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Economia em Destaque: Juros caem no Brasil, mas devem voltar a subir nos EUA

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, os bancos centrais dos Estados Unidos, Reino Unido e China optaram por deixar suas taxas de juros inalteradas. Destaque para a sinalização mais dura da autoridade monetária americana, que nos levou a revisar a projeção para a próxima reunião – antecipamos outro aumento de 0,25pp (para 5,75%).

No Brasil, o Copom reduziu a taxa Selic em 0,50pp e reafirmou que julga esse ritmo de redução de juros como o mais apropriado. A agenda econômica da próxima semana será repleta de divulgações relevantes.

Cenário internacional

Fed mantém juros, mas sinaliza nova alta adiante

O Comitê de Política Monetária do Federal Reserve – Fed, o banco central dos EUA – manteve sua taxa de juros de referência no intervalo entre 5,25% e 5,50%, conforme esperado. O comunicado que acompanhou a decisão indicou que a atividade econômica segue sólida e o mercado de trabalho ainda apertado, com leve acomodação.

Além do comunicado, o Fed divulgou as projeções econômicas dos membros do comitê, como faz trimestralmente. A maioria projeta a necessidade de (pelo menos) uma nova alta de juros este ano. Além disso, cinco (dos 19) membros projetam que os juros ficarão acima de 2,5% no longo prazo. A razão dos juros estruturalmente mais elevados pode ter relação com a fragilidade fiscal do país e o fato de a deflação importada da China, que marcou as últimas décadas, se reduzir em meio ao processo de “desglobalização”.

Diante disso, revisamos nosso cenário para Fed Funds e antecipamos alta adicional de 0,25pp na taxas de juro 0,25pp na próxima reunião. Acesse neste link nossa nota detalhada de revisão.

A possibilidade de as taxas de juros ficarem mais elevadas nos EUA no curto e médio prazos pesou sobre os mercados globais esta semana, especialmente nas bolsas.

Para entender melhor sobre a relevância das taxas de juros americanas, clique aqui.

Banco da Inglaterra mantém a taxa de juros em 5,25%

Após 14 reuniões consecutivas de aumento na taxa de juros, o Banco da Inglaterra (BoE) surpreendeu e decidiu por manter a taxa de juros em 5,25% na reunião da última quinta-feira. A decisão veio dividida, com 4 dos 9 diretores votando a favor de uma alta de 0,25pp. No comunicado, o comitê reforçou que está “aberto” para possíveis aumentos nos juros, caso a pressão inflacionária persista. Além disso, o colegiado enfatizou que o ciclo restritivo deverá perdurar por mais tempo para que a inflação retorne à meta de 2%.  

Banco Central da China mantém a taxa de juros de 1 ano em 3,45%

O Banco Popular da China (banco central) manteve sua taxa de juros de referência de um ano em 3,45%, após corte em agosto (o segundo em três meses). Por sua vez, a taxa de juros de cinco anos permaneceu em 4,2%. A decisão veio de acordo com as expectativas de mercado. As taxas balizam empréstimos e hipotecas no país. A atividade econômica chinesa vem mostrando sinais de melhora, como reflexo dos estímulos governamentais anunciados gradativamente.

Restrição de oferta da Rússia pressiona ainda mais os preços do petróleo

A Rússia anunciou uma restrição temporária às exportações de petróleo e diesel. Com a medida, os preços do petróleo – que já estavam em alta devido ao anúncio de corte de produção pela Opep – ficaram ainda mais pressionados, próximos a US$ 100 por barril do tipo Brent. Por ser uma medida temporária, o impacto pode ser reduzido. Porém, se persistir, o efeito pode repercutir na elevação dos preços de combustíveis, representando um risco de novo aumento da inflação no Brasil e no mundo. No 2º trimestre, por exemplo, o combustível russo respondeu por mais da metade das importações brasileiras.

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Enquanto isso, no Brasil…

Copom reduz a taxa Selic em 0,50pp

No Brasil, o Copom reduziu, como amplamente esperado, a taxa Selic de 13,25% para 12,75%. O comunicado da reunião trouxe elementos positivos e negativos para as perspectivas de inflação. De um lado, reconheceu que o ambiente externo segue mais desafiador, dadas as altas dos juros americanos e menor crescimento na China. No ambiente interno, destacou a atividade econômica mais resiliente, embora mantenha a projeção de uma desaceleração gradual adiante, e a inflação corrente em queda.

O comitê reforçou ainda a importância da “firme persecução” das metas fiscais estabelecidas pelo novo arcabouço, temática que havia retirado da última comunicação.

Sobre os próximos passos, o comunicado enfatizou que “os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”. Esperamos reduções de 0,5pp nas próximas decisões e espaço limitado para cortes de juros em 2024. Projetamos a taxa Selic a 11,75% ao final de 2023 e 10,00% em 2024.

Leia mais detalhes em nosso relatório. Para entender sobre o impacto da decisão no cenário econômico e nos mercados, assista aqui a live “pós-Copom” com especialistas da XP.

Arrecadação segue perdendo fôlego, apesar das medidas governamentais

A arrecadação de tributos federais atingiu R$ 172,8 bilhões em agosto, em linha com a nossa projeção. O resultado representa uma queda de 4,2% em relação a agosto de 2022 em termos reais (descontada a inflação). A arrecadação apresenta uma tendência de desaceleração desde o início do ano, refletindo a queda nos preços das commodities e, em menor medida, o arrefecimento da atividade. Os ganhos com medidas temporárias, como o imposto de exportação sobre petróleo bruto ou o programa de redução de litígios, foram menores do que o esperado.

A perda de ímpeto da arrecadação é um risco adicional para o equilíbrio das contas públicas adiante.

Índice do BC indica economia em expansão, mas com perspectivas de desaceleração

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – proxy mensal do PIB do Brasil – subiu 0,4% em julho ante junho, em linha com a projeção do mercado. A despeito disso, o indicador registrou queda de 1% no trimestre móvel encerrado em julho. Em nossa opinião, a atividade doméstica irá desacelerar gradualmente ao longo deste segundo semestre. A dissipação do choque positivo da agricultura, sinais de moderação no mercado de trabalho e condições de crédito ainda apertadas apoiam esse prognóstico. Projetamos que o PIB do Brasil crescerá 2,8% em 2023.

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O que esperar da semana que vem

Na agenda internacional, dirigentes do Fed e do ECB discursarão publicamente ao longo da semana, podendo dar pistas adicionais sobre a condução da política monetária adiante. Na 5ª-feira, atenções voltadas à divulgação da leitura final do PIB do 2º trimestre nos Estados Unidos. A segunda estimativa registrou crescimento de 2,0% ante o trimestre anterior (em termos anualizados e dessazonalizados). Os principais eventos da semana se concentram na 6ª-feira: índice de preços ao consumidor da zona do euro referente a setembro e inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto. 

No Brasil, agenda econômica repleta de divulgações importantes. Após anunciar nova redução de 0,50pp na taxa Selic nesta semana, o Banco Central publicará a Ata do Copom (3ª-feira) e o Relatório Trimestral de Inflação (5ª-feira). Os agentes de mercado esperam análises sobre o impacto das taxas de juros mais altas no cenário global e o grau de ociosidade na atividade doméstica (hiato do PIB), entre outros temas. No campo de indicadores econômicos, destaque para o IPCA-15 de setembro (3ª-feira), que deve mostrar elevação mensal de 0,35% segundo as nossas estimativas (alta de 5,00% em 12 meses). As principais estatísticas do mercado de trabalho também serão divulgadas na próxima semana. O CAGED (5ª-feira) deve apresentar ritmo moderado de geração de vagas formais em agosto (prevemos 168 mil), enquanto a PNAD Contínua (6ª-feira) provavelmente exibirá queda adicional – embora modesta – da taxa de desemprego no mês passado (de 7,9% para 7,8%). Além disso, a agenda traz os resultados do setor externo (2ª-feira), mercado de crédito (4ª-feira) e contas fiscais em agosto. Em relação ao último, estimamos déficits primários de R$ 24,3 bilhões para o governo central (5ª-feira) e R$ 24,1 bilhões para o setor público consolidado (6ª-feira). 

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