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Economia em Destaque: EUA em recessão técnica, juros voltam a subir

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, o evento mais acompanhado da semana foi a reunião do FOMC, comitê de política monetária americano, que voltou a elevar a taxa básica de juros da sua economia. Ainda nos EUA, a divulgação do deflator PCE de junho, que revela a persistência da inflação, e da queda do PIB no segundo trimestre foram destaque.

No Brasil, a prévia da inflação de julho e os dados do mercado de trabalho revelam que a demanda interna continua forte.

Atualizações Covid-19 no Brasil

No Brasil, tanto a média móvel de sete dias de novos casos quanto a de óbitos caíram para 34,6 mil e 226, respectivamente. Ao todo, 85,0% da população brasileira já está vacinada com ao menos a primeira dose de imunizante contra a doença; 80,4% já tomou dose única ou duas doses e 51,7% já teve o reforço da vacinação.

Cenário internacional

Juros voltam a subir nos EUA

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve - Fed, banco central dos Estados Unidos - anunciou a elevação de 0,75pp na taxa básica de juros, para o intervalo entre 2,25% e 2,50%.

O discurso do presidente do Fed na sequência da decisão, no entanto, foi considerado leve pelo mercado. Jerome Powell sinalizou que os juros já não estão mais expansionistas, e devem ir com cuidado agora para evitar um “erro” – interpretado como uma queda muito forte na atividade.

Para frente Powell sinalizou novas altas, mas o ritmo dependerá dos dados. O mercado reagiu positivamente, com bolsas e commodities em alta. O risco é a inflação se mantiver elevada nos próximos meses, e o Fed ter que endurecer o discurso novamente. 

Inflação medida pelo PCE ainda pressionada

O resultado de junho do deflator de consumo pessoal (PCE deflator), a medida de inflação preferida pelo Fed veio em linha com a expectativa do mercado, e acumula alta de 6,8% em doze meses. O índice continua a indicar pressões espalhadas na inflação dos EUA, e é consistente com nossa projeção de trajetória de juros.

PIB dos EUA cai no segundo trimestre e país entra em recessão técnica

O PIB dos EUA contraiu -0,9% no segundo trimestre, o segundo trimestre consecutivo de contração, o que o senso comum chama de “recessão técnica”. Os resultados vieram em linha com nossas expectativas, embora abaixo do consenso de mercado (+0,3%). Acreditamos que a recessão será moderada, dado que o mercado de trabalho segue positivo e os níveis de poupança privada ainda estão elevados. Continuamos esperando que a economia dos EUA cresça 1,6% em 2022 e 1,5% em 2023.

Inflação e risco de energia se acentuam na Europa

O PIB da Zona do Euro cresceu acima das expectativas no segundo trimestre: 0,7% na comparação trimestral (contra expectativa de 0,2%) e 4,0% na comparação anual. Ao mesmo tempo, a inflação ao consumidor de julho ficou em 8,9% ano a ano (expectativa de 8,7%). O crescimento mais forte e a inflação crescente sugerem que o Banco Central Europeu deve continuar a aumentar as taxas no segundo semestre, provavelmente mantendo o ritmo de 0,50 pp dado este mês.

A Europa vive ainda o risco de fornecimento de energia. A estatal russa Gazprom disse que as exportações de gás através do gasoduto Nord Stream se manterão em cerca de 20% da capacidade do duto, levantando questões sobre a capacidade da Europa de evitar o fechamento de fábricas nos próximos meses. Os países da UE chegaram a acordo para cortar o consumo de gás em 15% durante o inverno.

FMI volta a cortar projeções de crescimento global

O Fundo Monetário Internacional voltou a reduzir as previsões de crescimento global, alertando que os riscos negativos da alta inflação e da guerra na Ucrânia estão se materializando e podem levar a economia mundial à beira da recessão se não forem controlados. Segundo o FMI, o crescimento real do PIB global desacelerará para 3,2% em 2022, de uma previsão de 3,6% divulgada em abril.

Enquanto isso, no Brasil...

Inflação de meio do mês reflete efeitos da mudança nas regras do ICMS

O IPCA-15 de julho subiu 0,13%, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado e da nossa projeção (0,16%). A deflação da energia elétrica mais do que compensou a virtual estabilidade dos preços das comunicações e a alta pressão sobre os preços dos serviços. A leitura de julho é a primeira com o impacto das medidas de redução de impostos sobre os preços de eletricidade, combustíveis e telecomunicações. Em contrapartida, os serviços ainda estão sob pressão. O grupo acelerou 0,84%, ante projeção de 0,64%.

Os resultados do IPCA-15 são consistentes com nossa projeção de 7% para o IPCA este ano.

Mercado de trabalho continua resiliente e criação de empregos surpreende

As últimas publicações referentes ao mercado de trabalho trouxeram (mais uma vez) surpresas positivas. O país criou 278 mil postos de trabalho em junho, segundo o Ministério do Trabalho. Além disso, os dados da PNAD Contínua vieram em linha com as expectativas: a taxa de desemprego recuou de 9,8% no trimestre móvel encerrado em maio para 9,3% no 2º trimestre. Segundo nossas estimativas mensalizadas e dessazonalizadas, o indicador variou de 9,1% em maio para 8,9% em junho, o menor patamar desde meados de 2015.

Mais uma vez, a expansão do emprego teve perfil disseminado entre os tipos de ocupação (posições formais e informais) e os setores acompanhados. A melhora no mercado de trabalho acaba por impulsionar o consumo no curto prazo. Esperamos que a taxa de desemprego com ajuste sazonal deva encerrar 2022 em 9,0%.

Câmbio se valoriza nesta semana

Na semana, a taxa de câmbio voltou a se valorizar depois da depreciação recente, e recuou para 5,18 após ter atingido 5,50 na semana passada. O movimento ocorre por conta da contração da economia dos Estados Unidos e do discurso mais levedo presidente do Fed após a divulgação da nova taxa de juros, e também foi sentido por outras moedas.

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, o destaque será a divulgação de dados de mercado de trabalho nos EUA, incluindo a criação de empregos (payroll). Ademais, teremos os índices de gerentes de compras (PMIs) de julho dos países desenvolvidos, a inflação ao produtor de julho e outros dados de atividade na Zona do Euro.

No Brasil, o principal evento econômico da semana será a decisão de juros pelo Comitê de Política Monetária do BCB, o Copom. Esperamos que este seja o último aumento do ciclo, e que a taxa Selic chegue a 13,75% a.a.. Além disso, teremos também a produção industrial de junho, a produção e vendas de veículos de julho e a inflação medida pelo IGP-DI de julho.

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