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Economia em Destaque: Copom mantém juros e deixa cenário aberto à frente

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, Presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que os juros podem voltar a subir adiante, dado que o banco central não terminou seu combate à inflação. No Reino Unido, mais uma leitura quente de inflação leva à aceleração do ritmo de aperto monetário pelo Banco Central da Inglaterra.

No Brasil, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% pela sétima reunião consecutiva, em linha com as expectativas. O comitê mencionou alguma melhoria nas perspectivas de inflação, o que, a nosso ver, abre as portas para um possível corte na próxima reunião se a tendência continuar. Além disso, destaque para a apresentação do texto da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados e para a aprovação do arcabouço fiscal no Senado.

Cenário internacional

Presidente do Fed sinaliza altas adicionais de juros

O Presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, fez esta semana seu discurso semestral perante o Congresso. A autoridade deixou claro que o banco central não terminou seu combate à inflação, sinalizando que os juros podem voltar a subir adiante. Powell ponderou que a pausa realizada em junho foi prudente dada a alta rápida da taxa de juros de referência nos últimos 12 meses.

Nosso cenário base é que, com a desaceleração da atividade e dos custos de produção, o Fed se convencerá a manter os juros (entre 5,00% e 5,25%) no curto prazo. Mas o risco, reforçado pela sinalização de Powell esta semana, consiste em altas adicionais, o que pode pesar sobre os mercados globais de ações e commodities.   

Banco Central da Inglaterra acelera alta de juros em resposta à inflação pressionada

A inflação ao consumidor do Reino Unido (CPI, em inglês) referente a maio ficou em 0,7%, bem acima das expectativas do mercado (consenso: 0,5%). Em 12 meses, a inflação permaneceu em 8,7%. Este resultado representou o quarto mês consecutivo com surpresa altista.

Como resposta, o Banco da Inglaterra (banco central do Reino Unido) optou por subir os juros em 0,50pp nesta semana (para 5,00%), acelerando o ritmo de aperto monetário. A decisão surpreendeu os mercados, que esperavam aumento 0,25pp, em linha com as decisões anteriores. O Presidente do banco central, Andrew Bailey, admitiu ter subestimado as pressões inflacionárias, e ter errado na condução da política monetária até agora. Neste contexto, os juros devem continuar subindo até o final deste ano.  

Custos de produção arrefecendo na Alemanha

Na Alemanha, a inflação ao produtor de maio trouxe alívio. O índice de preços ao produtor (PPI, em inglês) recuou 1,4% em maio, mais do que apontavam as expectativas (consenso: -0,7%). A taxa de variação anual declinou de 4,1% em abril para 1,0% em maio. O indicador caiu significativamente desde seu pico de 45,8% em setembro de 2022, o que é uma notícia positiva para as perspectivas de desinflação à frente.

China aumenta estímulo ao crédito

A China cortou suas taxas de juros de referência no início desta semana, visando estimular a economia em meio à recuperação mais lenta do que o esperado no “pós-pandemia”. A taxa primária de empréstimo (PLR) de um ano e a taxa equivalente de cinco anos foram reduzidas em 0,1pp para 3,55% e 4,20%, respectivamente. A economia chinesa tem mostrado fraqueza ultimamente, especialmente nos setores de comércio exterior e imobiliário – que foram os principais impulsionadores do crescimento local nos últimos anos. Assim, com a meta de crescimento do PIB de 5,0% para este ano ameaçada, as autoridades devem continuar flexibilizando a política monetária e mais estímulos fiscais são esperados.

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Enquanto isso, no Brasil…

Copom mantém juros em 13,75% e deixa cenário aberto à frente

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% na última quarta-feira, pela sétima reunião consecutiva. O comitê mencionou alguma melhoria nas perspectivas de inflação, o que, a nosso ver, abre as portas para um possível corte na próxima reunião se a tendência continuar. Ao mesmo tempo, apontou que o cenário “continua exigindo cautela e parcimônia”, o que significa que, caso ocorra em agosto, o corte de juros não será agressivo (de 0,25pp, muito provavelmente). O próximo movimento dependerá dos dados. Vemos a a decisão do Copom nesta semana como consistente com nosso cenário base (mantido desde abril), que considera um corte de 0,25pp na taxa Selic em agosto, seguido de cortes de 0,50pp até a taxa básica de juros atingir 11,00% no 1º trimestre de 2024.

Senado aprova arcabouço fiscal com mudanças

O arcabouço fiscal foi aprovado no Senado Federal, com mudanças em relação ao texto que passou na Câmara dos Deputados. Entre elas, a retirada do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), da complementação da União ao Fundeb e das despesas com Ciência e Tecnologia do limite de despesas da nova regra fiscal. A nosso ver, a exclusão desses itens pode fragilizar todo o arcabouço. Primeiro, porque essas despesas passam a crescer sem qualquer restrição. Além disso, porque as alterações colocam pressão sobre a possível retirada de outras despesas do limite. Veja relatório detalhado a respeito das mudanças.

Relator apresenta texto da reforma tributária, que unifica cinco impostos indiretos

O relator da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou o texto da PEC que vai mudar a tributação sobre o consumo do país. Ribeiro afirmou que o Presidente da Câmara, Arthur Lira, pretende votá-lo em plenário em 07 de julho. O texto propõe a criação de um novo tributo, chamado provisoriamente de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que agrega PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS e ISS. O novo tributo terá uma base ampla (todos os bens e serviços), será não cumulativo (a base será o valor adicionado em cada etapa da cadeia produtiva), com alíquota única (ou duas alíquotas, uma normal e outra diferenciada para alguns setores) e tributação no destino.

O que esperar da semana que vem

Na seara internacional, destaque para a publicação de indicadores de inflação. Nos Estados Unidos, os mercados estarão bastante atentos ao deflator das despesas de consumo pessoal (PCE, em inglês) referente a maio. O núcleo do deflator é considerado a medida de inflação favorita do Federal Reserve. Ainda sobre a economia americana, a agenda traz a publicação de índices de confiança do consumidor, sondagens industriais e a última estimativa do PIB do 1º trimestre. Na zona do euro, por sua vez, a inflação ao consumidor de junho – leitura preliminar – será protagonista, além da taxa de desemprego relativa a maio. Por fim, na China, os índices de gerentes de compras (PMI, em inglês) – indústria, serviços e composto – de junho serão conhecidos.

No Brasil, divulgações importantes sobre inflação, mercado de trabalho e política monetária. A prévia da inflação (IPCA-15) de junho estará sob os holofotes, especialmente após as surpresas baixistas com os resultados de maio e a sinalização do Banco Central de que as próximas decisões de juros dependerão da evolução dos dados econômicos. Neste sentido, os agentes de mercado acompanharão de perto a Ata do Copom, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Em relação à última, esperamos manutenção da meta de inflação para os próximos anos (em 3,0%), porém com ampliação formal do seu horizonte de convergência. Esta definição tem influência relevante sobre o comportamento das expectativas inflacionárias de médio prazo e, consequentemente, a condução da política monetária. Estatísticas sobre o mercado de trabalho (PNAD e CAGED), contas externas, contas fiscais e mercado de crédito – todas referentes a maio – também serão publicadas na semana que vem.

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