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The Merge: O que você precisa saber sobre a atualização da Ethereum?

A segunda maior criptomoeda em valor de mercado está passando por uma mudança no modelo de consenso, que trará mais escalabilidade, segurança e sustentabilidade.

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A segunda maior criptomoeda em valor de mercado está passando por uma mudança no modelo de consenso, que trará mais escalabilidade, segurança e sustentabilidade.

Desde sua concepção, a Ethereum utiliza o mecanismo de consenso de prova de trabalho (Proof-of-Work, ou PoW), semelhante ao do Bitcoin, que gera novas criptomoedas ao sistema. Esse algoritmo impõe uma competição entre mineradores,  que usam poder de processamento computacional para resolver problemas matemáticos e validar as transações na rede blockchain, sendo assim, recompensados por isso.

“The Merge”, conhecido como “A Fusão” em portugues, se trata de uma alteração neste modelo de consenso, para prova de participação (Proof-of-stake, ou PoS), no qual os blocos são gerados pelos próprios detentores da moeda digital.

Neste método para processar transações na rede, é feito uma eleição pseudo aleatória para selecionar um desses mineradores, que neste caso, são chamados de validadores ou stakers, para gerar os blocos com base em uma combinação de fatores, que podem incluir a idade da participação, a randomização e a quantidade de ETH que possui “travado”.

Etapas e testes

Em dezembro de 2020, na primeira etapa da atualização, os desenvolvedores criaram a blockchain “Beacon Chain”, usando o mecanismo PoS, para “rodar” paralelamente à rede principal da Ethereum, com o objetivo de não quebrar a continuidade de dados. A fusão representa a união da camada de execução existente (Mainnet), que utiliza o PoW,  com a sua nova camada de consenso (PoS), prevista para setembro deste ano.

Fonte: Ethereum.org

Como a mudança do mecanismo de consenso de uma blockchain é uma atividade complexa, requer vários testes em redes, nas chamadas Testnets, antes de ser finalmente implantada na cadeia principal. Já foram mais de 9 testes concluídos com sucesso ao longo dos últimos anos, incluindo shadow forks, que são uma divisão da rede realizada de forma intencional por alguns nodes (computadores) pré-selecionados pelos desenvolvedores em uma testnet privada.

A última rodada de testes feita recentemente examinou a eficiência do sistema MEV (maximal extractable value, ou valor extraível máximo), que serve para tornar a rede ainda mais descentralizada, dando autonomia para os indivíduos emitirem e manipularem novos tokens e priorizar transações mais urgentes na blockchain por meio da mudança do sistema de validação.

Antes da fusão, os atuais mineradores serão forçados a adotar o novo formato PoS através de um mecanismo chamado de “bomba de dificuldade”. Na prática, haverá um aumento no nível de dificuldade do quebra-cabeças no algoritmo de mineração PoW, resultando em tempos de bloco mais longos e menos recompensas de ETH.

Vale ressaltar que os aplicativos e dados executados na camada de execução, como os tokens, NFTs, soluções de DeFi, entre outros, não serão afetados durante e após o processo.

Por fim, a última etapa da atualização será a criação das “Shared Chains”. Nela, os programadores vão subdividir a rede principal da Ethereum em 64 cadeias a fim de reduzir o congestionamento do protocolo e aumentar o número de transações.

Quais serão os impactos?

Dispositivos de hardware como ASIC e GPU são usados nas operações de mineração do PoW, e gastam enormes quantidades de energia elétrica. Com a mudança, um dos principais impactos será na redução do consumo energético para criação de novos blocos na rede. Estima-se que o PoS é 2.000 vezes mais eficiente em termos de uso de energia, o que reflete na diminuição de 99% em comparação ao PoW.

Fonte: Ethereum.org

Além da questão energética,  a taxa de emissão da rede irá diminuir, tornando- se um ativo deflacionário. Em agosto de 2021, ocorreu a “London Harfork Upgrade”, também conhecida como EIP-1559 (Ethereum Improvement Proposal, ou Proposta de Melhoria Ethereum, em português), que trata-se de uma proposta de melhorias para a criptomoeda, que entrará em vigor na fusão.

De acordo com esse upgrade, há uma “taxa base” menor para as transações a serem incluídas no próximo bloco, mudando dinamicamente e dependendo de quão cheio o bloco está no momento da operação. Isso permitirá que dApps, carteiras e protocolos definam automaticamente taxas de rede mais baixas e precisas.

Após a transição, estima-se que a quantidade de ETH emitido vai cair 90%, o que faria com que as taxas de rede levassem a oferta da cripto cair 5% ao ano.

Sobre o olhar de escalabilidade, atualmente, a Ethereum suporta 30 transações por segundo (TPS), o que ainda pode gerar atrasos e congestionamentos. Com a atualização e implementação da Shared Chains, espera-se processar até 100 mil transações por segundo.

Como essa “fragmentação” permite que transações sejam processadas em cadeias paralelas em vez de uma única sequência de blocos consecutivos, a rede ficará mais rápida e poderá escalonar mais facilmente.

Em relação a segurança do protocolo, como o modelo de consenso Proof-of-Stake exige um número mínimo de 16.384 validadores, ele torna-se mais descentralizado e, assim, seguro. Hoje, a rede Beacon Chain já conta com mais de 400 mil validadores e aproximadamente 13,8 milhões de ETH em staking.

Reflexos no preço

The Merge é o acontecimento mais aguardado não só para o ecossistema da Ethereum como para todo mercado cripto. Como os últimos testes foram concluídos com sucesso e faltam dois meses para a atualização, houve um reflexo no preço do ativo, que subiu mais de 45% em uma semana, como mostra o gráfico abaixo. Este movimento é semelhante ao que ocorreu antes da London Fork, que fez o ETH subir mais de 60%, para US$ 2.800, nas três semanas que antecederam o evento.

Fonte: Coingecko

Não há clareza se esse movimento de alta será sustentável por mais tempo, dado que as condições macroeconômicas ao redor do mundo estão deterioradas, somada ao movimento de alta de juros pelos bancos centrais que impactam negativamente o preço dos ativos de risco, principalmente as criptomoedas.

Por fim, o mercado cripto em geral passa por uma situação delicada, de “efeito dominó” por uma série de fatores, que incluem declaração de falência de players renomados, insolvência de hedge funds, problemas financeiros em diversas corretoras, derrocadas de stablecoins, etc.

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