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Economia em Destaque: Mercado de trabalho mais fraco reforça queda de juros nos EUA

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos Estados Unidos, os dados de mercado de trabalho vieram mais fracos do que o esperado, corroborando a expectativa de retomada do ciclo de corte de juros na próxima reunião de política monetária. Na política comercial, um tribunal de apelações invalidou as tarifas impostas por Trump. A Casa Branca tem até meados de outubro para recorrer à Suprema Corte. As alíquotas seguem em vigor enquanto o processo estiver em andamento.

No Brasil, o PIB perdeu fôlego no 2º trimestre, em meio ao arrefecimento da demanda doméstica. Por um lado, os setores mais sensíveis à política monetária vêm enfraquecendo, com destaque aos bens de capital e bens de consumo duráveis. Por outro lado, o mercado de trabalho ainda robusto e as transferências fiscais são fatores de suavização e devem impedir reversão acentuada da atividade econômica.

Por fim, publicamos o relatório Brasil Macro Mensal de setembro. Mantemos a visão de que o BCB iniciará um ciclo gradual de flexibilização monetária no primeiro trimestre de 2026, levando a taxa Selic para 12,00% ao longo do ano.

Gráfico da Semana

Veja na seção “Nos EUA, mercado de trabalho mais fraco do que o esperado”

Cenário Internacional

Nos EUA, mercado de trabalho mais fraco do que o esperado

A semana contou com a divulgação dos dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos. Os dados vieram mais fracos do que as expectativas. Por exemplo, o principal relatório de emprego registrou criação líquida de 22 mil empregos, ante expectativas de 75 mil. Ademais, o relatório JOLTS apontou para mais desempregados do que posições disponíveis pela primeira vez desde a pandemia.

As tarifas devem continuar pesando sobre a indústria dos Estados Unidos. Além dos dados de mercado de trabalho, o ISM industrial – sondagem com gerentes de compras para medir o nível de atividade do setor – subiu para 48,7 em agosto, abaixo das expectativas. Foi o sexto mês consecutivo abaixo de 50 pontos, o que sinaliza contração. Os entrevistados apontaram as tarifas como principal fator negativo para o resultado, na esteira dos custos mais altos.

Os dados reiteram as expectativas de que o Fed, banco central dos Estados Unidos, deve contar juros nesse mês (o mercado apreça probabilidade de 90%). O cenário contribui para a acomodação das moedas emergentes, como o real, e pode auxiliar no trabalho dos bancos centrais.

Tarifas: Bessent acredita em manutenção das alíquotas pela Suprema Corte; Índia faz proposta comercial

Novos eventos na política comercial. A Corte de Apelações do Circuito Federal dos Estados Unidos decidiu invalidar as tarifas impostas pela administração Trump, reconhecendo a ilegalidade de parte dessas medidas. No entanto, os juízes as mantiveram em vigor enquanto o processo estiver em andamento. A Casa Branca tem até meados de outubro para recorrer à Suprema Corte. Scott Bessent, secretário do Tesouro, espera que a autoridade mantenha as tarifas, mas está preparando um plano B caso a decisão seja desfavorável.

Também nessa semana, Donald Trump disse que a Índia ofereceu eliminar tarifas de importação sobre produtos dos Estados Unidos. A proposta veio após a Casa Branca aplicar tarifas de 50% sobre produtos indianos, em resposta às compras de petróleo russo. Em suas redes sociais, o Trump elogiou a decisão, mas alertou que pode ter sido tarde demais, e que a Índia é mais dependente dos Estados Unidos que o contrário.

Banco Central Europeu deve manter juros de referência em 2% na próxima reunião de política monetária

Na Zona do Euro, a inflação acumulada em 12 meses acelerou marginalmente em agosto, de 2,0% para 2,1%, acima das expectativas. Os dados confirmam as projeções do Banco Central Europeu, de que a inflação deve oscilar em torno da meta até o fim do ano. O Banco Central Europeu deve repetir a decisão da última reunião de política monetária e manter a taxa de juros de referência em 2,0%. O recuo da inflação de serviços para o menor nível desde março de 2022 é visto como elemento favorável para a autoridade monetária, que tende a adotar postura cautelosa.

Ademais, a assinatura do acordo comercial entre União Europeia e Estados Unidos reduziu ligeiramente incertezas sobre tarifas. O mercado espera que o BCE mantenha a taxa básica em 2% por um período prolongado.

Enquanto isso, no Brasil…

PIB do 2º trimestre: Sinais mais claros de desaceleração (gradual) da atividade doméstica

O PIB avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025, após expansão de 1,3% no 1º trimestre. O ritmo mais moderado reflete os efeitos das condições financeiras mais restritivas – como juros elevados e alto endividamento das famílias. Por sua vez, tanto setores menos sensíveis ao ciclo econômico quanto os mais sensíveis à renda mostraram resiliência, sustentados pela safra recorde de grãos e por um mercado de trabalho robusto.

Para o terceiro trimestre, projetamos crescimento de 0,4% no PIB. Apesar do cenário de crédito restrito, alguns fatores devem sustentar a atividade econômica. Destacamos o mercado de trabalho, que deve seguir robusto, e as transferências fiscais – por exemplo, o governo pagou cerca de R$ 40 bilhões em precatórios que podem ser direcionados ao consumo no 3º trimestre. Ambos devem impulsionar os setores mais sensíveis à renda.

Para 2025, reforçamos nossa expectativa de crescimento de 2,2% para o PIB.

Para detalhes, leia “PIB do 2º trimestre: Sinais mais claros de desaceleração (gradual) da atividade doméstica”.

PIB deve crescer 2,2% em 2025, projetamos IPCA em 4,8%

Publicamos o relatório Brasil Macro Mensal de setembro. Nos EUA, a desaceleração (inclusive no mercado de trabalho) é mais clara, e o Fed provavelmente retomará os cortes de juros neste mês.  Para o Banco Central do Brasil (BCB), o quadro é ainda desafiador, mesmo com a provável ajuda vinda de sua contraparte norte-americana. A atividade doméstica perdeu algum fôlego no segundo trimestre, mas as medidas de estímulo do governo podem impulsionar a demanda após esse período mais fraco. A inflação (IPCA), por sua vez reverteu a tendência de alta e está atualmente em torno de 4,5%, enquanto as expectativas inflacionárias de médio prazo começaram a cair. Dito isso, uma queda adicional rumo à meta tende a ser mais difícil, considerando que os efeitos da apreciação do real estão se dissipando, a desaceleração econômica é apenas gradual e o mercado de trabalho segue aquecido.   

Mantemos a visão de que o BCB iniciará um ciclo gradual de flexibilização monetária no primeiro trimestre de 2026, levando a taxa Selic para 12,00% ao longo do ano. A política monetária deve seguir restritiva, dado que a política fiscal provavelmente permanecerá expansionista.

Para mais informações, leia o relatório “Desaceleração temporária, inflação persistente

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Destaques da próxima semana   

Na agenda internacional, o destaque será a divulgação de dados de inflação ao consumidor (CPI) e produtor (PPI) nos Estados Unidos – ambos referentes a agosto. O mercado se atentará aos impactos das tarifas sobre os preços de bens e à dinâmica da inflação de serviços, em meio aos sinais de desaceleração da economia. Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter as taxas básicas de juros no atual patamar, mas a comunicação oficial será relevante. Por fim, o governo da China publicará os indicadores de inflação de agosto.

No Brasil, as atenções estarão voltadas à divulgação do IPCA de agosto. Espera-se deflação para a leitura, em meio à expressiva queda nos preços de energia elétrica, recuo em alimentos e descontos em ingressos de cinema. Do lado da atividade econômica, serão conhecidas as vendas no varejo (PMC) e as receitas de serviços (PMS) referentes a julho. Veja as nossas projeções abaixo.

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