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Economia em Destaque: Dirigentes de bancos centrais dos EUA e da Zona do Euro reforçam necessidade de controlar a inflação

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nesta semana, o destaque foi a política monetária, com decisão de juros na Europa e sinalização mais dura da parte de dirigentes do Fed. Na China, a inflação desacelerou indicando que os estímulos do governo ainda não surtiram efeito.

No Brasil, em semana de feriado, o principal dado divulgado foi o IPCA de agosto, que teve deflação em relação ao mês anterior, ainda como efeito das medidas de redução de tributos e queda nos preços de combustíveis.

Cenário internacional

PIB da Zona do Euro cresce no segundo trimestre

De acordo com a Eurostat – agência de estatísticas oficiais da União Europeia –, o PIB da Zona do Euro cresceu 0,8% no 2º trimestre em comparação ao 1º trimestre de 2022, desempenho mais forte do que o observado na estimativa anterior (alta de 0,6%). Em relação ao 2º trimestre de 2021, o PIB exibiu elevação de 4,1%, acima dos 3,9% vistos na leitura precedente. Pelo lado da demanda, destaque para o crescimento de 1,3% do consumo das famílias. Enquanto isso, o avanço do emprego na zona do euro desacelerou de 0,7% no 1º trimestre para 0,4% no 2º trimestre deste ano (ganho de 0,3% na estimativa anterior). Em termos interanuais, o emprego cresceu 2,7% entre abril e junho após ter aumentado 3,1% entre janeiro e março. Apesar do crescimento acima do esperado no 2º trimestre, a atividade econômica da Zona do Euro deverá enfraquecer consideravelmente na segunda metade de 2022, com incertezas elevadas acerca do impacto do aperto da política monetária e os efeitos prejudiciais que a guerra na Ucrânia trouxe para a Europa (crise energética). Indicadores de atividade mais recentes sugerem que a economia da zona do euro está entrando em período de contração.

Banco Central Europeu eleva juros

Ainda sobre a Zona do Euro, destaque para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) elevou as taxas de juros de referência em 0,75pp, conforme esperado pelo mercado, para combater a inflação recorde da região. A decisão, unânime entre os 25 membros do comitê de política monetária, corresponde ao maior aumento de juros pelo BCE nos custos de empréstimos em vários anos: a taxa de depósito de referência do banco central foi de zero para 0,75% – nível mais alto desde 2011. Christine Lagarde, presidente do BCE, disse que os investidores não devem assumir que movimentos nessa magnitude são “a norma” para as próximas reuniões, mas que haverá “vários” aumentos nas taxas nos próximos meses com o intuito de levar a inflação historicamente alta (máxima de 9,1% observada no acumulado em 12 meses até agosto) de volta à meta de 2%. O banco central elevou suas previsões de inflação no curto prazo e prevê retorno para a meta apenas em 2024. Além disso, o BCE espera o cenário de ‘pouso suave’ adiante, ou seja: desaceleração econômica, mas não uma recessão.

Dirigentes do Fed reforçam prioridade de controlar a inflação

O presidente do Fed, Jerome Powell, discursou nesta semana e declarou que o banco central dos EUA precisa agir “com franqueza” para garantir que a inflação elevada não se consolide. Em seus últimos comentários públicos antes da reunião do comitê de política monetária do banco em 20-21 deste mês, o presidente da instituição repetiu a mensagem mais dura já comunicada no simpósio de Jackson Hole, reiterando que o banco central “tem e aceita a responsabilidade pela estabilidade de preços”. Também nesta semana, Lael Brainard, vice-presidente do Fed, alertou que, em algum momento, o banco central precisará considerar os riscos de um aperto excessivo da política monetária e enfatizou que levará tempo para que os efeitos das ações do banco central sejam filtrados para a economia. Ademais, a diretora enfatizou que o Fed deve “manter uma postura de gerenciamento de risco” para garantir que a inflação não fique mais fora de controle.

Os comentários dos dirigentes reforçam as expectativas de que o Fed mais uma vez aumentará as taxas em 0,75pp, ao invés de reduzir o ritmo para um aumento de 0,5pp, movimento que empurraria a taxa de fundos federais (juros de referência) para o intervalo entre 3,00% e 3,25%.

Também reforçam tais expectativas os recentes dados de emprego dos Estados Unidos, que evidenciam a resiliência do mercado de trabalho, aparentemente ainda pouco afetado pelo aperto da política monetária. Por outro lado, as informações trazidas no Livro Bege (relatório divulgado pelo Fed com avaliações qualitativas sobre as condições econômicas correntes) indicaram uma ampliação de forças desinflacionárias nas últimas semanas.

Inflação na China desacelera

A inflação ao consumidor e ao produtor na China recuou em agosto. A nova rodada de restrições para combate à Covid-19 e a crise energética vêm pesando significativamente sobre a atividade econômica. Em 12 meses, o índice de preços ao consumidor do país caiu de 2,7% para 2,5% entre julho e agosto, abaixo das expectativas e da meta de 3%. O índice de preços ao produtor desacelerou ainda mais: no acumulado em 12 meses, o índice declinou de 4,2% em julho para 2,3% em agosto.

Os dados indicam que as recentes medidas de estímulo do governo chinês ainda não foram suficientes para impulsionar o crescimento da economia local, que enfrenta a desaceleração da demanda e interrupções na atividade fabril.

Commodities em alta

A semana foi conturbada para as commodities. No último fim de semana, a Rússia anunciou que manterá o gasoduto Nord Stream, uma das principais fontes de energia da Europa, fora de serviço por tempo indeterminado. A decisão – que veio poucas horas depois dos países do G7 anunciarem novas sanções contra as exportações russas de petróleo – intensifica o risco de racionamento de energia durante o inverno no hemisfério norte.

Por sua vez, a OPEP anunciou a decisão de cortar as metas de produção de petróleo dos países membros – que já não estavam sendo atingidas –, pressionando ainda mais o preço internacional da commodity.  O preço do barril recuou consideravelmente no período recente.

Enquanto isso, no Brasil...

Inflação de agosto desacelera

A inflação ao consumidor de agosto, medida pelo IPCA, caiu 0,36% ante julho (consenso de mercado e projeção XP: 0,40%). Em doze meses, o índice acumula alta de 8,73%. Os principais fatores explicativos da deflação mensal foram os cortes de impostos sobre combustíveis, eletricidade e comunicações, além da queda das cotações internacionais do petróleo, influenciando os preços da gasolina e do diesel.

O que esperar para a semana que vem?

Na próxima semana, destaque no cenário internacional para as divulgações de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) nos EUA referentes a agosto, bem como da inflação ao consumidor na Zona do Euro de agosto. Além disso, o comitê de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) anunciará decisão sobre sua taxa de juros de referência. Por fim, haverá publicação de diversos indicadores de atividade na Europa, China e EUA.

No Brasil, atenções voltadas para a divulgação de indicadores de atividade econômica relativos a julho: vendas no comércio varejista; receitas do setor de serviços; e IBC-Br, proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central.

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