BNDES e Finep avançam em minerais críticos; Incêndios na Califórnia em foco | Brunch com ESG

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. BNDES e Finep anunciam chamada pública de R$ 5 bilhões para impulsionar a oferta de minerais críticos no país

Na mídia. BNDES e Finep lançam edital de R$ 5 bilhões para financiar projetos com minerais estratégicos – Valor Econômico, 07 de janeiro (link)

Nossa visão. Na terça-feira (7 de janeiro), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram uma chamada pública de R$ 5 bilhões com o objetivo de promover o desenvolvimento da indústria de minerais críticos no Brasil. Por meio de linhas de crédito, participação acionária ou recursos não reembolsáveis, espera-se que o programa impulsione avanços em: (i) capacidade de produção; (ii) pesquisa e desenvolvimento nas cadeias de suprimento de minerais críticos, incluindo lítio, elementos de terras raras, níquel, grafite e silício; e (iii) fabricação de componentes de eletrificação, como baterias e células fotovoltaicas. A chamada pública está aberta para inscrições entre os dias 13 de janeiro e 30 de abril. Na nossa visão, essa iniciativa reforça o compromisso do BNDES em canalizar investimentos para setores estratégicos alinhados com a transição energética global, em linha com o recém anunciado fundo de R$ 1 bilhão em parceria com a Vale para promover a exploração de minerais críticos. De modo geral, essa chamada pública é fundamental para financiar projetos de exploração, que normalmente exigem altos recursos, investimentos de longo prazo e envolvem operações complexas. Sob uma perspectiva mais ampla, tal iniciativa reflete a perspectiva positiva do BNDES em relação à demanda por minerais críticos, reforçando a competitividade do Brasil na cadeia de suprimentos global e seu posicionamento estratégico na garantia desses recursos essenciais, o que vemos com bons olhos.

#2. Incêndios florestais fortes e de rápida dispersão em Los Angeles evidenciam os impactos das mudanças climáticas

Na mídia. Incêndios devastadores em Los Angeles estão relacionados ao 'climate whiplash' – BBC, 09 de janeiro (link)

Nossa visão. Nesta semana, fortes incêndios florestais se espalharam por Los Angeles e outras cidades da Califórnia, deixando um grande rastro de destruição, com pelo menos 10 mortes e cerca de 180.000 pessoas forçadas a evacuar suas casas. As estimativas preliminares da AccuWeather colocam o total de danos e perdas econômicas entre US$ 52 e US$ 57 bilhões. De acordo com um artigo publicado na Nature Review, as mudanças climáticas exacerbaram um fenômeno conhecido como 'climate whiplash' - flutuações extremas entre condições úmidas e secas -, criando uma grande quantidade de vegetação seca, o que aumenta significativamente o risco de incêndios florestais que se inflamam e se espalham rapidamente. Conforme mencionado em nosso relatório 'A imediata - e crescente - ameaça climática' (acesse aqui), temos visto um aumento da frequência e intensidade dos riscos climáticos físicos ao redor do mundo frente à aceleração das mudanças climáticas. E as perspectivas adiante não são das mais otimistas. A NASA confirmou que 2024 foi o ano mais quente já registrado, com as temperaturas globais ultrapassando o limite crítico de 1,5ºC pela primeira vez, possivelmente sinalizando o agravamento dos extremos climáticos nos próximos anos, o que vale ser monitorado.

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.

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