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Economia em Destaque: Copom sinaliza juros altos por mais tempo

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos EUA, Federal Reserve eleva a taxa de juros em 0,25 p.p e o mercado de trabalho continua aquecido. Na Europa, inflação vem abaixo do esperado e PIB se expande acima das estimativas. Na China, setores da economia mostram sinais mistos.

No Brasil, Copom mantem a Selic em 13,75% em meio à críticas do governo sobre o regime de metas de inflação e patamar atual do juro. Além disso, setor público apresenta primeiro superávit anual desde 2013, CAGED tem contração acima do consenso e indústria fecha o ano com resultado fraco

Cenário internacional

Federal Reserve desacelera ritmo de alta no juro americano

Na quarta-feira, o FOMC, o comitê de política monetária americano, elevou a taxa de juro básica (Fed Funds Rate) em 0,25 p.p, e levou a taxa de referência ao intervalo de 4,5% e 4,75%. O comunicado não sugeriu indicação de fim do ciclo de ajuste monetário, mas o presidente Jerome Powell pontuou que os efeitos da política ainda não tiveram pleno efeito na economia, e reconheceu a desinflação em curso. Como o mercado de trabalho segue apertado (ver abaixo), é provável que os riscos inflacionários continuem, demandando vigilância do Fed.

Taxa de desemprego nos EUA cai em janeiro; mercado de trabalho ainda resiliente

No último mês, a taxa de desemprego nos EUA caiu de 3,5% para 3,4%, e o número de vagas criadas expandiu para 517 mil, acima da média de 401 mil em 2022 (já historicamente elevada) e do consenso de mercado (188 mil). Com isso, o mercado de trabalho americano segue bastante aquecido, apesar da elevação no custo de crédito. Apesar de alguns sinais de desaceleração – como as demissões no setor de tecnologia – e a defasagem dos efeitos da política monetária, o número pressiona o Federal Reserve a uma nova rodada de alta na próxima reunião.

Banco Central Europeu aumenta seus juros básicos

Em sua última decisão de política monetária, o BCE subiu as três principais taxas de juros da Europa em 0,50 p.p, como esperado, levando a taxa de refinanciamento para 3,0%, e sinalizou alta de mesma magnitude na próxima reunião, em março. Justificou a alta pela persistência da inflação acima do centro da meta.

O BCE tem mantido uma comunicação mais dura do que o Fed nas ultimas semanas, o que levou o euro a se valorizar frente o dólar (gráfico).

Inflação na Zona do Euro continua em queda acima do consenso

Em janeiro, a prévia da inflação na Europa registrou queda de 0,4%, mesmo número de dezembro, ante projeção do mercado de -0,3%. Além disso, desacelerou para 8,5% na base anual, após 8,2% no mês anterior e previsão de 9,0%. Por outro lado, o número de janeiro não considerou a economia alemã, portanto representa um dado incompleto para o Banco Central Europeu, que decidiu por nova alta no juro na quinta-feira.

PMI da China em janeiro frusta expectativas

Em janeiro, a atividade manufatureira na China encolheu em janeiro, com o índice de gerentes de compra (PMI) tendo expandido para 49,2, abaixo da estimativa de 49,5; ainda em nível contracionista (todo valor abaixo de 50). Ainda assim, mostrou expansão em relação ao nível de dezembro, que era 49,0, com a flexibilização das restrições à mobilidade no país. Por outro lado, o PMI do setor de serviços mostrou expansão em janeiro. Apesar de alguma apreensão quanto aos casos de infecção por COVID, as projeções indicam alta no PIB chinês para 2023, com efeitos positivos para o Brasil e atividade econômica global.

Enquanto isso, no Brasil…

Copom mantem a taxa Selic em 13,75%

Como esperado, a taxa Selic foi mantida em 13,75% na última reunião de Copom, e o comunicado veio mais duro. Nele, o Banco Central elevou sua projeção de inflação para 5,6%¨e 3,4% para 2023 e 2024, respectivamente, no seu cenário base. Além disso, deu destaque para as incertezas fiscais e expectativas em deterioração – em particular para horizontes mais longos, como 2025 e 2026 – por isso, o custo da desinflação (alta menos intensa de preços) à meta pode ser mais custoso, cujo efeito é o juro em alta por mais tempo ou elevação da Selic.

Com isso, corrobora nossa visão de Selic estável em 13,75% em 2023, com quedas apenas em 2024. Para entender o impacto da decisão nos mercados e nos investimentos, assista o aqui o debate pós-Copom com especialistas XP.

Lula sinaliza incomodo com meta de inflação e juros

Em entrevista, o presidente Lula afirmou que ‘não há razão’ para a taxa básica de juro, a Selic, estar em 13,75%, e afirmou que as políticas fiscais e parafiscais devem ser usadas para fomentar o investimento, reduzir a pobreza e ajudar países pobres.

Os preços dos ativos brasileiros reagiram. A taxa de câmbio, que chegou a ficar abaixo 5 reais por dólar, fechou a semana em 5,13. E os juros futuros subiram, refletindo o risco de aumento da inflação adiante.

Setor público tem primeiro superávit desde 2013

O setor público consolidado fechou 2022 com superávit de R$ 126 bi, o primeiro saldo positivo desde 2013, apesar do déficit de R$ 11,8 bi em dezembro. Em relação a essa último, a desaceleração da atividade econômica e desoneração do ICMS levaram ao resultado negativo. Para 2023, esse comportamento deve se manter, tendo em vista a expansão de gastos e arrecadação mais fraca.

CAGED mostra mercado de trabalho em queda

Os números do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de dezembro registrou destruição líquida de 431 mil empregos formais, bem acima da nossa projeção de -320 mil, o dobro do saldo criado entre janeiro e setembro, que foi 200 mil. Entre os setores, o esfriamento nas contratações é generalizado, e o total de demissões aumentou pelo segundo mês consecutivo. Para os próximos meses, essa tendencia deve se manter, e nossa projeção de PIB para 2023 é 1,0%.

Indústria fecha 2022 com desempenho modesto

Em dezembro, o volume produzido pela indústria brasileira se manteve estável (0% m/m e -1,3% a/a), e fechou o ano com contração de 0,7% em relação à 2021. Entre os setores, o número veio melhor que o esperado, com três (entre 4) categorias econômicas avançando em relação à novembro. No setor de bens de consumo duráveis, por exemplo, a alta de 4,1% m/m não foi suficiente para compensar a contração acumulada entre setembro e novembro. Com a queda da inflação e maior volumes de transferências de renda do governo, o setor de não duráveis deve ter alguma sustentação em 2023, mas ainda em clara queda.

O que esperar para a semana que vem?

Nos EUA, há a expectativa do pronunciamento de alguns diretores do Federal Reserve, bem como o de Jerome Powell. Na Europa, os dados defasados de inflação na Alemanha e atividade na Zona do Euro terão atenção do mercado, e a China divulgará os dados de inflação em janeiro.

No Brasil, os destaques ficam no IPCA de janeiro e os dados referentes à atividade no comércio e em serviços, mensurados pela PMC e PMS, respectivamente. Além disso, será publicada a ata da última reunião do Copom.

Na agenda política, após as reeleições de Rodrigo Pacheco e Artur Lira como presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, os debates acerca da reforma tributária a ser enviada pelo governo devem começar

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