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Terceira semana consecutiva de queda do Ibovespa; índice acumula queda de 3% em agosto

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -1,2% | 118.065 pontos

O Ibovespa registrou a terceira semana consecutiva de queda, acumulando perdas de 1,2% e fechando aos 118.065 pontos. Foram 9 sessões seguidas negativas em todos os pregões de agosto, que já acumula queda de 3,2%. A semana foi bastante movimentada em meio a balanços corporativos do 2º trimestre, dados relevantes de inflação no Brasil e nos EUA, ata do Copom, e dados ainda preocupantes de atividade vindos da China.

Nessa semana, os investidores repercutiram a semana mais importante de temporada de balanços do 2º trimestre. Foram mais de 100 empresas brasileiras que divulgaram seus balanços nesses últimos dias. Do Ibovespa, 66 empresas já reportaram até agora. De forma geral, a temporada não tem sido tão forte, com apenas 35% das empresas do índice surpreendendo estimativas de lucros, com uma surpresa negativa de 6,3%, segundo dados do Bloomberg. Para detalhes sobre os resultados que já saíram, veja aqui.

Na agenda econômica, o destaque foi para a ata do Copom e o IPCA de julho. O Copom (Comitê de Política Monetária) publicou na terça-feira a ata da reunião da última semana, em que seus membros decidiram reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. O documento chamou a atenção para uma “reancoragem parcial” das expectativas de inflação, ainda com o risco fiscal no radar. Apesar da decisão dividida, o Comitê vê por unanimidade a necessidade de manter a política monetária em território mais restritivo e antecipa cortes de 0,50 p.p. nas próximas reuniões. Já na sexta-feira, foi divulgado o IPCA, que avançou 0,12% m/m, acima da nossa expectativa (0,01%), e também do consenso do mercado (0,08%). Apesar dos números acima do esperado, houve uma desaceleração da inflação no setor de serviços, levando o mercado a apostar em uma aceleração nos cortes de juros nas próximas reuniões.  

Lá fora, semana negativa também para os principais índices de ações globais, com os mercados repercutindo dados mistos de inflação nos EUA. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), subiu 0,2% m/m, em linha com estimativas do mercado, mas o acumulado de 12 meses acelerou para 3,2% de 3,0% do mês anterior. Já o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, registrou alta de 4,7% na comparação anual, o patamar mais baixo desde outubro de 2021. Também foram publicados os preços ao produtor (PPI) que vieram acima das expectativas em 0,3% m/m, tanto no índice cheio quanto no núcleo. O nosso time de Macro acredita que o Federal Reserve não voltará a elevar sua taxa básica de juros, mas também parece cedo para discutir cortes.  

Destaque também para dados da China que continuaram a pressionar os mercados. Dados indicaram que as importações cederam 12,4% a/a, muito abaixo do esperado, expondo a fraqueza da demanda doméstica. As exportações, por sua vez, caíram 14,5%, também abaixo das estimativas. Dados de inflação também trouxeram preocupações: o índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,3% nos 12 meses até julho, enquanto a inflação ao produtor (PPI) encolheu 4,4% nesse mesmo período. Além disso, dados de crédito e empréstimos bancários mais fracos demonstram perda de fôlego da economia local. Essas últimas divulgações reforçam as preocupações com crescentes pressões de deflação em meio à retomada fraca da economia, especialmente no setor imobiliário.


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 11/08/2023.


Câmbio e juros

O Dólar fechou asemana em alta de 0,66% em relação ao Real, em R$ 4,91/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/37 fechou 9 bps na semana, atingindo 11,02%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 11/08/2023.


Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, houve uma saída de capital estrangeiros da Bolsa em cerca de R$ 2,0 bilhões. Por outro lado, o saldo foi positivo para investidores domésticos: tanto investidores institucionais como investidores Pessoa Física registraram um saldo positivo de fluxos em cerca de R$ 1,0 bilhão.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados de fluxo até 09/08/2023.


O que esperar para semana que vem?

No Brasil, as discussões sobre o orçamento de 2024 devem dominar a pauta fiscal na próxima semana. O governo busca novas medidas para ampliar a arrecadação e atingir a meta de resultado primário zero no próximo ano, incluindo eventuais mudanças na tributação do imposto sobre a renda. As propostas precisam ser encaminhadas até o dia 31 de agosto. Outro ponto de atenção é aprovação do novo arcabouço fiscal, que permanece pendente e pode ser votado nesta semana. A aprovação é fundamental para balizar a construção da proposta orçamentária do próximo ano. Na agenda de indicadores, destaque para a divulgação do IBC-Br (proxy mensal do PIB) de junho. Estimamos crescimento de 0,8% ante maio e de 2,0% na comparação com junho de 2022. Com isso, o indicador mostraria expansão de 0,5% no 2º trimestre versus o 1º trimestre e de 2,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Por sua vez, o Tracker XP do PIB aponta para ganhos de 0,3% na margem e 2,7% na base interanual.

Na agenda internacional, destaque para a divulgação da ata do FOMC (comitê de política monetária do Banco Central dos EUA) na próxima quarta-feira, que deverá trazer mais detalhes sobre sua decisão de elevar a taxa de juros americana em 0,25pp na última reunião. Na Europa, teremos a primeira leitura do PIB da Zona do Euro do 2º trimestre. No Reino Unido, toda a atenção estará voltada aos dados de inflação de julho após surpresa altista na leitura de junho.


Temporada de balanços

Calendário de resultados da próxima semana

Fonte: Bloomberg, Research XP.

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