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Queda da Selic se aproxima: Como investir nesse novo ciclo?

Com expectativa de cortes na Selic no segundo semestre, veja como investir nesse cenário.

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Como amplamente esperado, o Banco Central, em mais uma reunião de seu Comitê de Política Monetária (Copom), manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sétima reunião consecutiva. Conforme indicado pelo nosso time de Economia, e reiterado pelo Copom no anúncio da decisão dos juros, o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres e corrobora a manutenção da taxa de juros na reunião de hoje. Porém, a autoridade monetária pontuou que, como as projeções de inflação continuam acima da meta, a política monetária deve seguir restritiva, ainda que não necessariamente no grau atual, indicando possíveis cortes no segundo semestre.

Fonte: Banco Central do Brasil, XP Research. Dados até 21/06/2023.

Com isso, esperamos que o Copom comece gradualmente um ciclo de flexibilização da política monetária no segundo semestre, com corte de juros na reunião de agosto. A expectativa do time de Macro XP é de que a Selic termine 2023 em 12%, chegando a 11% no primeiro semestre de 2024.

Quais setores da Bolsa são beneficiados durante ciclos de corte de juros?

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No relatório Keeping Up with the Rates: Como se posicionar para uma queda de taxa de juros, fizemos uma análise aprofundada do comportamento dos setores na bolsa brasileira durante várias fases de ciclos monetários ao longo das últimas duas décadas.

Os resultados que obtivemos sugerem que, durante os ciclos de corte de juros no passado, os setores cíclicos, como Papel & Celulose, Mineração & Siderurgia, Varejo, Transportes e Bens de Capital, tendem a ter um desempenho melhor do que o resto do mercado.

Small Caps também são beneficiadas

Além dos setores acima, as ações Small Caps também tendem a ser bastante sensíveis a juros. Desde as mínimas atingidas pelo índice Small Caps em março deste ano, ele já sobe cerca de 32%. Enquanto isso, as ações Large Caps sobem cerca de 21% no período.

No gráfico ao lado, vemos claramente uma alta correlação entre as taxas de juros de longo prazo (linha cinza com o eixo invertido), e o desempenho de Small Caps em relação às Large caps.

Fonte: Bloomberg, XP Research. Dados até 21/6/2023.

E quais papeis que tendem a se beneficiar da queda de juros?

Baseado no nosso estudo, as ações com maior correlação negativa com taxas de juros de 1 ano, que tendem a se beneficiar em um possível ciclo de cortes de juros, estão listadas abaixo:

Fonte: Economatica, XP Research. Mais informações no relatório Keeping Up with the Rates

A Bolsa vs. CDI

Desde o início do plano Real em 1994, o Ibovespa teve um retorno similar ao do CDI, mas com uma volatilidade bem superior. Mas como fica essa relação durante os ciclos de corte na Selic?

Fonte: Bloomberg, XP Research.

Analisando os ciclos de corte da taxa Selic nos últimos 20 anos, quando houve 6 ciclos de corte de juros, em 5 deles Ibovespa teve um desempenho positivo, com uma média de retorno de 47,1% durante esses períodos.

Comparando com os retornos do CDI, uma estratégia simples de comprar a Bolsa no mês que o Banco Central inicia o ciclo de corte e segurar até o final do corte de juros trouxe retornos para a Bolsa que foram 2,5x superiores ao CDI.

Olhando os dados de outra forma, para cada 1p.p. de corte na taxa Selic, o Ibovespa entregou um retorno médio de +7,2% historicamente.

Esses dados indicam que, historicamente, a Bolsa brasileira não precifica o ciclo de cortes dos juros até que ele comece de fato.

Como se posicionar na Bolsa?

Olhando para o futuro, achamos que podemos estar diante de um ciclo mais favorável para ativos brasileiros frente à essa perspectiva de queda de juros.

Acreditamos que pode ser hora de começar a adicionar algum risco ao portfólio de ações, mas ainda com uma visão seletiva. As taxas de juros ficarão em dois dígitos por um tempo, o que significa cautela com empresas altamente alavancadas. Além disso, o ruído político continua no radar, com a reforma tributária potencialmente sendo discutida em breve. E, é claro, ainda existem riscos de recessão no exterior, com o crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerando.

No último mês, como pontuamos no nosso Raio XP, atualizamos o nosso valor justo do Ibovespa para 130 mil pontos de 128 mil para o final de 2023 devido à melhora nas taxas de juros futuras. Ainda vemos mais espaço para o Brasil ter boa performance se as taxas de juros caírem ainda mais em direção a níveis mais normalizados.

Confira mais sobre a nossa visão para a Bolsa brasileira no Raio-XP: É hora de voltar para as Small Caps

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