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PLDO 2025: Mudança de meta na lei de diretrizes orçamentárias mostra os limites da estratégia de consolidação fiscal do governo

Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 altera para zero meta fiscal do ano que vem

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Sobre a PLDO 2025

A lei de diretrizes orçamentárias estabeleceu uma meta de déficit zero para o próximo ano. Isso representa uma redução no ritmo de ajuste fiscal inicialmente planejado pelo governo quando apresentou o novo arcabouço fiscal, que previa um superávit de 0,5% após atingir um saldo neutro em 2024 (0,0% do PIB).

E a proposta pode ser alterada. O crédito adicional referente à diferença entre a receita registrada em julho do ano passado e a deste ano, que pode chegar a R$ 15,7 bilhões, não foi incorporado às despesas no cálculo da meta de saldo primário. Tão logo seja incorporada, haverá uma revisão dos gastos para este e os próximos anos, o que exigirá do governo a apresentação de novas estimativas que demonstrem que a meta zero será atingida.

A proposta também reduziu o esforço fiscal para os próximos anos. Anteriormente, o governo indicava um aumento de 0,5 p.p. do PIB por ano para as metas de resultado primário. No entanto, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias passou a estabelecer um crescimento de 0,25 p.p. do PIB ao ano até 2027, quando muda novamente para 0,5 p.p. do PIB. Dessa forma, as metas indicativas foram fixadas em um superávit de 0,25% do PIB em 2026, de 0,5% do PIB em 2027 e de 1% do PIB em 2028, o que representa um adiamento de 2 anos para atingir os mesmos resultados indicados anteriormente no projeto de lei de diretrizes orçamentárias de 2024.

Os gastos diminuem substancialmente somente a partir de 2027. Isso ocorre porque o limite de gastos deve continuar a crescer no limite superior do arcabouço fiscal (2,5%) e parte dos precatórios é paga fora do teto. A partir de 2027, esses gastos devem ser incluídos no limite, o que reduz os gastos totais. Por conta disso, notamos uma forte redução nos gastos discricionários (-20,9%) nesse ano, o que implica pressão sobre investimentos e custeio administrativo. Acreditamos que esse gargalo pode levar a (mais uma) mudança na regra fiscal.

Atingir um déficit zero em 2025 exigirá receitas adicionais… De acordo com nossas estimativas, o governo central deve atingir um déficit de R$ 86,1 bilhões ou 0,7% do PIB em 2025 (excluindo os precatórios fora do limite), que será o valor da receita adicional necessária para atingir o resultado primário neutro. Isso exigirá que o governo apresente novas medidas, provavelmente quando encaminhar o orçamento do próximo ano, em agosto.

E o resultado de 2025 poderá ser pior do que o deste ano. Há R$ 39,9 bilhões em precatórios acima do limite a serem pagos. Se forem considerados esses valores e o limite inferior estabelecido pelo novo arcabouço fiscal para as metas de resultado primário, o governo poderá atingir um déficit de quase 0,6% do PIB no próximo ano.

Estabilização da dívida adiada em dois anos. Com a mudança nas metas de resultado primário, a estabilização da dívida só deve ocorrer a partir de 2028, de acordo com as projeções do governo. Além disso, espera-se agora que a dívida atinja um máximo de 79,6% do PIB, em comparação com uma previsão inicial de aumento para 76,5% na projeção inicial do governo. Isso representa um aumento no risco fiscal e, consequentemente, nas taxas de juros de longo prazo.

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