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Óleo e Gás | O que aconteceu no 1º trimestre? Petrobras nos holofotes

Veja os nossos comentários sobre os resultados do 1º trimestre de 2023 para as empresas de Óleo e Gás

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Resumo dos Resultados do 1T23

Petrobras e 3R reportaram resultados acima do esperado, enquanto PRIO e Cosan (ajustado para ganhos não recorrentes da Raízen) ficaram mais em linha, e Petroreconcavo ficou abaixo de nossas expectativas. Para as empresas Jr. de E&P, um tema comum foi o impacto dos efeitos não recorrentes em suas operações, especialmente relacionados aos ativos recém-adquiridos, demonstrando a dimensão dos desafios da integração de novas operações. A nova política de preços do diesel e da gasolina da Petrobras foi um tema recorrente durante as teleconferências de resultados, e a estatal apresentou mais um trimestre de forte geração de fluxo de caixa livre e dividendos robustos.

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Veja todos os resultados do 1º trimestre de 2023

No geral, apesar dos desafios macroeconômicos e da queda do preço do Brent, as empresas de nossa cobertura têm apresentado bons resultados. Para as empresas Jr. E&P, um tema comum foi o impacto dos efeitos não recorrentes em suas operações, especialmente relacionados aos ativos recém-adquiridos, demonstrando a dimensão dos desafios da integração de novas operações. Embora as oportunidades de M&A ainda estejam sendo observadas, as empresas parecem estar mais focadas na eficiência operacional e no crescimento orgânico da produção. Os planos de desenvolvimento dos campos estão exigindo cada vez mais da gestão, e um planejamento adequado é fundamental para evitar impactos negativos nos resultados, já que a cadeia produtiva do setor ainda esta apertada. No entanto, acreditamos que o setor pode entrar em um cenário de consolidação nos próximos períodos, criando oportunidades de crescimento inorgânico.

A nova política de preços de diesel e gasolina da Petrobras foi tema recorrente nas teleconferências de resultados não só da estatal, mas também da Raízen (cobertura da equipe Agri, A&B da XP), Cosan, Vibra (não coberta) e Ultrapar (não coberta). Escrevemos dois relatórios sobre isso (aqui e aqui). Mas nossa percepção é que a nova política da Petrobras será benéfica para as grandes distribuidoras do Brasil e o desempenho das ações dessas empresas após o anúncio da Petrobras corrobora essa visão. A Petrobras também se destacou no setor com sua forte geração de fluxo de caixa livre e anúncio de outra rodada de dividendos fortes.

Combinando com nossa visão macro sobre o petróleo global (aqui), pensamos que, olhando para empresas listadas na bolsa brasileira, uma estratégia que combine as ações da Petrobras (beta baixo para o petróleo) com uma (ou uma cesta de empresas) Jr. O&G (beta alto para o petróleo) parece uma boa estratégia para navegar no ambiente incerto: onde o panorama macroeconômico parece desafiador, mas com o mercado de petróleo caminhando para um equilíbrio entre oferta e demanda mais apertado no 2S23.

Petrobras - A Última Dança?

Desempenho forte, com EBITDA ajustado atingindo US$ 13,9 bilhões (estável no trimestre, -6,7% A/A). O número superou ligeiramente o expectativa da XP (+2%) e o consenso (+3%). A empresa apresentou novamente forte geração de fluxo de caixa livre (11% de yield ou 44% anualizada) e declarou dividendos robustos (~7% de yield). Os destaques da teleconferência foram: (i) a formulação de uma nova política de dividendos foi solicitada pelo CA; (ii) justificativa para começar a recomprar ações respaldada pela flexibilidade de gestão de caixa, benefício fiscal e alinhamento com outras grandes empresas globais de O&G; (iii) mais desgargalamentos da capacidade de refino devem ocorrer no próximo Plano Estratégico, de ~150kbbld para ~440kbbld. Relatório completo aqui.

PRIO - Resultados in-line: Campanha do Frade em destaque

O EBITDA ajustado ficou 1% abaixo do Expectativa da XP, para US$ 389 milhões (+221% T/T, +68% A/A). O lifting cost permaneceu em um dígito (US$ 9,5/boe), e a alavancagem pro forma após a aquisição da Albacora Leste permaneceu controlada (1,1x Dívida Líquida/EBITDA). Os destaques da teleconferência foram: (i) a empresa espera ~90 mil bbld de produção para 2023; (ii) o FPSO de Albacora Leste tem sido um desafio operacional, enquanto o reservatório, uma surpresa positiva; (iii) licença ambiental para Wahoo pode atrasar um pouco o início da perfuração; (iv) na ausência de fusões e aquisições, a PRIO pode recomprar mais ações (meta Dívida Líquida/EBITDA em torno de 0,8x a 1x). Relatório completo aqui

3R - Resultados acima do esperado: De olho no Papa-Terra e em Potiguar

O EBITDA ajustado ficou 8% acima do Expectativa da XP, em R$ 144 milhões (+38% T/T, -22% A/A). A divulgação de informações de Papa-terra mostrou potencial de melhora com menores descontos para o Brent (~USD 30/bbl no trimestre) e maior produção, reduzindo o lifting cost (~USD 32/bbl). Os destaques da teleconferência foram: (i) fechamento do Potiguar previsto para o final de maio; (ii) os descontos de papa terra devem se estreitar para ~USD 17/bbl até julho, ~USD 14/bbl durante 2S23 e ~USD 12/bbl em 2024, e; (iii) apesar do adiamento do fechamento da Potiguar, a 3R mantém a meta de ~USD 300 milhões em CAPEX para o ano, acelerando o desembolso no 2S23. Relatório completo aqui.

Petroreconcavo - One-offs cobram seu preço

O EBITDA reportado (R$ 335 milhões) ficou 4% abaixo de nossas estimativas e 5% dentro do consenso. O 1T23 teve muitos efeitos negativos não recorrentes relacionados à instabilidade na infraestrutura midstream de terceiros, problemas operacionais nas operações da Petroreconcavo e gastos pontuais da aquisição da Maha. Os destaques da teleconferência foram: (i) itens pontuais impactaram o lifting cost em ~USD1 para 1,2/boe, com efeitos ainda mais relevantes no gás (maior custo e menor volume), mas a normalização ainda não ocorrerá no 2T; (ii) produção para 2023 deve ficar abaixo da curva 2P; (iii) o CEO disse que não vê M&A ocorrendo no curto prazo. Relatório completo aqui

Cosan - Alavancagem sob controle

O EBITDA ajustado foi de R$ 5,7 bilhões (+20% T/T, +114% A/A, +46% vs. Expectativa da XP), impulsionado principalmente pela Raízen, ajudado por um imposto não recorrente. Rumo e Compass foram melhores do que o esperado sem quaisquer itens pontuais (este último, apesar de um ambiente desafiador de volumes no setor industrial). Excluindo os efeitos da Vale na alavancagem, a Dívida Líquida/EBITDA pro forma da Cosan teria sido de 2,1x. Os destaques da teleconferência foram: (i) a Cosan indicou que não deve exercer o derivativo relativo à participação minoritária de 1,6% na Vale, e: (ii) Compass pode vender as 5 distribuidoras restantes ainda em 2023 (o que vemos como fator potencial para equilibrar a provisão fiscal da Comgás). Relatório completo aqui.

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