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Ata do Copom: Ainda não é hora de baixar a guarda

Em nossa avaliação, o Comitê não parece inclinado a iniciar o ciclo de corte de juros em janeiro, apesar da melhora recente no cenário inflacionário.

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O Banco Central divulgou, nesta manhã, a ata da última reunião do Copom (dezembro). O documento destacou que a atividade econômica está arrefecendo conforme o esperado e que a inflação surpreendeu positivamente comparado ao que era esperado no início do ano. A política monetária está funcionando. Ainda assim, os vetores inflacionários se mantêm adversos, exigindo cautela à frente. Em nossa avaliação, a ata indica a necessidade de manter a taxa Selic nos níveis atuais por mais tempo, de modo a reforçar o processo de desinflação em curso.

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Cenário internacional

Segundo a autoridade, o ambiente externo “ainda se mantém incerto”. Entre os riscos, a ata citou a conjuntura e a politica econômica nos Estados Unidos, que tem reflexos nas condições financeiras globais e exigem “cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica” (p.1).

Entretanto, o Comitê reconhece uma melhora no cenário, com o fim do shutdown nos Estados Unidos e a evolução das negociações comerciais. A autoridade enfatiza que, nesse ambiente, “os preços das principais commodities permaneceram contidos e as condições financeiras favoráveis.” (p.4).

Cenário doméstico

O documento destacou que a atividade econômica está arrefecendo conforme o esperado pelo Comitê. Segundo a nota, a “última divulgação do PIB seguiu indicando moderação de crescimento e mostrou uma redução no crescimento do consumo das famílias, que vinha em ritmo forte em função dos ganhos reais de renda.” (p. 5).

Ainda sobre atividade, o Copom mencionou que o mercado de trabalho permanece “em patamar bastante apertado” (p. 6), apesar de sinais incipientes de moderação. Entretanto, o Comitê julga que é necessário mais evidências para uma análise mais robusta sobre os fatores conjunturais e estruturais do tema.

Sobre a inflação de curto prazo, houve surpresa positiva comparado ao que era esperado no início do ano. O Copom afirmou que a “combinação de um câmbio mais apreciado e um comportamento mais benigno das commodities contribuiu para redução nas inflações de bens industrializados e alimentos” (p.9). A ata acrescenta que “a inflação de serviços também apresentou algum arrefecimento, ainda que mais resiliente, respondendo a um mercado de trabalho que segue dinâmico e a uma atividade que tem apresentado moderação gradual”. Esse cenário, segundo o Comitê, corrobora “a interpretação de que a política monetária tem contribuído de forma determinante para a desinflação observada”, mas ainda “requer uma política monetária contracionista por um período bastante prolongado” (p.9).

Em relação às expectativas de inflação, a autoridade enfatizou que “seguiram trajetória de declínio, mas permanecem acima da meta de inflação em todos os horizontes” (p. 8).

Com relação ao balanço de riscos para a inflação, o Comitê destacou que tanto os riscos de alta quanto os de baixa seguem elevados. Entre os riscos de alta, destaca-se: “(i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.” Por outro lado, os riscos de baixa são: “(i) uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; (ii) uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e (iii) uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários” (p.12).

Por fim, o Banco Central conclui que diante das “condições observadas e prospectivas, o cenário prescreve uma política monetária significativamente contracionista por período bastante prolongado.” A autoridade ainda nota que “os vetores inflacionários se mantêm adversos” e que seguirá acompanhando: (i) o ritmo da atividade econômica, fundamental na determinação da inflação de serviços; (ii) as expectativas de inflação, que se mantêm desancoradas; (iii) o repasse do câmbio para a inflação; (iv) o balanço de riscos; e (v) a própria dinâmica da inflação corrente.

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Nosso cenário

Em suma, acreditamos que a ata indica a necessidade de manter a taxa Selic nos níveis atuais por mais tempo, de modo a reforçar o processo de desinflação em curso. Em outras palavras, o Comitê não parece inclinado a iniciar o ciclo de corte de juros em janeiro, apesar da melhora recente no cenário inflacionário.

Como mencionamos acima, o Copom destacou que “o cenário prescreve uma política monetária significativamente contracionista por período bastante prolongado”. Em nossa visão, trata-se de uma mensagem clara de que o Comitê necessita de mais tempo e mais informações antes de iniciar um ciclo de flexibilização monetária.

Assim, entendemos que a ata divulgada hoje é consistente com o nosso cenário de que o Banco Central iniciará o ciclo de cortes de juros em março. Projetamos seis cortes consecutivos de 0,50 p.p., com a taxa Selic encerrando 2026 em 12,00%.

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