Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de terça-feira em alta, com o IBOV e o ISE avançando 1,56% e 1,75%, respectivamente.
• Na política, a Câmara dos Deputados aprovou ontem o relatório do deputado Zé Vitor (PL-MG) sobre a MP que cria a Licença Ambiental Especial (LAE), com o aval dos deputados sendo dado uma semana após o Congresso derrubar a grande maioria dos vetos do presidente Lula ao projeto de lei do licenciamento – o parecer do relator mantém a figura da LAE, mas propõe algumas mudanças na legislação, entre as quais a proibição da Licença por Adesão e Compromisso (LAC) para o setor de mineração e outras atividades.
• Do lado das empresas, (i) o Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro, está buscando se aproximar da produção de minerais críticos, de olho na movimentação desses produtos com o aumento da demanda para a transição energética – segundo o CEO, Eugenio Figueiredo, há conversas em curso com empresas, associações e governos de regiões produtoras de minerais que estão na área de influência do porto; e (ii) a Terranova, empresa do fundo de investimentos britânico Actis, que pertence ao americano General Atlantic, segue investindo no mercado de data centers de larga escala na América Latina e oficializou sua operação ontem, com um investimento programado de US$ 1,5 bilhão em três anos – “estamos fazendo um trabalho de garantir terrenos e energia nestas localidades”, informa conta o presidente da Terranova, José Eduardo Quintella.
Gostaria de receber os relatórios ESG por e-mail? Clique aqui.
Gostou do conteúdo, tem alguma dúvida ou quer nos enviar uma sugestão? Basta deixar um comentário no final do post!
Brasil
Empresas
Vale prevê R$ 43 bi até 2030 para indenizações e eliminação de barragens
“A mineradora Vale prevê ter um desembolso de caixa de R$ 43 bilhões nos próximos cinco anos com compensações financeiras relacionadas aos desastres de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, e com a descaracterização de barragens de rejeitos. A estimativa foi divulgada pela empresa durante evento para investidores em Londres nesta terça-feira (2). Logo no início da apresentação, o CEO Gustavo Pimenta apresentou dados sobre acidentes e o risco das barragens ainda existentes, em linha com o trabalho da mineradora nos últimos anos para recuperar a confiança de investidores. Os cálculos apontam uma diminuição gradual com esses gastos ano após ano. Em 2025, eles somaram R$ 22,3 bilhões. Eles incluem provisões relacionadas ao processo da Justiça do Reino Unido, no qual a BHP foi condenada pelo rompimento da barragem da Samarco em 2015, no município de Mariana. A Samarco é controlada pela Vale e pela BHP por meio de uma joint venture. Em 2024, as duas empresas firmaram um acordo de divisão de responsabilidades nos processos que correm fora do Brasil. “Os riscos [financeiros] relacionados ao processo no Reino Unido são residuais em relação ao processo do Brasil”, disse Marcelo Bacci, vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores, em resposta a um analista. Ele se refere ao acordo de R$ 170 bilhões que Vale e BHP fecharam com autoridades brasileiras para indenização e reparação dos danos.”
Fonte: Capital Reset; 2/12/2025
Minerais críticos para a transição energética na mira do Porto do Açu
“O Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro, está buscando se aproximar da produção de minerais críticos, de olho na movimentação desses produtos com o aumento da demanda para a transição energética. Segundo o CEO do Porto do Açu, Eugenio Figueiredo, há conversas em curso com empresas, associações e governos de regiões produtoras de minerais que estão na área de influência do porto, como Minas Gerais e Goiás, além do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. “Em Minas, por exemplo, a gente sempre fala do Açu como potencial saída para esses minerais”, disse a jornalistas. Um dos diferenciais do empreendimento para atrair essa movimentação é o espaço para expansão disponível, destacou Rogério Zampronha, CEO da Prumo Logística, controladora do porto. De acordo com o executivo, há possibilidade de criar áreas dedicadas para esses produtos. Ele cita terras raras e metais, como o cobre, entre as áreas de interesse. “O custo logístico em relação ao preço do produto que está sendo carregado é pouco representativo. E a gente, mais do que qualquer outro porto do Brasil, consegue criar estruturas dedicadas para um produto específico, para garantir que não haja contaminação”, disse. Hoje, o Porto do Açu já é um dos principais canais de escoamento de concentrado de cobre do país. Além disso, o empreendimento tem experiência no segmento de mineração, com um terminal dedicado a minério de ferro, operado pela joint venture Ferroport, uma parceria entre a Anglo American e a Prumo.”
Fonte: Eixos; 2/12/2025
Terranova investe US$ 1,5 bi em ‘data centers’
“O mercado de “data center” de larga escala, os chamados “hyperscales”, para serviços de computação em nuvem e inteligência artificial (IA), ganha um novo competidor na América Latina. A Terranova, empresa do fundo de investimentos britânico Actis, que pertence ao americano General Atlantic, oficializou sua operação nesta terça-feira (2) com um investimento programado de US$ 1,5 bilhão, em três anos. Além do Brasil, o foco está no Chile e no México, os três principais mercados para grandes “data centers” na América Latina. A entrada no setor foi estudada ao logo de 2025, conta o presidente da Terranova, José Eduardo Quintella, ao Valor. “Estamos fazendo um trabalho de garantir terrenos e energia nestas localidades”, informa Quintella. No início de 2026, a Terranova inaugura seu primeiro centro de dados em San Miguel de Allende, na região de Querétaro, no México. O projeto conta com capacidade total de 8 Megawatts (MW) e investimento total de cerca de US$ 90 milhões. A Terranova ainda negocia um terreno no Chile e um segundo terreno no México, “em estágios bem avançados”, diz o CEO. No Brasil, a empresa possui dois projetos de “data centers” no interior e no litoral do Estado de São Paulo. O projeto mais adiantado, em Campinas tem inauguração prevista para 2027.”
Fonte: Valor Econômico; 2/12/2025
Política
Câmara aprova Licença Ambiental Especial
“A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (2) o relatório do deputado Zé Vitor (PL-MG) sobre a medida provisória que cria a Licença Ambiental Especial (LAE). O aval dos deputados foi dado uma semana após o Congresso derrubar a grande maioria dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei do licenciamento – apelidado de “PL O texto, cujo prazo expira na próxima sexta-feira (5), segue para análise do plenário do Senado. O parecer do relator mantém a figura da LAE, mas propõe algumas mudanças na legislação, entre as quais a proibição da Licença por Adesão e Compromisso (LAC) para o setor de mineração e outras atividades. O dispositivo da LAE foi idealizado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para acelerar o licenciamento de empreendimentos que sejam considerados estratégicos para o país, como a exploração de petróleo na Margem Equatorial, por exemplo, desde que aprovados por um conselho de governo. Em agosto, o governo federal vetou esse ponto, mas encaminhou ao Congresso uma MP prevendo a LAE apenas em um sistema trifásico, ou seja, obedecendo às três etapas atuais de licenciamento, e não o modelo monofásico, com apenas uma fase. Na semana passada, o Legislativo rejeitou a maioria dos 63 vetos de Lula, mas, após acordo com o Executivo, os parlamentares decidiram adiar justamente os vetos relacionados à LAE para dar tempo de votar a MP nesta semana. Em caso de aprovação da MP pelo Senado, os vetos adiados devem ser mantidos na próxima sessão do Congresso, que deve ser realizada ainda esse ano.”
Fonte: Valor Econômico; 3/12/2025
Após duas décadas, Moratória da Soja ruma para o fim
““A Moratória da Soja como a conhecemos acabou”. A constatação é de um executivo do agronegócio ao se referir ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que são constitucionais as leis estaduais que proíbem a concessão de incentivos fiscais empresas que integram acordos como os da Moratória da Soja. A decisão significa que os signatários do acordo teriam de optar entre manter a suas políticas de compras baseada em critérios ambientais ou seguir usufruindo dos incentivos fiscais. É consenso no setor que a escolha está feita: as companhias não vão abrir mão do resultado financeiro para seguir no arranjo, segundo seis pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pelo Reset. Na prática, isso deve levar ao fim da atuação coletiva das empresas. A Moratória da Soja é um acordo voluntário firmado em 2006 entre as compradoras de soja (as tradings) e organizações da sociedade civil. Posteriormente, o governo brasileiro também se juntou à iniciativa. As empresas signatárias se comprometem a não comprar soja cultivada em áreas da Amazônia desmatadas após julho de 2008, respondendo a uma demanda de compradores estrangeiros. O Código Florestal brasileiro permite a supressão vegetal de até 20% das propriedades rurais na Amazônia, mas as signatárias do acordo não compram soja de áreas desmatadas legalmente.”
Fonte: Capital Reset; 2/12/2025
Emissões veiculares estão mudando de perfil no Brasil
“Evoluções tecnológicas, políticas ambientais e expansão da frota estão alterando o perfil das emissões veiculares no Brasil, que passam a ter menos material particulado e mais carbono, mostra o inventário publicado nesta terça (2/12) pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema). Com uma frota e 45 milhões de carros, sendo 7% flex fuel e mais de 2,5 milhões de ônibus e caminhões, o país tem adotado políticas como Proconve, RenovaBio, Mover e Combustível do Futuro para mitigar os impactos do setor sobre a qualidade do ar e o clima. A preferência pelo transporte individual traz novos desafios, no entanto. Para o Iema, o cenário demonstra que avanços tecnológicos, isolados, não dão conta do esforço para cortar os diferentes tipos de emissões. Coordenado pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e dos Transportes, o estudo observa que algumas iniciativas já mostram resultados. Por exemplo, o Proconve conseguiu levar as emissões de material particulado para uma trajetória de queda desde o início dos anos 2000. De mais de 64 mil toneladas do poluente lançadas na atmosfera naquele ano, para menos de 18 mil toneladas em 2024. Caminhões pesados e semipesados responderam por 57% dessas emissões. Por outro lado, a expansão da frota e consequente aumento no consumo de gasolina e diesel está puxando as emissões de CO2 — mesmo com a maior participação dos biocombustíveis.”
Fonte: Eixos; 2/12/2025
Internacional
Empresas
A BMW estabelece uma nova meta climática de médio prazo
“A montadora alemã BMW (BMWG.DE), o objetivo é reduzir suas emissões equivalentes de CO2 em pelo menos 60 milhões de toneladas métricas até 2035, em relação aos níveis de 2019, disse na terça-feira, estabelecendo novas metas de médio prazo dentro da meta de longo prazo de alcançar o zero líquido até 2050. A nova meta, que se aplica a todas as variantes de tração ao longo do ciclo de vida de um veículo, representa uma redução adicional de cerca de 20 milhões de toneladas de CO2E além da meta atual para 2030, informou o veículo. Para alcançar as metas, que abrangem o design dos veículos, a obtenção de matérias-primas, produção e uso, a BMW afirmou que usará cada vez mais energia renovável na produção e na cadeia de suprimentos, produtos e processos, garantindo que uma parcela maior de sua frota seja eletrificada.”
Fonte: Reuters; 2/12/2025
Política
O chefe da SEC dos EUA pede uma reformulação das regras de divulgação de remuneração executiva
“O principal órgão regulador de Wall Street disse na terça-feira que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) deveria reformar as regras que exigem a divulgação da remuneração dos executivos e agir para reduzir os ônus legais enfrentados por empresas menores. Em um discurso na Bolsa de Valores de Nova York, apresentado como uma declaração de sua visão para o futuro dos mercados de capitais, o presidente da SEC, Paul Atkins, também antecipou os principais temas da agenda de políticas desregulatórias da agência. Desde que assumiu o cargo em abril, Atkins apresentou planos que abrangem o setor de criptomoedas e inclinam o equilíbrio de poder dos investidores de volta para as empresas. A Casa Branca, afirmando controle direto sobre a agência, também pediu um Fim do relatório trimestral e reformas em disputas entre acionistas. “Quando o regime de divulgação da SEC foi sequestrado para exigir informações desvinculadas da materialidade, os investidores não se beneficiam”, disse Paul Atkins em suas declarações preparadas. “Precisamos de um reajuste desses e de outros requisitos de divulgação da SEC.” Atkins também afirmou que o ônus de cumprir as regulamentações da SEC era um obstáculo para captar capital para empresas menores.”
Fonte: Reuters; 2/12/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
Ainda não tem conta na XP? Clique aqui e abra a sua!
