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Economia em Destaque: Expectativas de inflação preocupam o Banco Central

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos Estados Unidos, a sondagem PMI com gerentes de compras do setor industrial subiu para 50,9 pontos em maio, indicando sentimento de atividade resiliente nos EUA. Além disso, com o intuito de estimular a economia chinesa, o Banco Popular da China (PBoC) manteve inalterados os juros de referência – que seguem em mínimos históricos – e apresentou novos estímulos para o setor imobiliário.

No Brasil, as expectativas para a inflação de 2025 sobem e desafiam o Banco Central. No fiscal, a arrecadação federal de abril somou R$ 228,9 bilhões, representando o melhor desempenho para o mês da série, porém, o resultado ainda não é o suficiente para o governo atingir a meta de resultado primário deste ano.

Cenário internacional

Sondagem PMI indica atividade resiliente dos EUA…

Nos Estados Unidos, a sondagem PMI com gerentes de compras do setor industrial subiu para 50,9 pontos em maio. Um nível superior a 50 indica expansão da atividade do setor privado. O PMI de Serviços alcançou 54,8, bem acima das expectativas do mercado (51,3). É a expansão mais acentuada no setor de serviços privados dos EUA em um ano, destacando a resiliência da economia do país.

O resultado pressionou as taxas de juros e pesou sobre o mercado de ações, reforçando o cenário de que o banco central não terá pressa para iniciar o ciclo de afrouxamento monetário.

… E na zona do Euro

O PMI industrial subiu para 47,4 em maio de 2024, marcando seu nível mais alto em 15 meses, embora ainda abaixo da marca de 50 pontos. Já o PMI de Serviços permaneceu em 53,3 pontos, ainda no nível mais alto em quase um ano e relativamente em linha com as expectativas do mercado de 53,5. Este foi o quarto mês consecutivo de expansão no setor de serviços, sugerindo algum impulso, apesar das preocupações contínuas com o crescimento devido ao prolongado período de política restritiva do BCE.

O Banco Popular da China (PBoC) manteve inalterados os juros de referência, em linha com as expectativas do mercado. A taxa básica de juros (LPR) de 1 ano, referência para a maioria dos empréstimos às empresas e às famílias, foi mantida em 3,45%, enquanto a taxa de 5 anos, referência para hipotecas imobiliárias, foi mantida em 3,95%. Ambas as taxas estão em mínimos históricos. Além dos juros, o governo forneceu novos estímulos para o setor imobiliário.

A crise do setor imobiliário chinês ameaça a meta de crescimento de 5% para o país. Outras medidas poderão ser implementadas futuramente como tentativa de seguir estimulando a atividade econômica.

Presidente do Irã morre em acidente

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu num acidente de helicóptero no noroeste do país no último final de semana. O país tem relevância geopolítica, dada a sua posição chave no Golfo Pérsico – região a qual é responsável por 25% da produção mundial de petróleo. Recentemente, o ataque do Irã à Israel chamou a atenção do mercado, que teme possíveis aumentos no preço do barril de petróleo com os conflitos.

A morte do presidente iraniano, no entanto, pareceu ter impactos limitados nos mercados. O preço do barril do petróleo apresentou até leve queda ao longo da semana.

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Enquanto isso, no Brasil…

Expectativas para a inflação de 2025 sobem e desafiam Copom

O mercado tem acompanhado de perto as expectativas coletadas pela pesquisa Focus do Banco Central. Nesta semana, o consenso de mercado para o IPCA de 2024 subiu de 3,76% para 3,80% e, de maior relevância para a política monetária, o projetado para 2025 saiu de 3,66% para 3,74%, quase 0,1 p.p. em apenas uma semana. Não acreditamos que as expectativas migrarão no curto prazo para a nossa projeção de 4,0% para próximo ano, mas a alta recente reforça cenário desafiador para o Banco Central continuar reduzindo juros. O mercado, agora, projeta que a taxa Selic seja reduzida para 10,0% neste ano, ante 9,75% na última semana, em linha com a nossa projeção.

Para maiores detalhes, leia nosso relatório “Boletim Focus: Taxa Selic mais alta em 2024 | 20.05.2024

Arrecadação federal de abril mostra melhor desempenho para o mês, mas insuficiente para a meta fiscal

Em abril, a arrecadação federal somou R$ 228,9 bilhões, representando o melhor desempenho para o mês na série histórica. O crescimento interanual foi de 8,3% em termos reais. Embora significativo em tempos normais, esse aumento está abaixo do que seria necessário para que o governo atingisse a meta de resultado primário (aproximadamente 13,5% em termos reais, de acordo com nossas estimativas).

A decomposição foi positiva, demonstrando o crescimento da receita distribuída de forma espalhada entre as contas, mostrando o impacto de certas medidas para aumentar a receita, como a limitação das compensações tributárias.

Ao todo, projetamos que haverá um crescimento real das receitas de 9,3% este ano, atingindo 2.627,3 bilhões, o que não será suficiente para o governo atingir a meta de resultado primário.

Relatório bimestral mantém meta de déficit zero

O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) bimestral – documento que avalia o orçamento do Governo Central, com o intuito de acompanhar o cumprimento da meta fiscal – alterou sua projeção de déficit de R$ 9,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões (0,1% do PIB) – ainda dentro do limite inferior da meta de resultado primário (R$ 28,8 bilhões, ou 0,25% do PIB), não havendo necessidade de contingenciamento de gastos.

Acreditamos, no entanto, que o relatório bimestral trouxe premissas otimistas na estimativa de arrecadação; e projeções subestimadas de despesas, especialmente relacionadas aos benefícios previdenciários e assistenciais.

Desta forma, apesar da projeção relativamente baixa do RARDP, nossa estimativa segue de um déficit de R$ 67,1 bilhões (0,6% do PIB) para este ano. Consideramos provável uma mudança na meta de resultado primário a partir de julho.

Renda Primária pesa sobre déficit em conta corrente

A conta corrente brasileira apresentou déficit maior do que o esperado em abril (efetivo: USD 2,5 bilhões; XP: USD 1,2 bilhões; mercado: USD 1,4 bilhões). A surpresa foi principalmente devido ao maior déficit em Renda Primária, dadas as maiores despesas com rendas de investimento direto. Os dados também mostram que a balança comercial segue robusta. No lado da conta financeira, os ingressos líquidos de IDP (Investimento Direto no País) acumulados em 12 meses atingiram USD 67,2 bilhões em abril (3,0% do PIB).

Os ingressos líquidos em IDP mantêm trajetória de recuperação e o balanço de pagamentos brasileiro, robusto. Nossa projeção para 2024 é de USD 67,0 bilhões, equivalente a 2,9% do PIB. Para a conta corrente, projetamos déficit de US$ 33,5 bi ou 1,5% do PIB.

Gráfico da Semana

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O que esperar da semana que vem

No cenário internacional, os principais dados da semana se concentrarão na 6a-feira. Na Europa, será divulgada a leitura preliminar da inflação ao consumidor referente a maio. Nos EUA, será publicado o deflator dos gastos de consumo (PCE deflator, em inglês) referente a abril – o indicador de inflação preferido do Fed. Além disso, teremos a segunda leitura do PIB dos EUA do primeiro trimestre (a leitura preliminar registrou variações trimestral anualizada de 1,6%) na 5ª-feira. Por fim, diversos dirigentes de bancos centrais de países desenvolvidos falarão publicamente ao longo da semana, incluindo Fed nos EUA, BCE na Europa, e Banco da Inglaterra no Reino Unido.

No Brasil, o destaque será a publicação do IPCA-15 de maio na 3ª feira , cuja expectativa é de alta relevante em bens monitorados, especialmente gasolina e produtos farmacêuticos. Preços livres, no entanto, devem apresentar dinâmica bem-comportada, embora com reversão da queda vista nos últimos meses em passagem aérea. Esperamos que os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul serão tímidos nessa leitura. Além disso, haverá divulgações de indicadores relevantes sobre mercado de trabalho , com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) na 3ª feira e a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) na 4ª feira – ambos os dados são referentes a abril. Por fim, as estatísticas fiscais do setor público consolidado do último mês serão publicadas na 6ª feira pelo Banco Central. Veja as nossas projeções abaixo.

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