Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quarta-feira em território misto, com o IBOV avançando 0,19%, enquanto o ISE andou de lado (+0,03%).
• No Brasil, (i) a Câmara dos Deputados aprovou, por 267 votos a favor e 116 contra, o texto-base do novo marco legal do licenciamento ambiental – os parlamentares ainda devem analisar os destaques, e depois, o texto segue para sanção presidencial; (ii) o Ibama suspendeu a análise da licença de exploração da Petrobras para a 4ª etapa do pré-sal na Bacia de Santos, um projeto de R$ 196 bilhões – o motivo dado pelos técnicos: a ausência de um programa específico contra mudanças climáticas no pedido de licenciamento.
• No internacional, a Blackstone, firma de private equity com US$ 1,2 trilhão sob gestão, disse que vai investir US$ 25 bilhões na Pensilvânia para construir data centers e usinas de gás natural que vão alimentá-los – em contexto, o estado americano está se tornando um polo estratégico de AI dado seu sistema célere para aprovação de projetos, além de energia de baixo custo.
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Brasil
Política
Ibama suspende análise de licença do pré-sal, um projeto de R$ 196 bilhões
“O Ibama suspendeu a análise da licença de exploração da Petrobras para a 4ª etapa do pré-sal na Bacia de Santos, um projeto de R$ 196 bilhões. O motivo dado pelos técnicos: a ausência de um programa específico contra mudanças climáticas no pedido de licenciamento. A decisão, tomada no início de julho, deve atrasar a instalação de 10 plataformas de produção a pelo menos 178 km da costa de São Paulo e Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que o Ibama exige compromissos climáticos tão detalhados de uma petroleira. O órgão solicitou um plano com metas claras em cinco áreas: transparência, monitoramento, mitigação, compensação e adaptação. A decisão marca um novo patamar de exigência ambiental para grandes projetos de exploração de petróleo no Brasil. O órgão, subordinado à Ministra Marina Silva, sinaliza que não basta mais apresentar medidas paliativas; agora é preciso mostrar compromissos verificáveis de redução de emissões. Depois que o Ibama comunicou a suspensão da análise, a Petrobras enviou ao órgão informações sobre iniciativas já implementadas, como a reinjeção de gás nos poços e redução da queima de combustível. Para o Ibama, no entanto, as açṍes não atendem às novas exigências. A suspensão pelo Ibama sugere que o órgão está focado nas emissões de carbono. As 10 plataformas previstas lançariam mais de 7,6 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano entre 2032 e 2042. Isso representa cerca de 43% das emissões de todas as usinas termelétricas fósseis do Brasil em 2023.”
Fonte: Brazil Journal; 16/07/2025
Navio sustentável terá prioridade na BR do Mar
“Com expectativa de melhorar a eficiência logística, reduzir emissões de CO2 e ampliar a frota de navios que atendam padrões de sustentabilidade, o governo Lula (PT) assinou nesta quarta (16/7) o decreto que regulamenta a política de incentivo à cabotagem conhecida como BR do Mar. Sancionada em 2022 por Jair Bolsonaro (PL), a lei 14301/2022 flexibilizou o afretamento de embarcações estrangeiras para serem usadas no transporte de cargas no interior do país. Na época, a previsão era aumentar de 11% para 30% a participação desse meio de transporte na logística nacional. A regulamentação traz regras para esse afretamento, e busca também assegurar o interesse na produção nacional e conteúdo local. O texto deve ser publicado no Diário Oficial da União na quinta (17), segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos). De acordo com o MPor, um dos instrumentos no decreto é o estímulo para que Empresas Brasileiras de Navegação (EBNs) adotem embarcações sustentáveis. Elas estão agora autorizadas a ampliar em até 50% a tonelagem de sua frota própria com afretamento de embarcação estrangeira, mas se for sustentável, o percentual sobe para 100%. Além disso, se a EBN tiver navios sustentáveis, poderá afretar o dobro de modelos tradicionais com a mesma capacidade. E caso contrate embarcações estrangeiras sustentáveis, poderá afretar até três navios. Os critérios são sociais e ambientais. Equidade de gênero, capacitação, saúde e segurança do trabalhador, por exemplo, estão entre os compromissos sociais que devem ser assumidos pelas companhias.”
Fonte: Eixos; 16/07/2025
Taxonomia verde pode ajudar a destravar corredores a gás, defende George Santoro
“A inclusão do gás natural como combustível de transição na Taxonomia Sustentável Brasileira será fundamental para viabilizar os corredores sustentáveis e incentivar, assim, a substituição do diesel pelo gás na frota de veículos pesados, defende o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro. Em entrevista ao estúdio eixos, durante o evento Energia 360 Alagoas 2025, promovido pela Origem Energia, Santoro disse que o reconhecimento do gás, na taxonomia, ajudará a financiar os investimentos necessários em infraestrutura. A expectativa, segundo ele, é que o assunto avance a tempo da COP30, este ano. “A taxonomia é a coisa mais importante para o setor de transporte”, disse. O Ministério da Fazenda se debruça sobre a construção da Taxonomia Sustentável do Brasil. O mecanismo deve ajudar a reorientar o financiamento e os investimentos públicos e privados para atividades econômicas com impactos ambientais, climáticos e sociais positivos. “Todo mundo quer ser mais relevante nessa discussão de descarbonização. E a gente precisa ter a possibilidade de estar dentro da taxonomia, na parte obrigatória, para a gente poder ser elegível, para a gente participar desse mercado de carbono, para financiar essa transição energética”, comentou. Santoro destacou que o Brasil precisa aproveitar o seu potencial de produção de gás para reduzir a dependência do diesel.”
Fonte: Eixos; 16/07/2025
Por 267 a 116 votos, Câmara aprova texto-base do PL que afrouxa licenciamento ambiental
“Em sessão remota, com discussão que teve início às 23h44 da quarta-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou, por 267 votos a 116 votos, o texto-base do novo marco legal do licenciamento ambiental que, na prática, simplifica as regras para as autorizações. Mesmo após pressão de um conjunto de quase 30 frentes parlamentares, empresários e entidades pelo adiamento da votação, os deputados aprovaram o texto, à 1h54 desta quinta-feira (17). Os parlamentares ainda devem analisar os destaques. Depois, o texto segue para sanção presidencial. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o governo fez esforço para adiar a votação, mas que isso não foi possível. Disse ainda, que entende que “isso não é o fim do mundo”, se a vontade do Plenário era de apreciar o projeto. “Por pouco não fizemos um acordo, mas vida que segue”. A orientação do governo foi contra o texto. O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que “não tem dúvidas” de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá vetar o projeto. Criticado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e apelidado de “PL da Devastação” por ambientalistas, o texto tem, por outro lado, o apoio de outros ministérios do governo de Lula, como Transportes, Cidades e Agricultura. O relator do projeto, deputado Zé Vitor (PL-MG), rebateu as críticas e disse que não se fundamentam, porque não têm amparo técnico. “São, pura e simplesmente, uma questão ideológica”, declarou ao Valor. “O que nós estamos tratando aqui é um rito administrativo, burocrático e técnico. Não há espaço para subjetividades e nem achismos e muito menos posições partidárias ou ideológicas.”
Fonte: Valor Econômico; 17/07/2025
Internacional
Empresas
Blackstone põe US$ 25 bi em data centers e energia na Pensilvânia
“A Blackstone — firma de private equity com US$ 1,2 trilhão sob gestão — disse que vai investir US$ 25 bilhões na Pensilvânia para construir data centers e usinas de gás natural que vão alimentá-los. O estado americano está se tornando um polo estratégico de AI porque possui um sistema célere para aprovação de projetos (igualzinho o Brasil!) e é abundante em geração de energia de baixo custo. O estado detém 20% da produção americana de gás natural. Além disso, a abundância de terra e de energia na região nordeste da Pensilvânia — que faz fronteira com NY — permite a instalação de infraestruturas energética e de inteligência artificial no mesmo lugar, a chamada co-location, o que reduz o tempo de operacionalização das plantas. Isso é relevante porque gargalos na cadeia de suprimentos e na obtenção de licenças nos EUA têm atrasado a entrada em operação dos novos data centers, prejudicando o retorno dos projetos. Os data centers da Blackstone serão desenvolvidos e operados pela QTS, uma das grandes players do setor e investida da gestora. A empresa diz já ter terrenos no nordeste do estado para executar o projeto. Já as plantas de geração de energia a gás natural serão desenvolvidas por uma JV entre a Blackstone e a PPL (a antiga Pennsylvania Power & Light), uma concessionária de energia do estado. A construção está prevista para começar no final de 2028 e pode atrair mais US$ 60 bilhões em investimentos para o estado, disse a gestora, que anunciou o investimento esta semana num evento com o Presidente Trump.”
Fonte: Brazil Journal; 16/07/2025
“A Nestlé anunciou na quinta-feira projetos de restauração ambiental em parceria com a startup de reflorestamento re.green e a chocolateria Barry Callebaut no Brasil, com o objetivo de plantar milhões de árvores em áreas onde obtém ingredientes essenciais. A iniciativa faz parte de uma onda de investimentos corporativos que estão ampliando o setor de reflorestamento no Brasil e está alinhada com a meta da Nestlé de se tornar neutra em carbono até 2050, ao mesmo tempo em que restaura ecossistemas em regiões críticas para a produção de cacau e café. As empresas informaram que os dois projetos distintos plantarão 11 milhões de árvores em 8.000 hectares (19.768 acres). O projeto da re.green, com duração prevista de 30 anos, envolve o plantio de 3,3 milhões de árvores de espécies nativas da Mata Atlântica costeira do Brasil, no estado da Bahia, região Nordeste. Espera-se que essa iniciativa gere 880 mil créditos de carbono. A parceria com a Barry Callebaut visa restaurar 6.000 hectares nos estados da Bahia e do Pará, sendo que a maior parte será convertida em sistemas agroflorestais com cultivo de cacau. “Esses projetos apoiarão nossas metas de descarbonização, mas nossa estratégia de sustentabilidade vai além da remoção de carbono”, afirmou Barbara Sapunar, diretora de Transformação de Negócios e ESG da Nestlé Brasil. “Queremos regenerar áreas nas regiões onde obtemos nossos ingredientes. A restauração ambiental aumenta a resiliência das cadeias de abastecimento”, acrescentou.”
Fonte: Reuters; 17/07/2025
Política
ONU alerta: apenas 35% dos ODS estão no caminho certo para 2030
“Quase dez anos após o lançamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, metas que devem ser alcançadas até 2030 para o alcance de um futuro possível, a ONU alerta que apenas 35% das metas estão no caminho correto. A informação é do Relatório dos ODS, apresentado nesta semana pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, em Nova York. O material aponta que cerca de metade das 17 metas tem avançado lentamente, enquanto 18% apresentaram retrocessos. Para Guterres, os números apontam para uma emergência no desenvolvimento das sociedades. “Esse relatório é uma bússola, apontando caminhos para o progresso. Os ODS ainda podem ser alcançados, mas exigem urgência, união e determinação para isso”, conta. O relatório destaca que as mudanças climáticas aceleradas, assim como a alta de conflitos armados — como as guerras entre Irã e Israel e Ucrânia e Rússia — que removeram cerca de 120 milhões de pessoas das suas casas, são motivos que influenciam negativamente o histórico das ODS. Entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que mais apresentam dificuldades para melhorar está o ODS 1, sobre a erradicação da pobreza, e ODS 10, que detalha estratégias para a redução das desigualdades. O documento aponta que mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo vivem na extrema pobreza. Outro é o ODS 6, que envolve a gestão da água limpa e saneamento, motivado pelos milhões de pessoas em diversas regiões sem acesso à água potável e higiene.”
Fonte: Exame; 16/07/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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