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Ibovespa fecha a semana em leve queda de 0,02% em semana carregada de indicadores globais

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -0,02% | 120.187 pontos

A semana começou em tom positivo, com o Ibovespa chegando a superar os 122 mil pontos, mas os ganhos não se sustentaram e o índice fechou praticamente de lado, com leve queda de -0,02%. Os mercados foram movimentados por uma série de indicadores relevantes globais: decisões de juros pelos principais bancos centrais de mercados desenvolvidos, dados importantes de atividade e inflação globais, temporada de resultados no Brasil e nos EUA, além da elevação do rating soberano pelo agência Fitch.

Globalmente, foi uma semana importante de política monetária global: os EUA, Europa e Japão tiveram suas decisões de juros. Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) subiu os juros em 0,25p.p. para o intervalo entre 5,25% e 5,5%. O time de Economia XP acredita que a decisão marcou o fim do ciclo de alta, apesar do banco central ter deixado as portas abertas para mais altas adiante, pois houve uma melhora considerável na dinâmica da inflação. O Banco Central Europeu (BCE) também elevou suas taxas de juros de referência em 0,25p.p., conforme esperado. Ao contrário do Fed, esperamos que o BCE eleve seus juros mais uma vez antes de encerrar seu ciclo de aperto, considerando que o núcleo da inflação na economia europeia continua elevada. Por fim, o Banco Central do Japão (BoJ) manteve suas taxas inalteradas, conforme amplamente esperado, mas grande surpresa foi a flexibilidade dada à sua política de controle da curva de juros, lido como tolerância maior para juros mais altos nos títulos públicos locais. Desse modo, as taxas de juros longas responderam em alto ao redor do mundo.

Com os próximos passos de decisão de juros dependente de dados econômicos, tivemos também indicadores relevantes nos EUA. A economia americana cresceu de 2,4% t/t, bem acima do consenso de mercado. Outro destaque foi o dado de deflator PCE, indicador favorito do Fed. O núcleo (que exclui itens voláteis como alimentos e energia) desacelerou de 4,6% para 4,1% em junho, apontando para uma tendência clara de acomodação, apesar de ainda acima da meta de 2,0%.

Ainda nos EUA, essa foi a semana mais importante para a temporada de resultados por lá. Mais de 51% das empresas do S&P 500 já reportaram seus balanços do 2º trimestre e, até agora, 81% delas superaram as expectativas de lucros. Com inflação desacelerando, economia mostrando resiliência, e temporada de resultados surpreendendo positivamente até agora, os índices americanos tiveram mais uma semana positiva.

Outro movimento relevante internacional foi a forte alta nas bolsas chinesas. O Politburo, principal órgão de decisão do governo chinês, anunciou um amplo pacote de incentivos focando no consumidor, além de apoio ao setor imobiliário. Além disso, as autoridades realizaram acenos às principais empresas de tecnologia, sinalizando uma reaproximação com o setor e uma reversão da ampla intervenção do governo ao longo dos últimos anos.

Na agenda econômica local, o destaque foi a deflação mensal do IPCA-15. Em julho, o índice caiu 0,07% m/m, abaixo das expectativas da XP e do mercado; no acumulado de 12 meses o indicador caiu para 3,19% de 3,40%. Com isso, cresceram as apostas de um corte maior a partir de agosto, em 0,50 p.p. Ainda assim, o nosso time de Economia ainda espera um início mais lento com um corte de 0,25p.p. na decisão da semana que vem.

Outro fator que animou os mercados no Brasil foi o anúncio da agência Fitch que elevou a classificação de crédito do Brasil para BB de BB-, com perspectiva “estável”. Foi a primeira movimentação positiva desde 2018, e ela reflete uma melhora macro e fiscal no país, com recentes políticas proativas e reformas que sustentam uma melhora no cenário brasileiro. Apesar dessa elevação, o grau de classificação do país ainda é especulativo, ou seja, ainda tem um risco maior, e o Brasil teria que ser elevado ainda mais pra chegar ao grau de investimento.

Do lado corporativo, o mercado foi movimentado pelos balanços do 2º trimestre. Até agora, apenas 11 empresas (ou 16%) do Ibovespa divulgaram, e os resultados agregados até o momento mostram forte contração de lucros, puxado principalmente por Vale (VALE3), que ainda assim reportou resultados em linha com as expectativas. 


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 28/07/2023.


Câmbio e juros

O Dólar fechou asemana em queda de -1,05% em relação ao Real, em R$ 4,73/US$, perto da mínima do ano. Já na Renda Fixa, os juros futuros fecharam a semana com direções mistas, porém próximos da estabilidade em relação à última sexta-feira.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 28/07/2023.


Fluxo na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi positivo em cerca de R$ 1,76 bilhões. Entre investidores domésticos, o saldo de investidores institucionais foi negativo em cerca de R$ -1,1 bilhões, enquanto para investidores Pessoa Física o fluxo foi negativo em R$ -480 milhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados de fluxo até 28/07/2023.


Temporada de resultados

Fonte: Economática, Research XP. Dados de fluxo até 28/07/2023.


O que esperar para semana que vem?

Na economia global, a agenda da próxima semana traz vários indicadores importantes de atividade econômica. A primeira estimativa do PIB do 2º semestre da Zona do Euro será publicada na segunda-feira. A sondagem PMI será divulgada em vários países ao longo da semana, incluindo China, Estados Unidos, Europa, e países da América Latina. O indicador referente a julho trará os primeiros sinais de como a atividade econômica global começou o segundo semestre do ano. Na quinta, o Banco Central do Reino Unido se reunirá, e a expectativa é de mais um alta nas taxas de juros em meio a inflação persistentemente alta. Também relevante será a publicação da inflação na Zona do Euro na terça-feira. Por último, o destaque da semana será o aguardado relatório de emprego dos Estados Unidos, e os agentes de mercado também irão acompanhar estatísticas sobre oferta de mão de obra (JOLTS) e geração de vagas no setor privado (ADP). Todas essas publicações são referentes a julho.

No Brasil, o destaque da próxima semana será a decisão do Copom na quarta-feira. Embora a leitura do IPCA-15 tenha mostrado sinais positivos, principalmente em núcleos e serviços, esperamos que o BCB inicie o ciclo de cortes com redução de 0,25p.p. na taxa Selic para 13,50%. O Comitê deverá mostrar cautela diante de uma inflação de serviços desafiadora e expectativas ainda desancoradas, ganhando tempo para avaliar aceleração no ritmo de cortes nas reuniões futuras - nosso cenário base prevê cortes sequenciais de 0,5p.p. a partir de setembro até a taxa Selic se estabilizar em 10,50% no primeiro semestre de 2024. Na terça-feira, teremos a divulgação da produção industrial de junho pelo IBGE, para a qual esperamos queda mensal de -0,4%, condizente com desaceleração para -0,6% a/a.

Fonte: Bloomberg, Research XP.

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