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Semana movimentada por preocupações com inflação no Brasil e juros nos EUA; Ibovespa encerra em queda de -0,4%

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -0,4% | 108.078 pontos

Em semana de grande volatilidade por conta da política local, o Ibovespa encerra em queda de -0,4% aos 108.078 pontos. Como destaque negativo, a Alpargatas (ALPA4) registrou queda de -24,6% após os resultados do 4T22 decepcionarem o mercado. Na ponta oposta, São Martinho registrou alta de 10,6% , com a alta do açúcar na bolsa internacional e as ações também vêm ganhando destaque desde que a empresa anunciou que produzirá etanol a partir do milho como matéria-prima.

No Brasil, a ata do Copom apresentou tom de trégua entre o Banco Central e o governo. Foi comentado que o pacote fiscal anunciado no mês passado pelo ministro da Fazenda pode ter um efeito benigno para o rumo da inflação. De dados econômicos, o IPCA de janeiro registrou alta abaixo do consenso, a inflação ao consumidor atingiu 5,8% no acumulado em 12 meses. O dado reforça a visão de desinflação em curso ainda que de forma gradual. O time de Economia da XP projeta uma inflação de 5,7% em 2023. Em meio às discussões sobre a independência do Banco Central e um possível ajuste na meta de inflação, esse resultado abaixo do esperado pode reduzir a temperatura e abrir caminho para um melhor diálogo entre o Poder Executivo e a autoridade monetária.

Em território americano, o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, foi lido como dovish por não incorporar mudança significativa de tom após os dados do mercado de trabalho. Além disso, reconheceu que o processo de desinflação, e o apetite por risco do mercado voltou novamente mesmo que a autoridade tenha afirmado que novas altas de juros ainda podem ser necessárias. Esse fator, combinado com os fortes resultados corporativos nos EUA, está elevando as expectativas dos mercados de um “pouso suave”. Porém, com a postura firme do Fed de seguir com altas nas taxas de juros por um período maior do que o esperado pelo mercado, os títulos de 2 anos registraram um salto nos rendimentos para 4,51%, o que pressionou o mercado acionário mais ao final da semana.

Na China, após a derrubada com um míssil  pelo exército americano  de um balão chinês, apontado como um equipamento de espionagem, as tensões entre as duas maiores economias do mundo se elevaram. A expectativa do mercado é de que novas sanções dos EUA sobre as empresas de tecnologia chinesas após “balão espião” impactem o setor chinês. Com isso, o índice de Hang Seng registrou queda de -2,2% na semana. Além disso, a inflação chinesa apresentou resultados melhores do que o esperado tanto no Índice de Preços ao Produtor (PPI) quanto no Índice de Preços ao Consumidor (CPI). O mercado espera uma elevação do custo de vida na China nos próximos meses, após o fim da política de tolerância zero à Covid. Ainda assim, a inflação ao consumidor deve ficar ao redor de 3% este ano, muito abaixo das taxas observadas nas principais economias ocidentais.


Temporada de balanços

Fonte: Economática, Research XP.

Clique aqui para mais detalhes sobre a temporada de resultados do 4º trimestre de 2022

Calendário de resultados da próxima semana

Fonte: Research XP.

Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 10/02/2023

Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana com alta de +1,57% em relação ao Real, em R$ 5,21/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +46bps na semana, atingindo 13,51%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 10/02/2023

Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi negativo em cerca de R$ 500 milhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 10/02/2023. Dados de fluxo estrangeiro até 08/02/2023.

O que esperar para semana que vem?

Na semana que vem, a atenção estará voltada para os dados de inflação nos EUA (CPI e PPI) de janeiro, além de dados referentes ao varejo e setor industrial. Além disso, será divulgada a prévia do PIB da Zona do Euro no último trimestre, além do boletim econômico do Banco Central Europeu e índice de preços ao atacado na Alemanha de janeiro.

No Brasil, a semana terá a divulgação do IGP-10 de janeiro e o IBC-Br de dezembro. Do lado político, as sinalizações do governo acerca da mudança da meta de inflação para os próximos anos e autonomia do Banco Central devem ser destaque nos noticiários.

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