redes elétricas e melhorando o acesso a energias renováveis.”
Fonte: Eixos; 28/09/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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