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Saiba tudo o que está acontecendo com a crise da FTX – Radar Criptomoedas

Veja quais foram os principais acontecimentos que causaram a crise na corretora de criptomoedas.

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Boa tarde, este é um relatório semanal publicado pelo time de Research XP, mostrando o que movimentou o mercado de cripto nos últimos dias, além de análises e comentários das principais notícias.

Conheça a Xtage, a plataforma de cripto da XP Inc.

O que movimentou o mercado?

Fonte: Coingeck, XP Research. *Os dados acima são até às 10h00 de 14/11/2022.

A última semana entrou para a história do mercado de cripto. A FTX, uma das maiores exchanges do mundo entrou numa crise de liquidez e, em sequência, deu entrada a um pedido de falência nos EUA. Como resultado, Bitcoin e Ethereum foram contagiadas pelo evento e desabaram mais de 20% nos primeiros dias, porém amenizaram as perdas junto com outros ativos de risco que se recuperaram após os dados de inflação nos Estados Unidos melhores que o esperado. No agregado, o valor das criptomoedas recuou para US$870 bilhões, registrando uma queda de -15,5% vs. a semana anterior.

No Radar Cripto dessa semana, analisamos a sequência dos principais acontecimentos que levaram a situação atual da FTX:

1- Divulgação do balanço da Alameda

A CoinDesk, um portal de conteúdos, revelou no começo do mês, o balanço patrimonial da Alameda Research, uma empresa de negociação de criptomoedas fundada por Sam Bankman-Fried (SBF), o fundador da FTX. Sua saúde financeira apresentava vulnerabilidades, com quantidade significativa de tokens ilíquidos, incluindo a FTT que é emitido pela própria corretora.

2- CZ ameaça o despejo de FTT

Preocupado com a revelação, Changpeng Zhao (CZ), fundador e CEO da Binance, anunciou pelo Twitter que iria liquidar mais de US$2 bilhões em todos os tokens FTT que possuía e disse que discordava das praticas do SBF nos processos regulatórios de criptoativos dos EUA.

3- Clientes correm para sacar seus recursos

Após a demonstração de falta confiança de CZ em relação a FTX, começou uma corrida de clientes para venderem seus ativos digitais e sacar o dinheiro de suas contas. Houve o acúmulo de US$6 bilhões em resgates solicitados até que a FTX, na manhã de terça-feira (8), pausou os saques, sinalizando que não estava conseguindo atender a demanda, dando início a uma crise sem precedentes.

4- Binance faz acordo para aquisição da FTX

Ainda no mesmo dia, no período da tarde, SBF disse que havia chegado a um acordo estratégico com a Binance para a aquisição da FTX, buscando endereçar a crise de solvência. Minutos depois, o CZ também confirmou que a Binance tinha assinado uma carta de intenção “não vinculativa” para comprar a FTX, sem a divisão dos EUA (FTX.US).

O mercado de cripto chegou a subir com o anúncio, porém a alta não se sustentou, com investidores se questionando se o acordo iria para frente já que a carta não indicava o compromisso da Binance em finalizar a transação.

5- Negociação não avança

Na quarta-feira, a Binance anunciou a desistência do acordo, dizendo que os problemas enfrentados pela FTX eram além do seu controle. Já fragilizado, o mercado intensificou a queda. O Bitcoin caiu para US$15.500, menor valor visto desde 2020, e a Ethereum chegou próximo de US$1.000. A Solana, umas das parceiras da FTX desabou para US$13.

Durante esses dias, o token FTT desabou do patamar de US$22 para US$2:

Fonte: Coingecko

6- FTX busca outros parceiros estratégicos

A FTX, que enfrenta um déficit de até US$8 bilhões, precisava de um novo financiamento para resolver seu problema de insolvência. SBF disse aos seus funcionários que estava buscando um aumento de capital e conversou com Justin Sun, fundador da Tron, embora não tenha chegado a um acordo.

7- FTX declara falência

Na sexta-feira, a FTX deu entrada a um pedido de falência nos EUA e Sam Bankman-Fried renunciou o cargo como CEO, assumindo Jon Ray III no lugar dele. O FTX Group, que inclui a FTX.com, FTX US, Alameda Research e outras empresas afiliadas, entrou com o pedido por meio do capítulo 11, mecanismo semelhante visto no Brasil para recuperação judicial.

8- Ataque hacker

Durante o último final de semana, mais de US$600 milhões em criptoativos foram retiradas das carteiras da corretora FTX, em meio a alegações de um suposto hack, quando usuários relataram que seus saldos estavam zerados. Minutos depois, a FTX declarou em seu canal do Telegram que havia sido hackeada, instruindo a todos os clientes a não baixar novas atualizações do aplicativo de celular.

Outras notícias relacionadas à crise

Governo dos EUA investiga FTX

As duas principais agências regulatórias, SEC (Securities and Exchange Commission) e CFTC (Commodity Futures Trading Commission) estão investigando a corretora FTX sobre sua gestão irresponsável com os fundos dos clientes. O foco está voltado para as atividades de empréstimo cripto pela FTX US, umas das empresas do grupo.

Tether perde paridade com dólar

Por algumas horas, a maior stablecoin, USDT, da Tether, perdeu sua paridade com o dólar, chegando ao valor de US$0,98, afetada pela situação da FTX. A emissora chegou a congelar a US$46 milhões de sua moeda digital retidos na blockchain da Tron após uma solicitação das autoridades.

O que podemos esperar partir em diante?

Com os desdobramentos e o contágio que esse evento desencadeou no setor de cripto, ainda podemos esperar que a crise continue. O nível de incerteza continua alto, deixando investidores atentos e mais cautelosos neste momento.

A derrocada da FTX nos traz novamente a discussão sobre a transparência e o funcionamento dos serviços que centralizam as operações e fazem a gestão dos ativos digitais dos clientes. Não é a primeira corretora que faz uso indevido dos recursos para se alavancar e obter maior retorno financeiro.

Iniciativas como Proof-of-Reserve, que se trata de um mecanismo de auditoria dos criptoativos, poderá se tornar padrão partir em diante. Corretoras como a Binance, Gate.io, KuCoin, Poloniex, Bitget, Huobi, OKX, Deribit e Bybit já anunciaram que estão trabalhando para trazer este tipo de transparência para os seus clientes.

Em complemento, observaremos maior pressão para regulação e fiscalização dessas empresas, que são uma das maiores portas de entrada para o investimento em criptoativos. Isso poderá retomar a confiança principalmente dos investidores institucionais que buscam maior segurança para se expor a essa classe de ativos.

Cabe ressaltar que este colapso não altera os fundamentos e a capacidade de inovação tecnológica dos criptoativos, como Bitcoin e Ethereum. Ao longo dos últimos anos, a indústria tem visto um aumento expressivo de projetos e investimentos, que continuam mostrando grande potencial de inovação.

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