Tupy (TUPY3): Navegando em águas turbulentas; revisão do 1T25

A Tupy apresentou resultados pressionados no 1T25, com EBITDA ajustado de R$ 247 milhões ligeiramente abaixo de nossas estimativas (-20% A/A e -2% T/T). A receita líquida ficou estável no trimestre, com (i) um ambiente desafiador para as vendas de veículos pesados nos EUA e na Europa levando a receitas pressionadas de Componentes Estruturais & Contratos de Manufatura (-6% A/A, com impactos indiretos também para a produção doméstica), parcialmente compensado por (ii) melhores vendas de Distribuição e Energia & Descarbonização. A rentabilidade contraiu devido à menor alavancagem operacional, parcialmente compensada por iniciativas de redução de custos, levando a uma margem EBITDA ajustada de -1,9p.p. A/A. Embora as taxas de câmbio possam ter sustentado a conversão de receitas externas, observamos impactos negativos tanto nas despesas financeiras quanto nos impostos, impulsionando um resultado pressionado, com prejuízo líquido de -R$ 12 milhões. Em suma, vemos um cenário incerto para os volumes automotivos em todo o mundo contribuindo para uma perspectiva desafiadora para os produtos mais tradicionais da Tupy, reforçando nossa recomendação Neutra.

Faturamento. A receita líquida de R$ 2,5 bilhões ficou em linha com nossas estimativas e estável no trimestre. Observamos (i) menores receitas de Componentes Estruturais  & Contratos de Manufatura (-6% A/A), especialmente nos mercados externos (-8% A/A, apesar de um USDBRL +18% maior no 1T25 vs. 1T24), refletindo (a) menores vendas de veículos comerciais nos EUA e Europa, o que também impactou (b) o desempenho doméstico devido às exportações indiretas de veículos pesados. Vemos isso parcialmente compensado por (ii) melhorar a receita dos segmentos de Distribuição (+15% A/A) e Energia & Descarbonização (+3% A/A), com o último beneficiado por melhores volumes/mix de geradores.

Rentabilidade. A margem EBITDA ajustada ficou em linha com nossas estimativas em 10,0%, queda de -1,9p.p. A/A. Vemos uma redução de dois dígitos nos volumes de produção parcialmente compensada por iniciativas de redução de custos. Notamos variações cambiais impactando os números da Tupy em geral, com (+) efeito positivo na conversão das receitas externas mais do que compensado por (-) variações negativas nas contas do balanço em moeda estrangeira, (+) impacto positivo das operações de hedge e (-) efeitos cambiais negativos na base tributária, juntos contribuindo para um prejuízo líquido de -R$ 12 milhões no trimestre (vs. lucro líquido de R$ 112 milhões no 1T24).

Nossa opinião. Vemos volumes operacionais mais baixos gerando resultados pressionados para a Tupy, como esperado. Embora vejamos com bons olhos os esforços de redução de custos e diversificação da empresa (reforçados pelo anúncio de contrato de hoje no segmento marítimo), vemos um cenário incerto para os volumes automotivos aumentando uma perspectiva desafiadora para as linhas de produtos mais tradicionais da Tupy, especialmente nos mercados externos. Reiteramos nossa visão cautelosa e recomendação Neutra para TUPY3.

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