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Stone & Co (STNE): Resultados mais suaves: foco em continuar a aprimorar e expandir seu ecossistema financeiro; Revisão 1T24

Análise do resultado da Stone & Co do 1T24.

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A Stone reportou resultados neutros e em linha no 1T24. O lucro líquido recorrente atingiu R$450 milhões, um aumento significativo de 90% A/A, embora tenha diminuído 20% T/T. Esse resultado foi 8% superior às nossas estimativas. Apesar do TPV abaixo do esperado, o forte resultado financeiro o compensou, levando a um crescimento da receita total de 14% A/A, ligeiramente acima de nossas projeções. Os resultados financeiros (e de crédito) estão se tornando mais relevantes para a empresa a cada trimestre. Como pontos negativos, podemos apontar as despesas de vendas mais altas, os depósitos permanecendo estáveis sequencialmente e o aumento de 120 bps em NPL>90. Embora a Stone tenha mantido seu impulso positivo de crescimento, os resultados do 1T24 nos levam a exigir um pouco mais de esclarecimento sobre as alavancas de lucratividade futura da empresa. Reconhecemos o progresso da empresa em direção à base da pirâmide, atendendo aos microempresários. Embora tenha havido um aumento no TPV e na taxa de recebimento nesse segmento, continuamos cautelosos em relação ao aumento das taxas de inadimplência e ao impacto potencial sobre a necessidade de capital de giro da empresa. No entanto, a empresa reafirmou sua orientação para o ano, e o primeiro trimestre nos dá a confiança de que está no caminho certo para entregar suas principais métricas.

A Stone reportou uma Receita Total e Lucro de R$ 3.084,9 milhões no 1T24, uma queda de 5,0% T/T, mas um aumento de 13,8% A/A (-1% vs. expectativas da XP). Esse crescimento foi em grande parte impulsionado pelo crescimento de 26,6% A/A no Resultado Financeiro (maiores (i) volumes pré-pagos, (ii) receita de crédito e (iii) receita flutuante de bancos). Vale mencionar que a Receita Líquida de Atividades Transacionais e Outros Serviços, que cresceu 2,3% A/A, impulsionada pelo crescimento do TPV, foi afetada por uma mudança na metodologia contábil interna das taxas de adesão. De acordo com o release, essa mudança reduziu em R$ 68,7 milhões a receita de membership fee do 1T. Do ponto de vista ajustado por segmento, o crescimento durante o trimestre reflete um aumento de 16% nas receitas de serviços financeiros, principalmente como resultado do crescimento da base de clientes ativos e maior monetização de clientes no segmento MSMB. As receitas de software aumentaram 1,6% T/T e 3,0% A/A.

A base de clientes ativos de pagamentos atingiu 3,72 milhões, dos quais 3,68 são MPMEs. As adições líquidas totalizaram 198,5 mil, sendo que os 204,9 mil novos clientes ativos de MPMEs mais do que compensaram a queda de 6,4 mil clientes de contas-chave.

O volume total de pagamentos atingiu R$ 114 bilhões (-5,6% T/T e +17,9% A/A). O MSMB TPV atingiu R$ 93,4 bilhões (18,4% A/A) e o MSMB PIX P2M atingiu R$ 8,5 bilhões. Embora negativamente impactada pela sazonalidade e por um desempenho pouco inspirador das vendas de varejo no país, a Stone conseguiu aumentar sua base de clientes e crescer seu TPV em uma base anual. As contas-chave continuaram a mostrar TPVs decrescentes (-17,8% T/T e -15,5% A/A).

A Stone registrou uma melhora positiva no take-rate. Para o segmento MSMB, o take rate subiu 11 pontos-base T/T e atingiu 2,54%. As contas-chave também cresceram e encerraram o trimestre em 1,29% (+1 bp sequencialmente). O desempenho positivo no MSMB é atribuído principalmente a (i) crescimento em clientes micro e pequenos, que têm take rates mais altos, (ii) um aumento nos volumes de crédito sobre débito em comparação com o quarto trimestre, e (iii) uma maior contribuição de soluções bancárias e de crédito.

A Stone registrou um sólido crescimento da carteira de crédito durante o primeiro trimestre. A carteira da empresa totalizou R$ 531,7 milhões, um aumento de 71,8% em relação ao trimestre anterior. Esse desempenho foi impulsionado pelo número de clientes de crédito, que saltou de 10.752 no 4T23 para 18.754 no 1T24. Juntamente com a carteira de crédito, a empresa contabilizou R$ 44,4 milhões em Provisão para perdas esperadas de capital de giro, valor 13,4% superior ao registrado no 4T23. Como resultado, a provisão acumulada para perdas esperadas de capital de giro totalizou R$ 106,3 milhões, permanecendo em 20% da carteira de crédito e em linha com o que a empresa vem comunicando.

As soluções bancárias continuaram a prosperar. Os principais destaques foram: i) a base de clientes bancários ativos alcançando 2,4 milhões no 1T24 (+13,4% T/T e 89,9% A/A), e ii) o ARPAC bancário de HSH, imprimindo R$ 29,3 (+3,3% T/T e -20,1% A/A). No lado negativo, os depósitos caíram para R$ 5.985 milhões (-2,2% T/T e +53,4%), embora acreditemos que a sazonalidade tenha participado da queda, gostaríamos de ver a empresa acelerando esse número nos próximos trimestres, a fim de atender às expectativas do guidance.

Com relação ao NPL, esse foi mais um trimestre de aumento. O NPL de 15 a 90 dias aumentou 20 bps T/T, enquanto o NPL > 90 dias aumentou 120 bps sequencialmente. Embora a carteira tenha sido iniciada recentemente e o ritmo de crescimento atual ainda pareça razoável, o histórico da Stone na concessão de crédito e o conhecimento de que essa não deve ser a taxa de execução nos levarão (e às ruas) a acompanhar de perto esse indicador a fim de antecipar qualquer risco adicional em potencial decorrente disso.

Durante o trimestre, o custo dos serviços totalizou R$ 809,9 milhões (+12,3% A/A), em grande parte devido a (i) provisões para perdas com empréstimos, que totalizaram R$ 44,4 milhões no trimestre e foram nulas no 1T23; (ii) maiores custos de logística; e (iii) maiores D&A ligados à expansão contínua da base de clientes. As despesas administrativas, no entanto, diminuíram 13,8% A/A para R$ 257 milhões. Essa queda pode ser atribuída a menores serviços de terceiros.

Devido a maiores investimentos em vendedores, marketing e comissões de parceiros, as despesas com vendas apresentaram o maior aumento A/A (+35,8%) e encerraram o trimestre em R$ 529,7 milhões. Como percentual da receita, o Custo dos Serviços foi de 26,3% (-30 bps A/A); as Despesas de Adm foram de 8,3% (-270 bps A/A); e as Despesas Comerciais foram de 17,2% (+280 bps A/A).

O lucro líquido ajustado foi de R$ 450 milhões no trimestre (queda de 20,1% T/T, +90,4% A/A e +8% em relação às expectativas da XP). O maior nível de lucratividade em relação ao mesmo período do ano anterior foi impulsionado pelo aumento dos volumes de TPV e Crédito, combinado com menores despesas operacionais e administrativas.

Em novembro de 2023, a empresa realizou seu Dia do Investidor e compartilhou a orientação para o período entre 2024 e 2027. Para 2024, a Stone se comprometeu a entregar: i) mais de R$412 bilhões em TPV MSMB (1T24: R$93 bilhões); ii) mais de R$ 7,0 bilhões em Depósitos de Clientes (1T24: R$ 6,0 bilhões); iii) > R$ 0,8 bilhões em Carteira de Crédito (1T24: R$ 0. 5 bilhões); iv) >2,49% no Take Rate de MSMB (1T24: 2,54%); v) > R$1,9 bilhão no Lucro Líquido Ajustado (1T24: R$450 milhões); e iv) < R$ 1.125 milhões nas Despesas Administrativas Ajustadas (1T24: 232 milhões). Após o 1T24, a empresa reafirmou seu guidance e declarou que seu desempenho está no caminho certo para entregar o guidance, com o que concordamos.

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