XP Expert

IPCA de julho: Inflação desacelera para 5,2% e deve encerrar o ano em 4,8%

Confira os destaques do IPCA de julho

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Banner Onde Investir em 2026 intratexto

O IPCA de julho avançou 0,26%, ficando bem abaixo da nossa projeção e do consenso de mercado (0,36%). No acumulado em 12 meses, a inflação recuou de 5,35% em junho para 5,23% em julho. As surpresas baixistas foram observadas em todos os grupos de preços livres, com destaque para as leituras benignas em bens industrializados e alimentos. No geral, a leitura foi alvissareira, com os principais núcleos de inflação mantendo trajetória de desaceleração. Dessa forma, revisamos nossa projeção para o IPCA de 2025 de 5,0% para 4,8%.  Assim, a inflação segue acima da meta do Banco Central (de 3,00%), superando o limite superior de 4,50%.

O regime de metas de inflação é parte do que chamamos de política monetária – a política responsável pelo controle da quantidade de moeda em determinada economia, que fica sob a responsabilidade do Banco Central. 

Esse regime determina uma meta de inflação explícita e numérica (% ao ano), a ser perseguida pelo Banco Central. No caso brasileiro, a meta de inflação atual é de 3,0%. Isso significa que o Banco Central tem a responsabilidade de controlar a alta de preços de maneira contínua, de modo que ela se mantenha no ritmo de 3,00%. 

O modelo brasileiro também inclui uma banda de tolerância de 1,50 pontos percentuais para cima e para baixo. Essa “banda” serve para acomodar eventuais choques, como por exemplo uma seca que afete a produção de alimentos e eleve a inflação além do controle do Banco Central, ou uma pandemia que derrube os preços. 

Caso o IPCA se mantenha acima do limite de 4,5% por seis meses consecutivos, o presidente do Banco Central deve enviar carta ao Presidente da República indicando: i) os motivos do não atingimento da meta; ii) medidas planejadas para que a inflação retome à meta; e iii) o tempo projetado para que isso se concretize.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

A inflação de serviços subjacentes avançou 0,49% M/M, ligeiramente acima da nossa projeção (0,47%). A média trimestral dessazonalizada e anualizada (3M SAAR) desse núcleo recuou de 6,4% para 6,2%. Em relação às nossas estimativas, houve surpresa altista nos preços de cinema. Já os preços de alimentação fora do domicílio subiram 0,9%, em linha com nossa projeção, refletindo ajustes em lanches. Os serviços intensivos em trabalho — métrica acompanhada de perto pelo Banco Central — avançaram 0,32%, levemente acima da nossa expectativa (0,29%). Ainda assim, seu 3M SAAR caiu de 6,0% para 5,7%.

Como temos destacado, apesar do alívio marginal, vemos espaço limitado para que a inflação de serviços convirja para a meta. Para mais detalhes, veja nosso relatório Custo Unitário do Trabalho: aumento contínuo e disseminado entre os setores (https://tinyurl.com/yaek7zy3).

De grande relevância para a análise, a média dos núcleos de inflação avançou 0,27%, abaixo da nossa estimativa (0,31%). Segundo nossos cálculos, seu 3M SAAR recuou de 4,8% para 4,4%, o menor nível desde outubro e ligeiramente abaixo do teto do intervalo da meta de inflação.

Os preços de bens industrializados recuaram 0,04%, abaixo da nossa projeção (exp. +0,03%). O 3M SAAR recuou significativamente, de 2,6% em junho para 1,0% em julho. A principal surpresa veio do grupo de vestuário, com queda de 0,54%, contra nossa expectativa de -0,19%. Descontos em algumas varejistas e a dinâmica benigna do câmbio podem ter contribuído para o resultado fraco. Olhando adiante, esperamos que a inflação de bens mantenha trajetória favorável no segundo semestre, em linha com o que sugerem os preços no atacado.

Os preços de alimentos caíram 0,69%, abaixo da nossa projeção (0,47%). Como esperado, hortifrutis, cereais e proteínas contribuíram para a queda. Além disso, preços no atacado e pesquisas de preços sugerem que a inflação de alimentos em agosto apresentará recuo similar ou até mais intenso. Por fim, os preços monitorados subiram 0,73%, devido a reajustes tarifários de energia elétrica em São Paulo e aumento nos preços de loterias.

Em suma, o IPCA de julho apresentou alívio disseminado nos preços livres. Após incorporarmos a surpresa baixista de julho e as coletas recentes, revisamos nossa projeção para o IPCA de 2025 de 5,0% para 4,8%. Por ora, mantemos nossa projeção de 2026 em 4,5%. Se o movimento de queda se materializar em revisões baixistas para a inflação no Boletim Focus, especialmente em 2026, podemos ver o mercado antecipando suas perspectivas para o corte da Selic para 2025. Seguimos enxergando o Banco Central cortando juros a partir de janeiro.

Como se proteger da alta de preços? 

Como vimos, a inflação segue como um dos principais motivos de cautela e atenção para a economia brasileira. Assim, proteger seu patrimônio contra a alta de preços se torna ainda mais essencial.   

Títulos indexados à inflação (como o título público NTN-B 2030), emissões bancárias de instituições sólidas e com boa classificação de risco, debêntures incentivadas (sem cobrança de Imposto de Renda ao investidor) e fundos de investimento com gestão ativa em renda fixa são ótimas alternativas. Falamos mais das melhores oportunidades de renda fixa aqui.

Outra classe de ativos que pode ajudar o investidor a se proteger da inflação são os fundos imobiliários.  Apesar de estarem sofrendo diante de expectativas de juros mais altos adiante, os FIIs podem ser aliados do investidor em um cenário cauteloso de alta de preços, por serem muitas vezes atrelados a índices de inflação. Aqui te indicamos nossa carteira recomendada de Fundos Imobiliários. 

Mas não só de proteção contra a inflação devem viver os investimentos nesse momento. Por isso, confira o detalhe das nossas recomendações de investimento atualizadas de acordo com o seu perfil de investidor no “Onde Investir”.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.