Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O Ibovespa e o ISE terminaram a semana passada em território positivo, subindo 1,24% e 2,05%, respectivamente. Em linha, o pregão de sexta-feira terminou em alta, com o IBOV avançando 0,32% e o ISE 1,66%.
• No Brasil, (i) Carlos Piani, presidente do conselho do Grupo Equatorial, será indicado como presidente executivo da Sabesp esta semana, segundo relatado por fontes para a InfoMoney – o grupo tornou-se o acionista de referência da empresa de saneamento paulista, com a compra de 15% de suas ações por R$ 6,9 bilhões no mês passado; e (ii) incêndios de grandes proporções bloquearam, ao longo do último final de semana, estradas que dão acesso a diversas cidades na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo - o governador Tarcísio de Freitas determinou a criação de um gabinete de crise para atuar nos incêndios florestais.
• Ainda no país, eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca que atinge a região Norte, já causaram ao menos R$ 6,67 bilhões em prejuízos para o agronegócio brasileiro - além das perdas de vidas, a tragédia das enchentes no RS em abril e maio causou prejuízos de R$ 5,4 bilhões à agricultura e pecuária do Estado, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
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Brasil
Empresas
Biocombustíveis aderem a protesto contra facilitação da entrada de diesel pelo Maranhão
"Agentes do setor de biocombustíveis aderiram ao protesto puxado pelo Instituto Combustível Legal (ICL), Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) e outras entidades contra a manobra do estado do Maranhão para permitir a importação de diesel com diferimento do ICMS-Importação. A nota conjunta, publicada na quinta-feira (22/8), conta agora com o apoio dos produtores de biodiesel. Assinam a manifestação a Aprobio, Abiove e Ubrabio. A mobilização tenta coibir os efeitos de um decreto do governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), que criou um corredor de importação a fim de possibilitar o diferimento do imposto interestadual nas operações internas de “fornecimento de óleo combustível” e “óleo diesel” realizadas por “refinarias de petróleo e destinadas a distribuidoras de combustíveis ou empresas importadoras”. A postergação do recolhimento se aplica, inclusive, ao desembaraço aduaneiro (feito em alto mar) das operações de importação executadas por empresas do comércio atacadista. Como se trata de um ato de ofício do chefe do Executivo maranhense, o decreto não pode ser derrubado via Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). A estratégia é semelhante ao corredor de importação criado pelo Amapá, no primeiro semestre de 2024, e que foi proibido posteriormente por decisão do Confaz. À época, a iniciativa instalou uma crise federativa dentro do Comsefaz, colegiado que reúne os secretários estaduais de Fazenda. Os termos do decreto fogem do regramento imposto por dois convênios do Confaz: o 199/2022 e o 15/2023. Ambos condicionam o diferimento às importações realizadas pela própria refinaria e pela CPQ, devendo ser recolhido por ocasião da operação subsequente."
Fonte: Epb; 23/08/2024
"Casa dos Ventos e a produtora de aço ArcelorMittal Brasil anunciaram, nesta sexta (23/8), a formação de uma joint venture para tornar híbrido o Complexo Eólico Babilônia Centro, viabilizando a construção de usinas fotovoltaicas junto ao empreendimento eólico, que está com as obras em fase avançada na Bahia. É a segunda parceria entre as empresas relacionada ao complexo, que no ano passado foi objeto de um contrato envolvendo investimentos de mais de R$ 4 bilhões na construção do parque eólico. Com a adição das usinas fotovoltaicas, a parceria entre as empresas atinge um investimento próximo a R$ 5 bilhões em empreendimentos renováveis que fornecerão mais se 310 MWm para as operações da ArcerlorMittal no Brasil. “As duas fontes se complementam com geração de energia em horários diferentes, otimizando a infraestrutura de transmissão”, explica Lucas Araripe, diretor-executivo da Casa dos Ventos. Juntando as duas fontes de geração de energia, Babilônia Centro terá quase 800 MW de capacidade instalada total. A usina de geração solar terá potência instalada de 224,7 MWdc e receberá investimentos de mais de R$ 680 milhões. A Casa dos Ventos possui 45% e a ArcelorMittal 55% de participação na joint venture. Segundo as companhias, a governança do empreendimento será compartilhada, assim como as decisões em todas as etapas do empreendimento, desde a construção até a operação. O projeto solar já contratou financiamento do Banco do Nordeste (BNB) e a expectativa é que a operação comercial seja iniciada no final de 2025."
Fonte: Epb; 23/08/2024
Bioenergia evitou mais de 85 milhões de toneladas de CO2 no Brasil em 2023
"Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) esta semana aponta que a bioeletricidade e os biocombustíveis estão contribuindo para aumentar a renovabilidade da matriz energética brasileira e reduzir a intensidade de carbono. De acordo com o levantamento (.pdf), tanto a geração de energia elétrica nas usinas sucroenergéticas quanto a produção de etanol e biodiesel cresceram em 2023, o que resultou em mais de 85,62 milhões de toneladas de CO2 evitadas pela bioenergia. O valor é 16% maior que o registrado antes da pandemia de Covid-19. No setor elétrico, a bioeletricidade representou 8,2% da energia elétrica gerada em 2023. A maior parte veio das usinas de etanol, com o bagaço de cana se convertendo em fonte de geração. Essa participação combinada com a manutenção da geração hidrelétrica e aumentos da geração eólica (+17,4%) e solar fotovoltaica (+68,1%) contribuiu para que a oferta de eletricidade no ano fosse ainda mais renovável do que em 2022, diz a EPE. E ajudou a deslocar a participação de térmicas a gás natural (-7,9%) e derivados de petróleo (-19,4%). O que resultou em um fator médio de emissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) de 0,0385 tCO2/MWh – cerca de 10% menor que o valor registrado em 2022, além de ser o menor valor dos últimos 12 anos. “A energia gerada pelas usinas de açúcar e etanol em 2023, utilizada para autoconsumo e exportada para a rede, contribuiu para evitar a emissão de 1,41 MtCO2, 2,3% a mais que as emissões evitadas em 2022 (1,37 MtCO2)”, aponta a EPE. A melhora contrasta com o cenário geral."
Fonte: Epb; 23/08/2024
Cresce o número de organização com 'padrão ouro' de reporte de emissões poluentes
"A pressão de clientes e investidores pela descarbonização dos negócios e a iminência de uma regra de precificação do carbono, que está no Congresso Nacional para votação, tem contribuído para mais empresas investirem no mapeamento de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). Em 2024, ao mesmo tempo em que o número de inventários cresceu 24% em relação a 2023, somando 985 no total, também aumentou significativamente a lista de documentos com o chamado “Selo Ouro”, a classificação mais alta do GHG Protocol. Segundo o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (FGVCes), responsável pelo protocolo no Brasil, para ser qualificado como Selo Ouro, o inventário de GEE precisa ser completo, ou seja, abranger as emissões vindas da operação da companhia (escopo 1), das fontes de energia utilizadas na operação (escopo 2) e da poluição gerada por terceiros que se relacionam com a companhia, tais como fornecedores, consumidores, e o pós-vida útil dos produtos (escopo 3). Além disso, o inventário “Selo Ouro” necessariamente precisa passar pela verificação de uma terceira parte independente e acreditada pelo Inmetro, órgão parceiro do programa. A verificação deve seguir as "Especificações de Verificação do Programa Brasileiro GHG Protocol", garantindo a transparência e a robustez do processo. A escolha da empresa verificadora deve considerar seu histórico e experiência. Guilherme Lefèvre, pesquisador e gestor do Programa Brasileiro GHG Protocol no Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, comenta que há dois principais benefícios visíveis para uma organização almejar o selo ouro. Um deles, tem a ver com a transparência com os stakeholders e a possibilidade de mostrar que está em "busca de excelência no trabalho de diagnóstico de emissões"."
Fonte: Valor Econômico; 23/08/2024
Incêndios cobrem cidades de SP de fumaça e fecham rodovias; gestão Tarcísio cria gabinete de crise
"Incêndios de grandes proporções bloqueavam, na tarde desta sexta-feira (23), estradas que dão acesso a diversas cidades na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou a criação de um gabinete de crise para atuar nos incêndios florestais. Ribeirão Preto tem, nesta sexta, céu encoberto por fumaça e poeira, ganhando tom avermelhado, como consequência do fogo e da estiagem. Brodowski, Pitangueiras, Batatais e Bebedouro também têm sido atingidas pela fuligem dos incêndios. A situação é especialmente preocupante na área rural no município de Sertãozinho, que está sem acesso a municípios vizinhos como Pontal e Barrinha. O parque ecológico da cidade também foi fechado devido à aproximação do fogo, informou a prefeitura. Segundo a Defesa Civil do Estado, há um incêndio em andamento na rodovia Carlos Tonani (SP-333), próximo à Fazenda Experimental, em Sertãozinho. Além da própria Defesa Civil, também atuam na ocorrência brigadistas e a Secretaria do Meio Ambiente. Um integrante do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto afirmou que a situação na região é crítica e que a corporação vem recebendo muitas chamadas de diversas localidades. Uma série de incêndios de grandes proporções atinge a região desde quinta-feira (22), causando prejuízos para a agricultura. A fumaça encobrindo a pista provocou um engavetamento envolvendo oito veículos na rodovia Brigadeiro Faria Lima, em Bebedouro, deixando dois feridos na quinta (22). Uma usina de açúcar e etanol de Luiz Antônio anunciou recompensa de R$ 30 mil para quem denunciasse criminosos que podem ter ateado fogo em suas lavouras. Não há confirmação de que os incêndios são criminosos."
Fonte: Valor Econômico; 23/08/2024
Carlos Piani, do Equatorial, será indicado presidente da Sabesp nesta semana
"Carlos Piani, presidente do conselho do Grupo Equatorial, será indicado presidente executivo da Sabesp esta semana, segundo fontes a par da movimentação. O grupo tornou-se o acionista de referência da empresa de saneamento paulista, com a compra de 15% de suas ações por R$ 6,9 bilhões no mês passado. Agora, nomeará Piani, cuja indicação havia sido antecipada pelo Estadão/Broadcast. Além de presidir o conselho do grupo, Piani faz parte de outros cinco colegiados, entre eles Vibra Energia, Ambipar e Hapvida. Aos 51 anos, foi presidente da construtora PDG Realty e da Kraft Heinz no Canadá, além de ter sido sócio da gestora Vinci Partners. Também esteve à frente da distribuidora maranhense Cemar (Equatorial Energia Maranhão), na qual conseguiu universalizar a cobertura do sistema, com apoio do programa Luz para Todos. Piani assumirá a gigante paulista que atende 28,1 milhões de pessoas em 371 municípios numa corrida contra o tempo: a meta de universalização do saneamento foi antecipada de 2033 para 2029 pelo governo do Estado, no processo de privatização. Isso significa incluir no sistema da Sabesp os cerca de 20% da população – além desses 28 milhões de habitantes -, que não contam com o serviço de água ou saneamento (ou ambos). Para isso, estima-se que a companhia precisará de cerca de R$ 70 bilhões no período, que deverão vir da geração de caixa da empresa, bem como de captações feitas no mercado e de ganhos de produtividade na empresa. A Sabesp faturou R$ 40 bilhões em 2023, com lucro consolidado de R$ 2,8 bilhões. Há regras estritas para a distribuição de dividendos nesse período, que cairá caso as metas de universalização não sejam alcançadas."
Fonte: InfoMoney; 25/08/2024
'Transição energética só vai acontecer a partir do fóssil', diz CEO da Vibra
"Desde que assumiu a liderança da Vibra (ex-BR Distribuidora) em fevereiro de 2023, Ernesto Pousada vem equilibrando o desafio de investir em combustíveis fósseis e em fontes renováveis. De um lado, mira no agronegócio, destinando R$ 250 milhões ao reforço de infraestrutura para as regiões Centro-Oeste e Norte, além da ampliação da fábrica de lubrificantes em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Em paralelo, foca em fontes renováveis, como o combustível sustentável de aviação (SAF), hidrogênio e biometano, enquanto estuda novos projetos por meio da Comerc, empresa de energia solar na qual a Vibra acabou de chegar a 100% das ações após comprar fatia remanescente de 50% da empresa. "A transição energética só vai acontecer a partir do crescimento e da geração de valor no nosso negócio fóssil enquanto ele existir", afirma Pousada. Mas novos desafios se aproximam: a partir de 2029, a Vibra terá que iniciar o processo de mudança de nome nos postos devido a um acordo com a Petrobras, desvinculando-se da marca que historicamente esteve atrelada à estatal. "O negócio de distribuição de combustíveis ainda vai existir por muitos e muitos anos no Brasil. É o que move o país e nós vamos continuar investindo. Temos algumas estratégias de investimento, como no agronegócio. Essa é uma vertical importante, e o consumo de energia vai crescer muito em direção ao Centro-Oeste e ao Norte do país. Estamos fazendo investimentos em infraestrutura e logística da ordem de R$ 150 milhões nessas regiões. Com a seca do Amazonas, há três meses estamos desenvolvendo um plano detalhado de como levar energia, segundo Pousada."
Fonte: O Globo; 26/08/2024
Combate a mudanças climáticas exige maior produtividade agrícola
"O aumento da produção agrícola brasileira precisará ser alavancado por ganhos de produtividade a cada dia maiores. Será necessário investir em conhecimento e avanços tecnológicos que permitam produzir mais em menos espaço, do contrário o agravamento da crise climática global tornará o próprio agronegócio inviável. Não é outra a conclusão que se depreende dos dados do projeto MapBiomas sobre a destruição da vegetação natural brasileira. Desde a chegada dos portugueses, em 1500, até o ano passado, o Brasil perdeu 33% da vegetação nativa. A Amazônia perdeu 55 milhões de hectares de floresta (14%). O Cerrado, 38 milhões de hectares (27%). Até meados dos anos 1980, a queda na cobertura vegetal brasileira havia sido de 20%. Os 13% restantes ocorreram nos últimos 38 anos — período que coincide com a expansão da agricultura e da pecuária. A área de pastagens cresceu nesse período 79% e hoje ocupa 72,5 milhões de hectares. A de cultivo agrícola aumentou 228%, para 42,4 milhões de hectares. Houve redução expressiva da cobertura vegetal nos estados por onde avançou a fronteira agrícola. Em Rondônia, de 93% para 59%. No Maranhão, de 88% para 61%. Em Mato Grosso, de 87% para 60%. No Tocantins, de 85% para 61%. A pecuária foi o principal vetor do desmatamento nesses estados. Entre 1985 e 2023, a destinação de terra para gado aumentou de 6% para 38% em Rondônia, de 5% para 29% no Maranhão, de 6% para 24% em Mato Grosso e de 7% para 30% no Tocantins. Ao longo do período de 38 anos, a criação de gado, predominante em 48% dos municípios brasileiros, passou a ser o principal negócio em 60%. Foi assim que o Brasil passou a ter um dos maiores rebanhos do mundo e a ser um dos maiores exportadores de proteínas, tanto animais quanto vegetais."
Fonte: O Globo; 26/08/2024
Projetos de hidrogênio verde somam R$ 188,7 bi
"O Brasil conta com 66 projetos de hidrogênio verde que somam investimentos de R$ 188,7 bilhões, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A maior parte deles está concentrada no Nordeste. No Ceará, o Porto de Pecém apresenta o investimento mais robusto, de R$ 110,6 bilhões, e demais portos devem concentrar os outros aportes mais expressivos. Isso é um indicativo de que os investidores preparam projetos para atender à demanda externa. Diante desse cenário, especialistas e governo destacam a necessidade de também se olhar para o mercado interno, de forma a assegurar que o Brasil se torne referência na produção de bens industrializados sustentáveis. “A grande questão é como transformar vantagens comparativas que o Brasil tem em competitividade”, diz o superintendente de meio ambiente e sustentabilidade da entidade, Davi Bomtempo."
Fonte: Valor Econômico; 26/08/2024
Crise climática já causa perdas de R$ 6,67 bi ao agronegócio
"Extremos climáticos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca que castiga a região Norte, já causaram ao menos R$ 6,67 bilhões em prejuízos para o agronegócio brasileiro. Segundo especialistas, a conta é alta e os efeitos ainda devem perdurar, seja por danos estruturais ou por impacto nas atividades agrícolas e pecuárias. Além das perdas de vidas, a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul em abril e maio causou prejuízos de R$ 5,4 bilhões à agricultura e pecuária do Estado, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Na região Norte, onde a falta de chuvas reduz o volume d’água em rios antes caudalosos, os danos à agricultura e à pecuária somam quase R$ 1,3 bilhão, acrescenta a entidade. Como a seca persiste, a CNM diz que o montante deve aumentar à medida que novas informações sejam reportadas pelas cidades. Na Amazônia, ribeirinhos vêm afirmando que a estação seca chegou mais cedo este ano, mas na verdade ela sequer foi embora, avalia Ana Paula Cunha, pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Segundo ela, a seca completou um ano em diversas regiões do bioma, e os impactos negativos são maiores entre os mais pobres. Já no Porto de Rio Grande, principal via de exportação da produção agrícola gaúcha, a quantidade de sedimentos reduziu o calado do complexo, limitando operações. A Portos RS, empresa pública que administra o sistema hidroviário do Estado, está investindo em dragagem para permitir a volta de navios de maior capacidade. No fim de semana, queimadas em São Paulo levaram 46 municípios a decretar alerta máximo, elevando as incertezas para as lavouras de grãos e cana. Dois aeroportos no Estado precisaram ser fechados."
Fonte: Valor Econômico; 26/08/2024
Tributação de ativos ambientais e o G20
"O ano de 2024 representa um marco significativo para o Brasil no cenário global, especialmente no que diz respeito às discussões sobre desenvolvimento sustentável. Este ano, o Brasil será anfitrião da 19ª Reunião de Cúpula do G20, onde liderará mais de cem grupos de trabalho e reuniões temáticas. Esses encontros, que culminarão na Cúpula de Líderes nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, reúnem as principais lideranças dos 19 países-membros. Durante essa cúpula, a agenda refletirá sobre a urgência da transição energética e a implementação de uma economia verde no Brasil. Nesse contexto, a geração e comercialização de ativos ambientais emergem como pilares fundamentais para o alcance desses objetivos. Infelizmente, a falta de regulamentação adequada no Brasil ainda impede o pleno desenvolvimento desse mercado promissor. Atualmente, três ativos ambientais se destacam: (i) créditos de carbono; (ii) Certificado Internacional de Energia Renovável (I-REC); e (iii) Créditos de Descarbonização (CBIO). Esses instrumentos, embora tenham o objetivo comum de fomentar a sustentabilidade, atuam em esferas distintas. Os I-REC são certificados que comprovam a geração de energia a partir de fontes renováveis, como solar, eólica e hidrelétrica. Cada I-REC corresponde a 1 MWh de eletricidade gerada por fontes renováveis, oferecendo um parâmetro confiável de rastreabilidade. Por outro lado, os créditos de carbono visam a compensação das emissões de CO2, sendo adquiridos por empresas que buscam neutralizar suas emissões e cumprir metas de sustentabilidade. Os CBIO, por sua vez, são instrumentos emitidos no Brasil, atestando a quantidade de carbono evitada na produção de biocombustíveis, promovendo a descarbonização do setor sucroalcooleiro."
Fonte: Valor Econômico; 26/08/2024
Como normas sobre ESG da União Europeia afetam operações de M&A no Brasil
"A crescente atenção a fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) nas operações comerciais resultou no surgimento de regras destinadas a garantir a transparência do mercado em relação a esses aspectos. A aprovação de um conjunto de atos pela União Europeia nesse sentido impacta negócios realizados fora dos países do bloco, incluindo o Brasil – que tem o bloco como um de seus principais parceiros econômicos. O ESG oferece um quadro de gestão de riscos para diversos agentes do mercado, colocando em evidência fatores não financeiros. Sanções por ilícitos ambientais ou atos de corrupção, por exemplo, tem consequências negativas inclusive financeiramente, sendo um fator relevante em decisões comerciais e de investimento. Ao interesse dos investidores, somam-se naturalmente as preocupações com o futuro ecológico do planeta. Esses fatores impulsionaram a aprovação de normas no âmbito da União Europeia com vistas à promoção da transparência do mercado em relação a fatores ESG. Três atos legislativos em especial possuem relevância nesse contexto. O regulamento SFDR (Sustainable Finance Disclosure Regulation) impôs a instituições financeiras o dever de divulgar como dados dos riscos relacionados à sustentabilidade são considerados em decisões de investimento. Ainda, a diretiva CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive) exige que empresas no bloco europeu divulguem relatórios de sustentabilidade com base na "dupla materialidade", abrangendo a evolução, posição da empresa e o impacto de suas atividades em questões ambientais, sociais, direitos humanos e combate à corrupção."
Fonte: Valor Econômico; 26/08/2024
Política
Frente do Livre Mercado apoia atribuição da mistura de diesel verde aos produtores
"A Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM) celebrou o acolhimento da emenda que atribui ao produtor a responsabilidade pela mistura de diesel verde (HVO) ao combustível fóssil. A frente divulgou nota, nesta sexta (23/8), elogiando o relatório do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB), que acatou a emenda da senadora Tereza Cristina (PP/MS). A emenda atribui aos produtores ou importadores de diesel a responsabilidade pela mistura do diesel verde ao óleo diesel, enquanto o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definirá a participação volumétrica mínima e o percentual de adição obrigatória desse biocombustível, respeitando o limite obrigatório em até 3%. Caso seja aprovada, a Petrobras, que responde por quase 80% do mercado brasileiro de diesel, será a principal afetada pela medida. A estatal é contra essa atribuição. Para a FPLM, o relatório acerta ao concentrar a responsabilidade nos produtores, considerando o número reduzido de produtores e importadores em comparação à vasta quantidade de distribuidores de combustíveis. Além disso, destaca que essa opção garante o cumprimento da obrigação, “mitigando o impacto de novas irregularidades na distribuição e premiando a sociedade civil com a certeza de que a política de descarbonização será cumprida e terá seu impacto ambiental”. Atualmente, são 19 empresas autorizadas a realizar o refino no país e 14 portos que importam diesel, enquanto mais de cem distribuidoras operam cerca de 280 bases, o que tornaria a fiscalização mais complexa. “Ao concentrar a mistura nos produtores, espera-se mitigar o impacto na cadeia, pois, além de fechar o mercado para atores ilegais, promoverá a garantia de cumprimento e otimização logística, melhorando a eficácia do processo“, ressaltou a senadora Tereza Cristina, autora da emenda."
Fonte: Epb; 23/08/2024
Internacional
Política
China supera novo marco ao alcançar meta de energia limpa antes do previsto
"A China, líder mundial no setor de energia limpa, ultrapassou outro marco: sua capacidade eólica e solar superaram uma meta definida pelo presidente Xi Jinping quase seis anos antes do planejado. No mês passado, a segunda maior economia do planeta adicionou 25 gigawatts à sua matriz energética a partir de turbinas e painéis, expandindo a capacidade total para 1.206 gigawatts, de acordo com a Administração Nacional de Energia nesta sexta-feira. As informações foram divulgadas pela Bloomberg. A China gasta muito mais do que o resto do mundo quando se trata de energia limpa e quebrou repetidamente recordes de instalação eólica e solar nos últimos anos. O rápido crescimento ajudou a levar ao declínio na geração de energia a carvão neste ano e pode significar que o maior poluidor do mundo já atingiu o pico de emissões bem antes de sua meta de 2030. Ainda assim, a energia solar e eólica geraram apenas cerca de 14% da eletricidade na China neste ano. Mais trabalho será necessário para aumentar essa participação e continuar a reduzir a dependência de energias fósseis. Os operadores de rede do país estão investindo pesadamente em linhas de transmissão e armazenamento para conseguir lidar com eventuais instabilidades na geração. A indústria siderúrgica da China, a maior do mundo, está diante de uma crise de magnitude superior às quedas registradas em 2008 e 2015. A situação foi descrita como um "inverno rigoroso" pelo presidente da China Baowu Steel Group, Hu Wangming, durante a reunião semestral da empresa. Em sua análise, Hu destacou a necessidade de preservar o caixa e minimizar riscos, sugerindo que a crise pode ser mais prolongada e difícil de superar do que o esperado."
Fonte: Exame; 23/08/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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