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O que é um investidor qualificado e como ser um

Um investidor qualificado, segundo instrução da CVM, é aquele que possui mais de R$ 1 milhão investidos e declara a si mesmo por escrito. Assim, ele tem um leque maior de investimentos à disposição. Porém, antes de mais nada, é fundamental conhecer seu perfil de investidor. Só assim será possível escolher as opções de investimento […]

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O que é um investidor qualificado e como ser um

Um investidor qualificado, segundo instrução da CVM, é aquele que possui mais de R$ 1 milhão investidos e declara a si mesmo por escrito. Assim, ele tem um leque maior de investimentos à disposição.

Porém, antes de mais nada, é fundamental conhecer seu perfil de investidor. Só assim será possível escolher as opções de investimento mais adequadas para você.

Ao entender qual seu perfil de investidor, é possível encontrar meios de evitar frustrações, sustos ou prejuízos com suas aplicações.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é um investidor qualificado para a CVM
  • Vantagens de ser um investidor qualificado
  • Classificação de investidores e Suitability pela Anbima
  • Diferença entre o investidor qualificado e o investidor profissional
  • Como se tornar um investidor qualificado
  • Riscos para o investidor qualificado
  • Investimentos para um investidor qualificado

Boa leitura!

O que é um investidor qualificado para a CVM

Investidor qualificado é um título para caracterizar investidores de grande capital.

O conceito de investidor qualificado é utilizado em diversos países como uma forma de regular o mercado e proteger o pequeno investidor.

Isso porque o investidor qualificado possui mais conhecimento e experiência para compreender os riscos de suas aplicações.

Portanto, ele pode gerenciar melhor os altos e baixos dos seus investimentos, sem prejudicar seu patrimônio.

No Brasil, o conceito de investidor qualificado é definido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Diz o artigo 9-B da Instrução CVM n.º 554:

Art. 9.º- B

São considerados investidores qualificados:

I – investidores profissionais;

II – pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo 9-B;

III – as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e

IV – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas que sejam investidores qualificados.

Definição de Investidor Profissional

A definição de investidor profissional também é descrita nesta mesma instrução, no artigo anterior ao apresentado acima.

Em resumo, pode ser considerado como investidor profissional:

  • instituições financeiras e correlatas ao mercado financeiro, como bancos, corretoras, seguradoras, sociedades de capitalização, fundos de investimento, entre outras;
  • pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos em valor superior a R$ 10 milhões, desde que atestem por escrito sua condição de investidor profissional;
  • agentes autônomos, analistas e consultores autorizados pela CVM;
  • investidores não residentes no Brasil.

Ou seja, existem diferentes conceitos tanto para investidor profissional, quanto para investidor qualificado – embora todo investidor profissional seja, também, um investidor qualificado.

Note, porém, que o oposto não se aplica: nem todo investidor qualificado também é um investidor profissional.

Pré-requisitos para ser um investidor qualificado

Vamos deixar mais claro quais os requisitos para um investidor qualificado. Abaixo, vamos resumir em alguns tópicos simples, quais são esses requisitos:

  • pessoas físicas que possuam capital investido acima de R$ 1 milhão;
  • pessoas aprovadas em exames (como as certificações da Anbima);
  • investidores que estejam residindo no Brasil;
  • instituições financeiras e empresas relacionadas ao mercado financeiro, como corretoras, bancos, seguradoras, fundos de investimentos, entre outros. Também podem ser considerados como investidores qualificados os clubes de investimento, desde que gerenciados por profissional autorizado pela CVM.

Como se declarar um investidor qualificado

Você deverá estar enquadrado em algum dos requisitos da CVM.

Por exemplo: considerando que você tenha o capital mínimo de R$ 1 milhão, então você precisa atestar essa condição. Para isso, você deve solicitar à sua corretora um Termo de Investidor Qualificado.

Com esse termo, você irá declarar que possui o montante mínimo exigido. Além das condições financeiras, você também deverá atestar que possui o conhecimento para avaliar e compreender os riscos das operações restritas. O preenchimento do suitability ajuda a identificar o perfil e ver quais são os produtos mais adequados à tolerância de risco do investidor.

Vantagens de ser um Investidor Qualificado

O investidor qualificado tem acesso a produtos financeiros restritos e, geralmente, redução nas taxas operacionais.

Um título tão restrito não viria sem uma série de benefícios, claro.

Como vimos nos requisitos, esse tipo de investidor movimenta uma grande quantia de dinheiro. Desse modo, é um cliente de extrema importância para o mercado financeiro.

Por exemplo, ao abrir uma conta em determinados bancos, conforme sua renda e transações, é possível ganhar um cartão “black” ou abrir uma conta com atendimento “especial”. No mercado financeiro, funciona de maneira semelhante.

O investidor qualificado obtém algumas vantagens e oportunidades que não estão acessíveis a investidores comuns.

Conheça alguns desses benefícios abaixo:

Produtos exclusivos

O investidor qualificado pode aplicar seu dinheiro em ativos com maior rentabilidade, exclusivos somente para essa categoria de investidor.

Alguns exemplos são:

  • fundos de investimentos no exterior;
  • Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
  • Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
  • entre outros.

Custos reduzidos

Clientes VIP, como os investidores qualificados, têm acesso à redução nos custos operacionais de suas contas.

Isso os permite investir em diferentes ativos, mas com um custo de administração menor do que aquele cobrado de outros investidores.

Pelo montante de valor investido e transacionado, vale a pena para a operadora oferecer essas facilidades e descontos.

Classificação de investidores e Suitability pela Anbima

A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) é uma entidade comprometida com o fortalecimento do mercado financeiro, baseada em quatro compromissos: representar, autorregular, informar e educar.

Desse modo, ao cumprir seu objetivo de informar, a Anbima esclarece questões sobre a classificação de investidores e a suitability.

Ou seja, ela define o que é preciso verificar para adequar quais os produtos e serviços serão oferecidos para cada perfil de investidor (suitability).

A instrução n.º 554, novo modelo de classificação de investidores no Brasil, já é norma da CVM desde 2013. Foi atualizada em 2014 e está vigente desde 2015.

Nela, estão definidas as três categorias de investidores:

  • profissionais;
  • qualificados;
  • de varejo.

Já abordamos as duas primeiras categorias nesse artigo. Já a última – investidores de varejo – faz referência aos investidores “comuns”.

Foi para proteger os interesses desses investidores que as regulações quanto à adequação correta dos produtos financeiros, foram estabelecidas.

Conforme consta no artigo publicado pela Anbima:

A regra estabelece que os clientes devem ser avaliados e classificados em categorias de perfil de risco previamente estabelecidas.

Nesta avaliação, três elementos devem ser observados: os objetivos de investimento do cliente, sua situação financeira e se o mesmo possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto ou serviço.

No entanto, por possuírem o conhecimento necessário para avaliação dos riscos por conta própria, os investidores qualificados estão isentos da aplicação do procedimento de suitability.

Diferença entre investidor qualificado e investidor profissional

A diferença básica entre investidor qualificado e profissional é a exigência do investimento de um capital mínimo.

Como você já viu, investidor qualificado não é a mesma coisa que um investidor profissional.

Apesar de todo investidor profissional ser um investidor qualificado, o contrário não se aplica. A principal diferença entre esses dois perfis consiste no capital investido.

O investidor qualificado deve ter, pelo menos, R$ 1 milhão investido – além do já citado Termo de Investidor Qualificado.

Um investidor profissional também precisa assinar esse mesmo termo, além de comprovar o investimento de uma quantia mínima maior: R$ 10 milhões.

Em função de ser um valor tão alto, geralmente os investidores profissionais são as instituições ligadas ao mercado financeiro, como:

  • Bancos;
  • Seguradoras e sociedades de capitalização;
  • Corretoras;
  • Fundos de investimentos;
  • Clubes de investimentos (desde que gerenciados por profissional autorizado pela CVM);
  • Investidores não residentes no Brasil (que, possivelmente, investem em moedas mais valorizadas do que o real).

Como se tornar um investidor qualificado

Qualquer pessoa pode ser um investidor qualificado se buscar uma das certificações aceitas pela CVM.

Agora que você entendeu o que é um investidor qualificado, saiba que é possível você, também, fazer parte deste seleto grupo.

No entanto, não precisa se preocupar: você não precisa ter R$ 1 milhão (ainda).

Por enquanto, basta estudar e buscar uma certificação aceita pela CVM.

O objetivo da certificação é atestar seu conhecimento técnico sobre o mercado financeiro, demonstrando capacidade para avaliar os riscos das operações mais restritas e complexas.

Por isso, se você um investidor iniciante, não recomendamos já seguir por este caminho.

Mesmo tendo alguma experiência com investimentos, é recomendável realizar cursos preparatórios para a certificação. Dessa forma, você pode atualizar seu conhecimento sobre o mercado e a economia atual, além de aproveitar melhor o dinheiro pago pelo teste.

A fim de classificar possíveis investidor qualificados, os testes aceitos atualmente pela Comissão de Valores Mobiliários são:

  • Agente Autônomo de Investimentos da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (ANCORD)
  • Analista de Valores Mobiliários CNPI – Programa de Certificação Nacional, oferecido pela APIMEC;
  • Certificações CEA (Certificação de Especialista em Investimentos), CGA (Certificação de Gestores) e CFP (Planejador Financeiro) do programa da ANBIMA.

Porém, se você já possuir o capital mínimo exigido, não é preciso certificação. Basta solicitar à corretora o Termo de Investidor Qualificado.

Mesmo assim, considere participar de algum curso. Um olhar técnico e teórico poderá auxiliar muito no desenvolvimento de sua carteira.

Riscos para o investidor qualificado

Como comentamos, o investidor qualificado tem acesso a produtos financeiros restritos e altamente rentáveis.

No entanto, investir nesses produtos é altamente arriscado. Além disso, os riscos são muito mais complexos, o que exige uma boa avaliação por parte do investidor.

Não é à toa que a CVM seja tão exigente quanto aos requisitos básicos necessários para fazer parte dessa classificação.

Por entender que o investidor qualificado está apto a realizar essas análises, investimentos restritos não costumam apresentar muitas documentações, análises ou sugestões para facilitar a tomada de decisão.

Porém, produtos que, por um lado, trazem mais riscos ao investidor, por outro, reduzem consideravelmente a burocracia. Desse modo, é preciso cautela na hora de escolher os ativos que farão parte de sua carteira de investimentos.

Melhores investimentos para um investidor qualificado

O investidor qualificado tem acesso a produtos altamente rentáveis, como fundos de investimento no exterior.

O investidor qualificado tem acessos a produtos financeiros diferenciados e exclusivos para sua categoria.

Operações complexas e de alto risco também oferecem uma rentabilidade mais alta. Conheça alguns exemplos:

Fundos de investimento no exterior (FIE)

A B3, antiga Bovespa, oferece cerca de 1% do montante de ações de todo o mundo.

Agora, se investir nas ações da B3 já é um bom negócio, imagine levar seu capital para bolsas que negociam ações de empresas como Apple, Microsoft, Google ou Amazon?

Ao diversificar seus investimentos, aplicando em mercados internacionais, você amplia seu horizonte de oportunidades e, claro, de rendimentos. São também uma parcela de proteção no portfólio por serem considerados como porto seguro, especialmente se feitos em economias estáveis como a dos EUA.

Certificados de Recebíveis

Os certificados de recebíveis são títulos de renda fixa e representam a promessa de um pagamento.

Ao investir neste produto, o investidor está comprando papéis que garantem o direito de recebimento dos pagamentos de financiamentos realizados nos setores da agropecuária ou imobiliário.

Em outras palavras, o investidor compra o rendimento dos créditos fornecidos no formato de financiamento para o desenvolvimento desses mercados.

Isentos de impostos, estes produtos estão cada vez mais populares.

Os certificados de recebíveis imobiliários são conhecidos pela sigla CRI. Já os certificados do mercado agropecuário se apresentam com a sigla CRA.

Apesar de serem produtos acessíveis para todos os investidores, existem ofertas específicas que são destinadas apenas para investidores qualificados.

Com o simulador XP você cuida melhor do seu dinheiro. Simule e invista de acordo com o seu perfil!

Conclusão

Investidores qualificados devem ser capazes de assumir suas decisões com base em um sólido conhecimento.

Ser um investidor qualificado pode abrir muitas portas no mercado financeiro. Claro que, por envolver um grande risco, é crucial que você esteja preparado para assumir esse posto.

A CVM, no intuito de proteger os investidores e seus patrimônios, estipula exigências e instruções que visam selecionar aqueles que estão, de fato, aptos a encarar os riscos de aplicações tão complexas.

Se você acredita ser um investidor qualificado, ou esperar tornar-se um, é bom começar a estudar. Você pode conquistar seu “lugar ao sol” através das certificações aceitas pela CVM.

Porém, lembre-se do seu compromisso para consigo mesmo em relação à responsabilidade financeira necessária para lidar com as decisões que esta categoria apresenta.

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