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PIB do 3º trimestre: Economia brasileira perde fôlego

Após revisões, projetamos crescimento de 2,3% do PIB em 2025.

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O PIB do Brasil subiu 0,1% no terceiro trimestre em comparação ao segundo trimestre de 2025, confirmando a desaceleração da atividade econômica. A política monetária contracionista (juros elevados) está fazendo efeito, reduzindo o ímpeto da demanda. Apesar disso, revisões altistas nos dados anteriores — especialmente no desempenho da agropecuária no primeiro semestre — alteraram nosso cenário para o PIB de 2025. Projetamos agora expansão de 2,3% (antes: 2,1%). Esta previsão considera um aumento moderado de 0,2% no 4º trimestre.

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Por que o PIB cresceu (de forma modesta) no terceiro trimestre de 2025?

O crescimento do PIB total foi tímido, com sinais mistos entre os componentes. Pelo lado da oferta, os serviços avançaram pelo 21º trimestre consecutivo, ainda que sutilmente (0,1%). É importante lembrar que os serviços representam cerca de 70% do PIB brasileiro, sendo o setor que mais emprega no país. Por isso, seu desempenho tem grande impacto na economia. Dentro do setor, destaque para os serviços de transportes e armazenagem (2,7%) e informação e comunicação (1,5%). O comércio também surpreendeu positivamente (0,4%), enquanto os serviços financeiros recuaram mais do que o esperado (-1,0%).

A indústria total acelerou no terceiro trimestre (0,8%), impulsionada pela indústria extrativa (1,7%), que refletiu a forte produção de petróleo e minério de ferro. Além disso, a construção civil (1,3%) e a indústria de transformação (0,3%) voltaram a crescer após dois trimestres negativos. Em contrapartida, os serviços industriais de utilidade pública continuaram em trajetória de queda (-1,0%).

Por fim, a agropecuária também contribuiu positivamente (0,4%), com números acima das expectativas devido às revisões nos dados. O setor acumula expansão de quase 12% este ano, na esteira da safra recorde de grãos.

Analisando o PIB pelo lado da demanda, a chamada absorção doméstica — que representa tudo o que é consumido ou investido dentro do país — voltou ao campo positivo na comparação trimestral (0,4%), após queda moderada na leitura anterior. O consumo das famílias ficou praticamente estável no período (0,1%), após um longo período de crescimento robusto. O consumo do governo reagiu no trimestre passado (1,3%) após surpresas negativas na primeira metade do ano.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF) subiram 0,9% no terceiro trimestre, após contração no segundo trimestre. Esse indicador mede os gastos com bens de capital (máquinas e equipamentos) e construções. Trata-se de um termômetro importante para saber se empresas e governos estão investindo para aumentar a capacidade produtiva da economia. A alta trimestral da FBCF foi impulsionada pela importação de uma plataforma de petróleo, compensando a fraqueza na produção doméstica de bens de capital.

No setor externo, a contribuição líquida foi positiva (0,5%). As exportações cresceram pelo terceiro trimestre consecutivo (3,3%), puxadas sobretudo pelas crescentes vendas de produtos agrícolas. As importações também subiram (0,3%), mas em ritmo menor. Por fim, houve consumo de estoques no último trimestre, retirando 0,9 p.p. do crescimento total do PIB.

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O que esperar adiante?

Projetamos elevação de 0,2% no quarto trimestre em comparação ao terceiro trimestre de 2025 (aumento de 1,9% na comparação anual). Ou seja, mais um desempenho morno da atividade doméstica. Conforme já destacado, prevemos alta de 2,3% para o PIB de 2025.

Olhando adiante, acreditamos que a robustez do mercado de trabalho – apesar de alguns sinais iniciais de estabilização do emprego – e o retorno da política fiscal ao campo expansionista sustentarão a atividade econômica nos próximos trimestres.

Segundo nossas contas, medidas de estímulo devem adicionar 0,8 p.p. à taxa de variação do PIB no próximo ano. Este cenário considera: (I) efeitos da reforma do Imposto de Renda Pessoa Física; (II) aceleração das concessões do novo crédito consignado para o setor privado (promovendo a substituição de modalidades mais caras); (III) ampliação da renda disponível às famílias de baixa renda com os programas Gás do Povo e Luz do Povo; (iv) programas governamentais voltados ao setor da construção, como o Novo Crédito Imobiliário e o Reforma Casa Brasil; e (v) aumento dos investimentos públicos, puxados especialmente pelos governos estaduais.

Portanto, continuamos a projetar crescimento de 1,7% para o PIB de 2026.

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Como o PIB impacta o dia a dia e os investimentos?

Trazendo para o dia a dia do brasileiro, o resultado do PIB reflete mais o passado do que o presente, uma vez que traz números referentes ao trimestre anterior ao que estamos vivendo.

Assim, para o investidor, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.

Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários.

Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos. Assim, o indicador não deixa de ser um bom termômetro, ajudando também no planejamento social e financeiro olhando para frente.

Mas, na ausência de grandes surpresas, o resultado do PIB costuma confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções econômicas. Assim, as principais recomendações de investimento devem seguir as mesmas: manter uma reserva de emergência para eventuais imprevistos pessoais; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.

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