‘Estou mais para destravar do que para emperrar’, diz líder do governo sobre as reformas no Congresso para 2021

No encerramento do primeiro dia do Brasil 2021 em Debate, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados, falou, em entrevista realizada pelos analistas políticos da XP, Paulo Gama e Júnia Gama, sobre os principais temas que envolvem a articulação do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados com o Congresso, ministérios e a oposição.

Tido como um grande centralizador das ideias do governo ao endereçar e negociar prioridades com as autoridades das casas no plenário, Barros afirmou que está “mais para destravar do que para emperrar” em relação à agenda de reformas, que não avançou em 2020, segundo o deputado, muito mais por paralisações do que por divergências.

Ricardo Barros citou na entrevista que a pandemia voltou a atenção para as pautas emergenciais, para a população mais vulnerável aos impactos do coronavírus. Além disso, mais na reta final deste ano, as eleições municipais ofuscaram, inevitavelmente, as matérias reformistas no Congresso. Com isso, a reforma Tributária e Administrativa, consideradas as principais da agenda, só devem ser votadas no ano que vem.

Impacto das eleições no Congresso para as reformas

Agendadas para o início de fevereiro, será que as eleições para a presidência da Câmara e do Senado podem ter algum impacto para a agenda reformista? Segundo o líder do governo Ricardo Barros, não há receio em relação a isso.

“Quanto ao mérito político das eleições no Congresso, defendo que o governo não interfira nem na eleição da Câmara nem do Senado porque são poderes harmônicos e independentes. Até o presente momento, todos os presidenciáveis na Câmara são da base do governo e reformistas. Portanto, não apresentam risco à agenda de reformas que precisamos votar”, disse Barros.

O dilema para 2021

Saindo de um ano pandêmico para um esperançoso cenário de vacinação da população e, enfim, a normalização da economia, ainda se discute como o governo irá conduzir a pauta social, no sentido de dar condição de vida às pessoas desempregadas na pandemia e a fila de espera no Bolsa Família, que chega a aproximadamente 1 milhão de pessoas.

Sem a prorrogação do auxílio emergencial e ainda sem aprovação do programa Renda Cidadã, o governo encontra também o problema de não ultrapassar o limite do Teto de Gastos, após um ano que elevou, sem precedentes, os gastos públicos. Segundo Ricardo Barros, apesar das pressões por maiores gastos em 2021, o governo deve ter uma posição firme para não elevar arrecadação por meio de impostos, conter gastos e encontrar outras soluções para as pautas sociais.

“O mantra do presidente Jair Bolsonaro é bastante claro: não tem fura-teto, não tem prorrogação de Orçamento de Guerra e não tem aumento de carga tributária. E nós temos que ter competência para, dentro destes limites, encontrar uma solução. Temos que ter clareza de que o espaço de manobra é muito curto e de que, necessariamente, se queremos manter o teto, precisamos conter despesas. Não acredito que gerar receita resolva o problema porque o teto não permite gastar o dinheiro”, afirmou o líder do governo na Câmara no painel promovido pela XP.

Base do governo para 2022

Virando para 2021, é natural que o governo já comece a pensar em ações para a tão esperada reeleição no ano seguinte. Em relação à sua base de apoio, um importante ator político nacional fez relembrar o governo de ter maior articulação daqui para a frente. ACM Neto, presidente do DEM, disse que o partido pode não apoiar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais em 2022, caso continue tendo vieses que flertam com um radicalismo ideológico, sobretudo nas questões ambientais e tensões comerciais e geopolíticas, como é atualmente o caso com a China.

“O governo tem base, e tem base já com este quadro estabelecido”, afirmou Barros em relação ao questionamento sobre uma eventual oposição do DEM nas eleições de 2022. “O DEM e o MDB são partidos que ainda não têm uma posição definida. Dependendo da nova geografia política que se estabeleça e se o presidente mantiver seu prestígio nas regiões Norte e Nordeste que tem hoje, acredito que poderão o DEM e o MDB avaliar a possibilidade de estar com o presidente na sua reeleição.

Apesar de Bolsonaro afirmar em sua campanha eleitoral e discursos no começo do mandato de que não iria se submeter ao Centrão, Barros disse no painel da XP que o presidente “deve aproveitar este momento e costurar a agregação destas lideranças e partidos de centro para sua sucessão”. Na visão do deputado, Bolsonaro “pode agregar partidos que hoje não estão em seu espectro de alianças, mas que podem chegar próximo e estar juntos na sucessão”.

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