Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quinta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 0,56% e 0,91%, respectivamente.
• Do lado das empresas, a Petrobras realizou o teste da produção de combustível sustentável de aviação (SAF) coprocessado na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP) – segundo o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, o teste representa um marco tecnológico para a companhia e um passo importante para o Brasil no cenário global de combate às mudanças climáticas.
• Na política, (i) a chefe da Gerência de Sustentabilidade e de Relacionamento com Investidores Internacionais de Portfólio do Banco Central (BC), Isabela Ribeiro Maia, afirmou que os padrões estabelecidos pela Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) passarão a fazer parte da regulação do BC nos próximos anos, considerando custos para as entidades reguladas e adaptação gradual das novas regras – o objetivo é padronizar e estabelecer critérios para distinguir o que são atividades econômicas sustentáveis; e (ii) o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu ontem a consulta pública sobre as metas anuais de descarbonização da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) – a proposta prevê que distribuidoras de combustíveis tenham que adquirir 48,09 milhões de créditos de descarbonização (CBIOs) em 2026.
Gostaria de receber os relatórios ESG por e-mail? Clique aqui.
Gostou do conteúdo, tem alguma dúvida ou quer nos enviar uma sugestão? Basta deixar um comentário no final do post!
Brasil
Empresas
No Brasil, descarbonização da Basf avança com energia limpa
“A Basf, indústria química alemã que atua no Brasil desde 1911, investiu R$ 41 milhões em uma caldeira elétrica que está sendo instalada no complexo químico de Guaratinguetá (SP), responsável por 60% do faturamento da companhia na América do Sul. Nas indústrias químicas, o vapor é um insumo essencial. É o que aquece os reatores e alimenta o processo de síntese, ou seja, a criação artificial de compostos químicos a partir de substâncias mais simples. É também o que esteriliza equipamentos e funciona como fluido de transferência de calor em operações de larga escala. Mas, para gerar esse vapor, as fábricas tradicionalmente dependem de caldeiras movidas a combustíveis fósseis, como gás natural, óleo diesel e carvão. A substituição por sistemas elétricos é vista como um passo relevante na transição energética da indústria. No caso da Basf, 60% do vapor será gerado pela nova caldeira elétrica, e o restante, via queima de gás natural. O equipamento permitirá que a empresa reduza 22 mil toneladas de CO2, antecipando em quatro anos a meta regional de cortar em 25% as emissões absolutas de escopos 1 e 2 (relacionadas às atividades dentro da fábrica e a energia, respectivamente) até 2030, tomando como base o ano de 2018. A instalação da nova caldeira já iniciou e ela deve entrar em plena operação no terceiro trimestre de 2026. A Basf opera equipamentos semelhantes na Alemanha, na Espanha e na Bélgica. O projeto na unidade de Guaratinguetá (foto) é o primeiro na América do Sul.”
Fonte: Capital Reset; 12/09/2025
Petrobras quer colocar produtos com etanol no mercado ‘em curto espaço de tempo’, diz diretora
“A diretora de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano, disse nesta quinta-feira (11) que a estatal deve colocar produtos com etanol no mercado “em um curto espaço de tempo”. Ao participar do Rio Pipeline, evento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), a executiva voltou a defender o retorno da companhia ao etanol como uma das frentes de descarbonização. “Depois de um longo período de saída, nós resolvemos que o etanol é uma alternativa para a descarbonização das nossas atividades. Vamos usar esse etanol no biorrefino, na mistura com a gasolina e no biodiesel. Acreditamos que em um curto espaço de tempo teremos esses produtos colocados no mercado”, afirmou. Laureano reforçou que a ideia é que a Petrobras seja minoritária em parceria com empresas relevantes do mercado de etanol para entrar em novos produtos visando à descarbonização: “Não quero entrar nesses produtos como estatal. Quero entrar com participação menor, sendo minoritária. Sempre com empresas relevantes do mercado”. O plano de negócios 2025-2029 da Petrobras prevê US$ 16 milhões para investimento em linhas de descarbonização das atividades, bioprodutos e geração renovável, conforme a diretora. A Petrobras tem estudado a compra de uma empresa produtora de etanol de milho ainda este ano, conforme apurou o Valor em reportagem de 8 de setembro. O potencial retorno da Petrobras ao etanol se dá no contexto de um movimento mais amplo da empresa no segmento de distribuição de combustíveis. Desde o começo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras sinaliza o interesse em retornar ao mercado de distribuição.”
Fonte: Valor Econômico; 11/09/2025
CEO da Gerdau diz que empresa sofre cortes de 70% na energia em parque solar
“O tema da energia é uma das “maiores frustrações” do CEO da siderúrgica Gerdau, Gustavo Werneck, que disse nesta quarta-feira que a companhia vem sofrendo cortes de geração em um parque solar em Minas Gerais de cerca de 70%. Os chamados “curtailment”, um dos principais problemas do setor elétrico brasileiro, acontece por limitações impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) às usinas eólicas e solares, por razões operativas como gargalos na rede de transmissão de energia e outros fatores. Eles impõem prejuízos financeiros milionários às geradoras, mas também têm atingido os chamados autoprodutores, como a Gerdau, que opera o parque solar Arinos, localizado na cidade de mesmo nome de Minas Gerais, em parceria com a Newave Energia. O complexo, inaugurado em meados deste ano, contou com investimentos de R$1,5 bilhão. “Na energia solar, colocamos mais de R$1,5 bilhão nos últimos anos em parques solares, tem um parque no interior de Minas com mais de 750 mil painéis solares, aloco o capital, busco dinheiro… aí vem o operador do sistema e começa a cortar meus parques”, disse Werneck, durante apresentação no Neosummit COP30, realizado nesta quarta-feira em São Paulo. Segundo ele, o parque está “operando com curtailment de 70%”. “Tenho dificuldade de entender por que o Brasil no momento está despachando térmica a carvão e a gente não consegue operar os parques nossos totalmente renováveis”, afirmou.”
Fonte: InfoMoney; 11/09/2025
Petrobras inicia testes de produção de combustível de aviação coprocessado na Revap
“A Petrobras testou, na primeira semana de setembro, a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) coprocessado na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). O teor de óleo vegetal no produto atingiu o patamar de até 1,2%. O teste misturou óleo vegetal ao processo tradicional de produção do querosene de aviação (QAV). Segundo o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, o teste representa um marco tecnológico para a companhia e um passo importante para o Brasil no cenário global de combate às mudanças climáticas. O gerente geral da refinaria, Alexandre Coelho Cavalcanti, lembrou que esta é uma abordagem de menor investimento para a produção de combustíveis com conteúdo renovável, pois utiliza os ativos existentes. Recentemente, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, obteve a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF. A previsão é que, a partir dos próximos meses, a refinaria inicie a produção para comercializar o produto com teor renovável.”
Fonte: Eixos; 11/09/2025
Política
BC vai adotar regras para atividade sustentável
“Os padrões estabelecidos pela Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) passarão a fazer parte da regulação do Banco Central (BC) nos próximos anos, considerando custos para as entidades reguladas e adaptação gradual das novas regras. As afirmações foram feitas pela chefe da Gerência de Sustentabilidade e de Relacionamento com Investidores Internacionais de Portfólio do BC, Isabela Ribeiro Maia, ao Valor. A TSB é resultado de um trabalho de quase dois anos conduzido pelo Ministério da Fazenda com participação de representantes da sociedade e de diversos órgãos, entre eles o BC. O objetivo é padronizar e estabelecer critérios para distinguir o que são atividades econômicas sustentáveis. A construção é considerada essencial por especialistas para o redirecionamento dos financiamentos “verdes”, como os oriundos do Fundo Clima. A lógica é que, com critérios claros e compartilhados, os investidores, empresas e cidadãos terão conhecimento se a conduta de uma empresa, por exemplo, está alinhada a objetivos sustentáveis. A taxonomia “é um documento de referência, não é impositivo. Mas, uma vez que o Banco Central introduz isso no seu aspecto regulatório, passará a exigir das instituições financeiras que elas reportem aquilo que é ou não é sustentável, de acordo com esse sistema de classificação”, disse Maia. Segundo ela, a taxonomia dá continuidade a um trabalho que a autoridade monetária já vinha realizando para fornecer mais clareza e padronização às informações. A sustentabilidade faz parte da agenda institucional do Banco Central desde 2020 e envolve a promoção de finanças sustentáveis e o gerenciamento de riscos socioambientais e climáticos no Sistema Financeiro Nacional.”
Fonte: Valor Econômico; 12/09/2025
Governo coloca em consulta meta de 48 milhões de CBIOs em 2026
“O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu, nesta quinta-feira (11/09), a consulta pública sobre as metas anuais de descarbonização da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A proposta prevê que distribuidoras de combustíveis tenham que adquirir 48,09 milhões de créditos de descarbonização (CBIOs) em 2026. O período de contribuições vai até 26 de outubro e pode ser realizado pela página de consultas públicas do MME ou pelo Participa+Brasil. Cada CBIO corresponde a uma tonelada de carbono que precisa ser mitigada pelas distribuidoras pela venda de combustíveis fósseis. Os títulos são emitidos por produtores de etanol, biodiesel e biometano e comercializados na B3. A consulta também discute a Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre as metas do RenovaBio para o decênio 2026-2035, com as metas previstas para os anos de 2027 a 2035. A minuta divulgada nesta quinta manteve a meta para 2026 prevista na consulta do ano passado.”
Fonte: Eixos; 11/09/2025
Internacional
Empresas
A reformulação do consumo de energia
“O Grupo Volvo começará a receber encomendas em 2026 para seu novo caminhão de longa distância movido a bateria. O Volvo FH Aero Electric pode, segundo o fabricante, ser conduzido por até 600 km com uma única carga e recarregado em 40 minutos. O desenvolvimento do grupo sueco faz parte de um esforço global para reformular o consumo e o fornecimento de energia para combater o aquecimento global. Tão importante quanto o desenvolvimento de novos parques eólicos e solares para gerar eletricidade sem emissões de dióxido de carbono é a reforma de veículos, sistemas de aquecimento e fábricas para que possam operar com eletricidade em vez de processos de combustão, afirmam especialistas em energia e clima. Eles destacam que essa chamada “eletrificação” da demanda criará um sistema energético mais eficiente em geral, evitando a perda de energia durante a queima de combustíveis fósseis ou o uso de eletricidade para produzir combustível sintético para um motor de combustão. “A eletrificação limpa é a espinha dorsal da transição energética”, afirma Elena Pravettoni, chefe de análise do think tank Energy Transitions Commission. “Ela fará grande parte do trabalho pesado.”. Seguindo as recomendações das Nações Unidas, os estatísticos que calculam a quantidade de energia consumida pelo mundo normalmente não contabilizam toda a energia do vento e do sol que incide sobre turbinas eólicas e painéis solares, apenas a que é transformada em eletricidade. Em contrapartida, eles contabilizam a energia desperdiçada na queima e extração de combustíveis fósseis, o que significa que as necessidades energéticas totais de um sistema baseado em combustíveis fósseis são maiores.”
Fonte: Financial Times; 12/09/2025
Política
Espanha propõe maior limite de investimento na rede até 2030
“O governo espanhol planeja aumentar o teto de investimentos das empresas em redes elétricas até 2030 e espera investimentos vinculados à rede principal no valor de 13,59 bilhões de euros (US$ 15,94 bilhões), afirmou a ministra da Energia, Sara Aagesen, na sexta-feira. Um grande apagão que atingiu a Espanha e Portugal em 28 de abril reacendeu o debate sobre as necessidades de investimento nas redes elétricas do país. Pelas regras espanholas, a quantia de dinheiro que as empresas de energia podem investir nas redes a cada ano é limitada a uma pequena porcentagem do produto interno bruto do país, já que, em última análise, os consumidores arcarão com o custo em suas contas. Aagesen acrescentou que o país espera 27,7 GW de nova demanda na rede de transporte até 2030. O enorme aumento na geração de energia renovável nos últimos anos pavimentou o terreno para o novo planejamento, cujo pilar será a nova demanda, disse ela. O governo criará um comitê para trabalhar na otimização do uso das redes, afirmou Aagesen, acrescentando que o país concedeu acesso às redes de energia para cerca de 43 GW de nova demanda entre 2020 e 2024.”
Fonte: Reuters; 12/09/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
Ainda não tem conta na XP? Clique aqui e abra a sua!
