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Petrobras (PETR4) | Plano Estratégico 2024-2028

A Petrobras divulgou seu relatório de produção e vendas referente ao 3T23. Veja nossos comentários.

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A Petrobras divulgou o CAPEX de seu Plano Estratégico de 2024-2028. Algumas das principais características do plano foram mantidas, mas algumas mudanças podem ser percebidas, especialmente em relação ao aumento do CAPEX e à diminuição da remuneração aos acionistas. A Petrobras previu um CAPEX de US$ 102 bilhões de 2024 a 2028, um aumento de 31% em relação ao plano anterior. Consideramos o plano como uma mudança ligeiramente negativa em comparação com o plano anterior. Além disso, a divulgação do CAPEX em avaliação (Portfólio em Avaliação) pode indicar que a gestão está considerando ativamente movimentos de fusões e aquisições, e, em nossa opinião, se esse resultado for confirmado, o mercado poderá reagir negativamente. Mantemos nossa classificação de compra, mas alertamos que os principais riscos para a tese da Petrobras ainda persistem.

O que há de novo? Na noite passada (23), a Petrobras divulgou o CAPEX de seu Plano Estratégico (“PE”), para os anos de 2024 a 2028. Algumas das principais características do plano foram mantidas como no ano passado, com a empresa focada na exploração e produção no pré-sal e na racionalização dos ativos de refinaria. No entanto, como esperado com a nova gestão da empresa, algumas mudanças podem ser percebidas, especialmente em relação ao aumento do CAPEX e à redução na remuneração aos acionistas.

Aumento robusto no CAPEX, mas com maior divulgação. A Petrobras prevê um CAPEX de US$ 102 bilhões de 2024 a 2028, um aumento de 31% em relação ao plano anterior. Embora a maior parte dele (83%) ainda deva ser direcionada para E&P, o RTC ganhou importância e foi um dos impulsionadores do aumento no CAPEX do novo plano. A grande novidade é a inclusão/divulgação do CAPEX relacionado a projetos em avaliação, chamados de “Portfólio em Avaliação” (Potenciais fusões e aquisições estão incluídas nessa nova categoria). De acordo com a Petrobras, essa categoria de CAPEX está sujeita a estudos adicionais de viabilidade financeira antes do início do contrato e da execução, e antes de se tornar parte do “Portfólio em Implementação”. Além disso, o portfólio em avaliação é dividido entre Gás e energias de baixo carbono e RTC.

Os dividendos não são mais como costumavam ser. Considerando suas premissas macroeconômicas (Figuras 4 e 5), com preços do Brent superiores ao SP anterior, a empresa espera que os pagamentos de dividendos nos próximos anos totalizem US$ 40-45 bilhões (em comparação com US$ 65-70 bilhões do SP anterior), o que pode incluir recompra de ações, com potencial para mais US$ 5-10 bilhões de dividendos extraordinários. Os valores implicam em um dividend yield de aproximadamente 8%-9% em relação ao market cap atual e 9%-11% incluindo dividendos extraordinários, em comparação com 13%-14% no mínimo e 15%-17% incluindo dividendos extraordinários do plano anterior.

Não houve mudanças significativas na área de E&P. Esse segmento manteve o foco neste plano. Dos US$ 73 bilhões de CAPEX para E&P (+14% em relação ao SP anterior), 67% (US$ 48 bilhões) serão destinados ao desenvolvimento e produção no pré-sal, e 10% (US$ 7,5 bilhões) para exploração: (i) US$ 3,1 bilhões para exploração na Margem Equatorial; (ii) US$ 3,1 bilhões para exploração nas Bacias do Sudeste; e (iii) US$ 1,3 bilhão para outros países. Além disso, a empresa mantém projetos significativos de revitalização em águas profundas (REVIT), bem como projetos complementares, com o objetivo de aumentar os fatores de recuperação em campos maduros.

A projeção de produção futura aumentou ligeiramente, conforme esperado. De acordo com a Petrobras, o aumento foi impulsionado pelo bom desempenho dos campos, pelas previsões de aumento de produção e pela entrada de novos poços, com um crescimento CAGR na produção de petróleo de aproximadamente 3,4%. A Petrobras estima um preço de equilíbrio em torno de US$ 25/bbl (em comparação com US$ 20/bbl do plano anterior). Os projetos incluem a entrada de 14 novas plataformas (FPSOs) em comparação com 18 do plano anterior, sendo que 10 já foram contratadas.

Refino, Transporte e Comercialização: O CAPEX para RTC totalizou US$ 17 bilhões para o período de 2024-2028, em comparação com US$ 10 bilhões do antigo PE. O segmento continua focado em melhorar o uso dos ativos de refino e logística e aumentar a eficiência energética, com o objetivo de expandir a capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente o fornecimento de produtos para o mercado de baixo carbono.

Um vislumbre do que esperar das energias renováveis. A gestão da Petrobras, assim como o atual governo brasileiro, tem se manifestado especialmente sobre direcionar a Petrobras para investir e se preparar para a transição energética (energia eólica offshore, hidrogênio, captura de carbono). Em seu novo PE, um segmento de “Energias de baixo carbono” foi agrupado ao lado do gás, representando US$ 9 bilhões de CAPEX (em comparação com US$ 1,6 bilhão do plano anterior), dos quais US$ 6 bilhões foram classificados como portfólio em avaliação. Por outro lado, a Petrobras revelou que alocará até US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos (11% do CAPEX total e 6% do CAPEX em implementação), com US$ 5,5 bilhões em energias de baixo carbono (energias eólica e solar fotovoltaica + US$ 0,3 bilhão em hidrogênio, CCUS, capital de risco corporativo).

Os dividendos vão permanecer robustos no curto prazo, mas ainda é um (outro) passo em direção a deterioração da tese. De acordo com a pesquisa que conduzimos com investidores institucionais (aqui), no início deste mês, 91% da amostra acreditavam que o CAPEX ficaria abaixo dos níveis anunciados, enquanto 62% acreditavam que o nível de CAPEX anunciado ontem poderia desencadear uma venda de mais de 5% nos preços das ações. No entanto, acreditamos que o mercado está melhor preparado para esse resultado, também considerando que o fluxo de notícias sobre esse assunto foi intenso nas últimas semanas, e relatos na mídia especulavam um CAPEX de mais de 100 bilhões. Ainda assim, consideramos o plano como uma mudança ligeiramente negativa em comparação com o plano anterior. Além disso, a divulgação da avaliação do CAPEX (Portfólio em Avaliação) pode indicar que a gestão está considerando ativamente movimentos de fusões e aquisições, e, em nossa opinião, se esse resultado for confirmado, o mercado poderá reagir muito negativamente. Mantemos nossa classificação de compra, mas aler

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