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Ata do Copom: Mantendo o tom duro

Ata do Copom reforça mensagem dura do comunicado pós-reunião

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https://youtu.be/fyb0oE-mkbc?t=986

O Banco Central do Brasil publicou, nesta manhã, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento reforçou o tom duro do comunicado da semana passada, fornecendo evidências da necessidade de uma política monetária mais restritiva. O Copom argumentou que o início do ciclo deveria ser gradual, mas deixou em aberto a possibilidade de acelerar o ritmo de aperto, se necessário.

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Cenário internacional

Em relação ao ambiente econômico global (parágrafo 7), o documento aponta que o cenário "se mantém desafiador, mas se mostra mais benigno do que na reunião anterior". Com relação aos Estados Unidos, o Comitê mantém como cenário base uma "desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana". A ata também discutiu a desaceleração chinesa e as variações de preços das commodities, que tem caído neste ano– é importante destacar que os níveis deprimidos de atividade econômica China representam um risco para o Brasil, dado que o país asiático é o principal destino das exportações nacionais. No entanto, não foram feitos comentários adicionais sobre o assunto.

Ademais, destacou-se que a coordenação macroeconômica entre regiões não existe mais, e agora há "menor correlação dos ciclos de política monetária entre os países". Isso significa que os países não estão mais alinhados em suas políticas econômicas, como ocorreu durante o período da pandemia. Desse modo, os países estão tomando decisões de acordo com suas próprias necessidades econômicas, considerando seus desafios domésticos.

Em um novo trecho (parágrafo 8), o Copom afirmou que a capacidade de atuação da política fiscal está limitada em vários países devido ao aumento da dívida pública e das preocupações com a sustentabilidade fiscal, enquanto as políticas monetárias, em geral, têm sido dependentes dos dados econômicos.

Cenário doméstico

No cenário doméstico, o panorama é mais desafiador para a política monetária. A ata destacou que a "conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito às famílias segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada" (parágrafo 10).

Sobre a inflação (parágrafo 16), o Comitê enfatizou que, apesar das divulgações mais recentes do IPCA estarem em linha com o esperado, a composição da inflação se deteriorou. De um lado, o Copom mencionou o fim do processo desinflacionário de bens industriais e de alimentação no domicílio, refletindo a depreciação cambial e condições climáticas adversas. A inflação de serviços, por outro lado, "assume papel preponderante na dinâmica desinflacionária no estágio atual", mas em um contexto de dinamismo acentuado da atividade econômica, a convergência da inflação para a meta é "mais desafiadora". 

Em relação ao mercado de trabalho, a ata trouxe uma discussão relevante sobre o aumento dos salários reais e seus efeitos na inflação (parágrafo 11). “O Comitê observou o continuado dinamismo no mercado de trabalho, verificando-se ganhos reais nos salários nos últimos meses”. Para o Copom, "como não há evidência de aumento significativo de produtividade, tais ganhos podem refletir pressão no mercado de trabalho"; embora tenha reconhecido que "não há evidência ainda de que pressões salariais estejam impactando preços, mas ressaltou-se que o crescimento real de salários, em se mostrando persistente e acima de ganhos de produtividade, acabará tendo impacto sobre preços. O Comitê nota, porém, que o momento e a magnitude desse canal de transmissão permanecem incertos.".

No tocante às contas públicas, a ata destacou a importância de uma "política fiscal crível, embasada em regras previsíveis e transparência em seus resultados" (parágrafo 13). Em nossa visão, essa afirmação está relacionada à recente discussão sobre as medidas de receitas extraordinárias utilizadas para cumprir as metas fiscais. Ademais, “notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas”. O Comitê acrescentou que seu cenário incorpora uma desaceleração no ritmo de crescimento dos gastos públicos ao longo do tempo.

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Nossa visão

Em relação aos próximos passos da política monetária, o Comitê optou por não fornecer orientações específicas. A ata argumentou que "o início do ciclo deveria ser gradual". Mas, olhando para o futuro, o Comitê preferiu permanecer dependente dos dados, apenas reforçando seu "firme compromisso de convergência da inflação à meta". 

Em suma, acreditamos que a ata de hoje é consistente com nosso cenário de aceleração no ritmo de aumento da taxa Selic (de 0,25 p.p. para 0,50 p.p.) nas próximas reuniões – aumento de 0,50 – 0,50 – 0,25 p.p. nos juros entre novembro e janeiro. Em relação à taxa Selic terminal, mantemos nossa projeção de 12,00%, reconhecendo um viés altista, em linha com as projeções de inflação do Copom (3,5% no horizonte relevante de política monetária) e os riscos de alta nesse cenário (parágrafo 18).

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