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IPCA de novembro: Dentro do intervalo da meta

Inflação recuou para 4,46% em novembro, dentro do intervalo de tolerância da meta. Preços baixos de alimentos e descontos da Black Friday ajudaram no mês passado. Projetamos 4,3% para o IPCA em 2025.

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O IPCA avançou 0,18% em novembro, segundo o IBGE, praticamente em linha com as nossas projeções (0,17%) e do mercado (0,19%). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses caiu de 4,68% para 4,46%, reforçando o movimento de desinflação observado nos últimos meses.

A leitura foi marcada por descontos da Black Friday, que reduziram sobretudo os preços de bens industrializados, e pelo sexto mês consecutivo de deflação em preços de alimentos. Em relação às nossas projeções, vestuário (+0,49%) surpreendeu para cima, enquanto higiene pessoal (-0,38%) ajudou a conter a alta.

O regime de metas de inflação é parte do que chamamos de política monetária – a política responsável pelo controle da quantidade de moeda em determinada economia, que fica sob a responsabilidade do Banco Central. 

Esse regime determina uma meta de inflação explícita e numérica (% ao ano), a ser perseguida pelo Banco Central. No caso brasileiro, a meta de inflação atual é de 3,0%. Isso significa que o Banco Central tem a responsabilidade de controlar a alta de preços de maneira contínua, de modo que se mantenha no ritmo de 3,00%. 

O modelo brasileiro também inclui uma banda de tolerância de 1,50 pontos percentuais para cima e para baixo. Essa “banda” serve para acomodar eventuais choques, como por exemplo uma seca que afete a produção de alimentos e eleve a inflação além do controle do Banco Central, ou uma pandemia que derrube os preços. 

Caso o IPCA se mantenha acima do limite de 4,5% por seis meses consecutivos, o presidente do Banco Central deve enviar uma carta ao Presidente da República indicando: i) os motivos do não atingimento da meta; ii) medidas planejadas para que a inflação retome à meta; e iii) o tempo projetado para que isso se concretize.

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Inflação de serviços registra melhora disseminada

Os serviços subjacentes subiram 0,30%, abaixo da projeção (0,35%), e sua média anualizada de três meses com ajuste sazonal (3M SAAR) recuou de 4,3% para 4,0%, mostrando melhora. Na mesma direção, os serviços intensivos em mão de obra avançaram 0,61%, em linha com a expectativa, mas sua média anualizada caiu de 7,0% para 6,7%, sinalizando algum alívio, após consecutivas altas.

No acumulado em 12 meses, os serviços passaram de 6,14% em setembro para 5,95% em novembro, enquanto os serviços intensivos em trabalho seguem elevados, em 6,69%, apesar da desaceleração. Esse comportamento reflete um mercado de trabalho robusto, com desemprego nas mínimas históricas, sustentando salários e preços de serviços.

Vale lembrar que o comportamento dos preços de serviços é essencial para análise do cenário de inflação prospectiva no país. Em outras palavras, o que apontam preços como de cabelereiros, médicos e cinemas pode sinalizar mais sobre o comportamento futuro da inflação do que se imagina.

Isso porque a inflação do grupo é menos impactada pelos chamados movimentos de “oferta” (como o clima e a redução ou aumento da oferta de determinada commodity); refletindo mais a dinâmica dos salários e do nível de demanda na economia.

Afinal, quanto mais aquecida a economia, maior tende a ser o nível de emprego e, consequentemente, a pressão sobre salários. Esse movimento se torna ainda mais relevante em economias nas quais serviços tem maior peso, como a do Brasil, onde o setor responde por cerca de 70% do PIB e a maioria dos empregos do país.

Assim, como destacado, a inflação de serviços deve seguir como um dos principais motivos de cautela adiante.

Bens industrializados: impacto da Black Friday

Os preços de bens industrializados recuaram 0,29%, em linha com a projeção (-0,30%). A queda foi puxada por bens duráveis (-0,43%), como eletroeletrônicos, eletrodomésticos e aparelhos telefônicos. Trata-se da quinta baixa consecutiva, impulsionada pelos descontos da Black Friday. Higiene pessoal também contribuiu para a deflação, com destaque para a queda de 3% em perfumes. Por outro lado, preços de vestuário subiram (+0,49%), compensando parcialmente o movimento.

A média anualizada em três meses caiu de 1,5% para 1,2%, reforçando a tendência adicional de desaceleração. No acumulado em 12 meses, bens industrializados passaram de 3,28% em setembro para 2,56% em novembro, sinalizando perda de força consistente.

Alimentos têm sexto mês de deflação

Os preços de alimentação no domicílio caíram 0,20%, praticamente em linha com a projeção (-0,21%), acumulando seis meses consecutivos de queda e levando a inflação em 12 meses para 2,46%. Essa dinâmica reflete a apreciação da taxa de câmbio, boa oferta agrícola e condições climáticas favoráveis. Nessa leitura, destaque par mais uma deflação nos preços de frango, arroz e leite.

As coletas para dezembro indicam uma leitura ainda benigna, mas já em terreno inflacionário (positivo). No fim do ano, a demanda aumenta com festas e férias, o que pode elevar preços. Eventos climáticos também podem afetar hortifrutis e grãos, revertendo parte da queda observada agora.

Selic deve seguir alta por mais um tempo

O resultado reforça que a desinflação no Brasil tem sido concentrada mais em itens de alimentação e de bens industrializados, enquanto os serviços permanecem pressionados. Nossa visão é de que os dados não alteram a estratégia do Copom substancialmente, embora espaço para cortes já comece a aparecer. Em nosso cenário base, esperamos que o Banco Central inicie corte de juros em março, mas não descartamos mais cedo (janeiro).

Por fim, mantemos nossa projeção de IPCA em 4,3% no fim de 2025 e em 4,2% para 2026.

Como se proteger da alta de preços? 

Como vimos, a inflação segue como um dos principais motivos de cautela e atenção para a economia brasileira.  Assim, proteger seu patrimônio contra a alta de preços se torna ainda mais essencial.   

Títulos indexados à inflação (como o título público NTN-B 2030), emissões bancárias de instituições sólidas e com boa classificação de risco, debêntures incentivadas (sem cobrança de Imposto de Renda ao investidor) e fundos de investimento com gestão ativa em renda fixa são ótimas alternativas. Falamos mais das melhores oportunidades de renda fixa aqui.

Outra classe de ativos que pode ajudar o investidor a se proteger da inflação são os fundos imobiliários.  Apesar de estarem sofrendo diante de expectativas de juros mais altos adiante, os  FIIs  podem ser aliados do investidor em um cenário cauteloso de alta de preços, por serem muitas vezes atrelados a índices de inflação. Aqui te indicamos nossa carteira recomendada de Fundos Imobiliários. 

Mas não só de proteção contra a inflação devem viver os investimentos nesse momento. Por isso, confira o detalhe das nossas recomendações de investimento atualizadas de acordo com o seu perfil de investidor no “Onde Investir”

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