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Resultados do 3º trimestre de 2023: mais um trimestre fraco como esperado

Veja a retrospectiva dos resultados divulgados, com uma análise consolidada do nosso universo de cobertura de ações.

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A temporada de resultados do 3° trimestre de 2023 chegou ao fim e todas as cerca de 160 empresas cobertas pela equipe XP reportaram, juntamente com todas as 82 empresas que compõem o Ibovespa. Este relatório fornece uma análise consolidada dos resultados, juntamente com os principais destaques para cada setor dentro de nossa cobertura.

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Fonte: Bloomberg, XP Research.

Quanto a setores, a maioria dos analistas setoriais viu essa última temporada como mista para as empresas de sua cobertura. Os segmentos que se destacaram com resultados positivos foram: Educação, Financeiro, Operadoras de Saúde, Shoppings, Frigoríficos, Mineradoras e o setor de Petróleo & Gás.

Fonte: Bloomberg, XP Research.
Fonte: Bloomberg, XP Research.
Fonte: Bloomberg, XP Research.

Estimativas de lucros do Ibovespa subiram

Olhando para frente, vemos que as expectativas de lucro do Ibovespa foram revisadas para cima.

Fonte: Bloomberg, XP Research.

Análise ESG do trimestre: Temas ambientais prevalecem sobre os sociais e de governança

A temporada de resultados do terceiro trimestre para as empresas brasileiras representa a oportunidade de (i) divulgar os principais marcos ESG alcançados ao longo do ano; e (ii) informar possíveis atualizações da estratégia de sustentabilidade das companhias em linha com compromissos assumidos anteriormente.

Conforme mencionamos em nosso relatório "Fim do 3T23: Quantas vezes o termo ‘ESG” foi mencionado pelas empresas durante a temporada?” (acesse aqui), de acordo com dados da Bloomberg, o tema “ESG” foi citado 161 vezes nas teleconferências de resultado das empresas que compõe o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE) no 3T23, registrando uma queda de 21,1% em relação ao trimestre anterior e de -13,6% ano contra ano. Do ponto de vista dos pilares, as iniciativas ambientais foram as mais mencionadas (67%), seguidas pelas sociais e de governança (19% e 14% do total, respectivamente). Apesar dessa queda, continuamos vendo os relatórios de sustentabilidade como um aspecto fundamental da divulgação corporativa e gerenciamento de riscos, com os investidores buscando cada vez mais transparência em relação aos dados relacionados a agenda. Diante desse cenário, vale ressaltar o anúncio da CVM de que adotará como obrigatória, a partir de 2027, as normas de divulgação de informações de sustentabilidade previstas pelo Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB, na sigla em inglês) – acesse aqui nosso relatório para mais detalhes sobre as normas e potenciais impactos às empresas.

Do ponto de vista de nomes, vale a pena mencionar as principais iniciativas divulgadas por três empresas que constituem a Carteira XP ESG Brasil para novembro (link):

  • (i) Orizon (ORVR3) obteve um financiamento por 8 anos no valor de R$130 milhões para emitir seu 1º empréstimo vinculado à sustentabilidade junto ao IFC, sendo o 1º para o setor de gestão de resíduos em mercados emergentes;
  • (ii) Suzano (SUZB3) encerrou o 3T23 com 40% do total de sua dívida vinculada à instrumentos ESG, além de estabelecer um guia interno para quantificar o potencial de um projeto para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, visando apoiar sua curva de descarbonização e a tomada de decisões sobre novos investimentos; e
  • (iii) Telefônica Vivo (VIVT3) lançou seu Plano de Ação Climática, detalhando a estratégia referente à clima em relação aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), estabelecidos pelas Nações Unidas em 2015.

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Confira todos os resultados do 3º trimestre de 2023

Destaques dos setores

Agro

Também foi um trimestre misto para Açúcar e Etanol. Os players do setor registraram fortes resultados operacionais impulsionados pelo clima favorável. Além disso, os resultados já começaram a se beneficiar dos preços do açúcar mais elevado e da maior produtividade, o que levou a uma maior diluição dos custos. No entanto, não o suficiente para compensar as fracas margens do etanol impulsionadas pelos preços mais baixos. Para os produtores agrícolas, o trimestre também foi misto, com margens já refletindo melhores produtividades e custos mais baixos da nova colheita, mas os resultados ainda foram impulsionados principalmente por produtos agrícolas da safra passada (que enfrentavam margens fracas). Para os players de serviços agrícolas, o foco principal continua a ser o nível de comercialização de culturas inferior à média, o que está a afetar negativamente os resultados do setor.

Alimentos e Bebidas

Bancos, Mercados de Capitais, e Neo-banks & Fintechs

Vemos a temporada de resultados do 3T23 como positiva. Embora a inadimplência tenha encerrado o trimestre ainda em níveis elevados, neste trimestre finalmente começamos a observar uma redução nestes indicadores. Do lado das receitas com prestações de serviços, o terceiro trimestre também apresentou melhorias marginais sequencialmente, superando o cenário macroeconómico ainda aquém do ideal. Além disso, a maior parte das empresas do nosso universo de cobertura manteve o foco em eficiência e apresentou melhores resultados. No que diz respeito aos bancos incumbentes, o trimestre aparentemente marcou o início de um ciclo mais virtuoso para os NPL. No entanto, alguns players continuam com a rentabilidade pressionada (nomeadamente Santander e Bradesco). No segmento de mercados de capitais, embora a atividade tenha arrefecido, após ter atingido o pico no final do segundo trimestre, as três empresas reportaram resultados resilientes, impulsionados em grande parte por outras fontes de rendimento e pelo controlo de custos. Por último, mas não menos importante, os Neobanks e Fintechs entregaram melhorias operacionais sequencialmente, levando a melhores resultados financeiros. Nu e Inter apresentaram números melhores que o esperado, levando a nós e o consenso a ficarmos mais positivos em relação aos próximos trimestres. Méliuz também surpreendeu, principalmente pelo lado de custos e despesas. Dito isso, ainda vemos oportunidades atraentes no setor e mantemos ITUB4 (Top Pick), BBAS3 e INBR32 como nossos nomes preferenciais. Nu e BTG tiveram outro desempenho forte, mas o patamar de precificação elevado ainda nos deixa um pouco cautelosos.

Bens de Capital

Construtoras

Educação

Elétricas e Saneamento

Nas empresas do setor elétrico e saneamento, os principais destaques foram: (i) Eletrobras (ELET3), que trouxe novidades positivas em todas as frentes, principalmente na área de redução de custos e empréstimos compulsórios; Equatorial (EQTL3), que continuou mostrando sua capacidade de recuperação de ativos de distribuição; e (iii) Sanepar (SAPR11) que apresentou volumes faturados melhores que o esperado e tarifa média superior.

Frigoríficos

Imobiliários e Shopping

Operacionalmente, o segmento de shopping centers teve um desempenho sólido, explicado pelo crescimento positivo das vendas dos lojistas A/A acima do crescimento esperado de um dígito médio. Destacamos uma taxa ocupação mais forte e uma inadimplência líquida significativamente menor, o que ajudou a reduzir as despesas de propriedade, levando a margens robustas.

Mineração e Siderurgia

Papel e Celulose

Petróleo e Gás

Saúde

Serviços de saúde: A cadeia de valor da saúde ainda está pressionada. No entanto, nesta temporada de resultados, pudemos observar mais um trimestre de melhorias, apontando para uma recuperação constante. Durante este trimestre: (i) A Hapvida e a SULA registraram resultados fortes, principalmente devido a aumentos de preços, o que resultou em perdas líquidas de planos de saúde para ambas as empresas, mas reduziu a sinistralidade; (ii) Os prestadores de serviços hospitalares continuam absorvendo pressões do setor em geral, com números de taxas de ocupação e leitos operacionais mistos. Pelo lado positivo, destacamos melhorias no ticket médio, especialmente provenientes de aumentos de preços e mix; (iii) A Oncoclínicas manteve seu crescimento constante de receita, com melhorias na alavancagem operacional e conversão de caixa. Por outro lado, notamos a pressão no ticket médio devido a um aumento da PDD, de 3,6% em relação à receita bruta (+2,4 p.p. A/A; +1,1 p.p. T/T); e (iv) o Fleury conseguiu melhorar a alavancagem operacional mesmo considerando uma piora no mix de procedimentos.

Indústria Farmacêutica e Distribuição: Vimos resultados de neutros a negativos para as farmacêuticas, mas positivos para a Viveo, dado que: (i) a Hypera indicou que não será capaz de entregar o seu guidance de receita para o final do ano de 2023, principalmente devido aos impactos de um inverno extraordinariamente quente, embora notemos a sua rápida redução em gastos com marketing para compensar o impacto nas margens; (ii) a Blau apresentou resultados negativos, com receita praticamente estável mesmo com a consolidação da Bergamo e o aumento das vendas de especialidades, enquanto a margem de EBITDA ajustada caiu significativamente devido a impactos como pressões competitivas e uma piora do mix; e (iii) a Viveo apresentou mais um trimestre de forte crescimento, principalmente devido aos segmentos de H&C, L&V e Serviços, com aumentos de dois dígitos das receitas A/A, resultando em diluição de despesas.

Mídia e Tecnologia

Telecom

Transportes

No segmento de Aluguel, a Localiza foi nosso destaque, após reportar lucro líquido acima de nossas estimativas (+11%), principalmente devido ao desempenho resiliente de Gestão de Frotas. Por outro lado, (i) Vamos reportou resultados fracos, uma vez que as vendas das concessionárias sofreu com a desaceleração temporária do mercado de caminhões/equipamentos; e (ii) Movida, já que o resultado permaneceu pressionado por (a) forte queda na margem EBITDA de Seminovos, e (b) maiores depreciações e despesas financeiras.

No setor de Infraestrutura, destacamos (i) o desempenho da Rumo e da Santos Brasil, ambos baseados em um ambiente positivo de oferta e demanda, onde o principal fator foi um forte crescimento tarifário; (ii) A Hidrovias do Brasil também relatou desempenho positivo, uma vez que o Corredor Norte continuou seu desempenho positivo e vimos uma recuperação no Corredor Sul, à medida que os níveis de calado melhoraram; e (iii) a Ecorodovias surpreendeu positivamente após o forte desempenho de tráfego verificado no trimestre.

No setor aéreo, vimos mais um trimestre onde o foco foi a melhoria da rentabilidade devido (i) à recuperação da demanda; (ii) yields mais elevados; e (iii) redução do CASK, proveniente principalmente dos preços mais baratos dos combustíveis

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