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Grupo Soma (SOMA3): Grupo Soma discute estratégia em canais digitais e crescimento inorgânico via M&A para completar portfólio

Tivemos um bate papo com Roberto Jatahy, CEO do Grupo Soma, sobre: a estratégia da companhia, quem é o próximo alvo de aquisição, o boom de consumo e tendências de moda no pós pandemia, iniciativas ESG e muito mais. Veja os principais destaques em nosso relatório.

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“A criação é uma extensão de alma e criação das criadoras”; M&A como a saída para preencher lacunas

Grande parte da nossa conversa focou na perspectiva de crescimento da companhia, a qual pode ser tanto através de crescimento orgânico como inorgânico. Na parte do orgânico, Roberto destacou que ainda há muito crescimento a ser extraído do portfolio atual da companhia, com destaque para a Farm, a Fábula (marca infantil derivada da Farm), a Maria Filó (ainda muito concentrada regionalmente) e a aquisição recente ByNV (nativa digital).

No entanto, uma outra avenida importante na estratégia de crescimento da companhia é a de fusões e aquisições (M&A). Nesse sentido, Roberto comentou que enxerga o portfolio de marcas através de uma visão matricial que combina posicionamento de preço e segmento dentro do universo de moda. Hoje, ele vê algumas lacunas que ainda podem ser preenchidas, como o segmento fitness e uma marca feminina com um posicionamento de preço entre Farm e Maria Filó – aqui se encaixaria a Shoulder. Em relação às notícias, Roberto comentou que admira muito a marca e que vem conversando com a companhia há tempos (desde 2015), mas que não houve nenhuma evolução até o momento.

Ele acredita ser um desafio construir marcas “do zero”, pois “a criação é uma extensão de alma e criação das criadoras”, e isso é crucial para garantir a perenidade das marcas. Nesse sentido, um diferencial da estratégia de M&A da companhia é a atração e retenção dos sócios criativos das marcas adquiridas, uma vez que ele é o pilar central da identidade da marca. Além disso, há um foco muito grande na trilha de sucessão desses profissionais, a qual demora em torno de 3 a 5 anos por se tratar de praticamente uma “contaminação da essência da marca” de uma pessoa para outra. O Grupo já concluiu duas transições criativas bem sucedidas dentro do seu portfolio: Animale e Farm.

“A loja que está no seu bolso”; digital não como um canal mas como uma alavanca

Um ponto que o Roberto buscou reforçar durante nossa conversa foi o fato de que ele não enxerga mais o físico, o digital e o multimarcas como diferentes canais, e sim como um canal só: o multicanal. A ideia do Grupo é integrar todos os estoques e, com isso, endereçar um problema do setor: a perda da venda por não ter um tamanho ou cor. Com os estoques integrados, o consumidor terá acesso ao portfolio do Grupo através do ponto de contato de sua maior conveniência, ao mesmo tempo em que a companhia consegue reter essa venda. Além da integração do estoque, um ponto muito importante da estratégia da companhia é o alinhamento de interesses entre vendedoras e o digital, através do pagamento de comissões independente de onde a venda foi feita.

A companhia foi uma das pioneiras do setor a atuar na frente digital, e continua sendo muito ativa nessa frente, com diversas iniciativas sendo criadas no Soma Labs. Inclusive o Roberto adiantou que eles estão trabalhando em uma experiência de loja 3D a ser oferecida aos clientes para tentar humanizar o processo de compra digital. Ainda nessa frente, a companhia lançou a Lojix, onde são realizadas lives para divulgação dos seus produtos e marcas.

Boom de consumo no pós pandemia; Busca por se expressar através da moda

Outro tópico que buscamos abordar é o que esperar do futuro, ou seja, as principais tendências de moda no pós-pandemia. Roberto acredita que, diferente das tendências mais “sóbrias” vistas em períodos pós guerra (veja nosso relatório discutindo isso aqui), dessa vez veremos um forte interesse de consumo por “Marcas Solares”, que sejam fashion, estampadas, com cores vibrantes e que remetem à alegria. Dado o contexto de reclusão da sociedade com a pandemia, o Roberto acredita que nós “temos uma alegria presa dentro de nós” e que, assim que o mundo se sentir mais seguro, devemos ver um “boom de consumo” entre o 4T21 e 1T22, que se estabiliza em algum momento após isso. Além disso, outra tendência que ficou em destaque durante a nossa conversa é a busca por uma moda mais “Glamourizada”, dado que na visão dele o excesso de comunicações digitais tirou isso um pouco das marcas.

Risco de coleção é maior dor de cabeça do setor, mas o Grupo Soma tem o remédio

Um risco sempre muito discutido no setor de moda é o risco de coleções, que é ainda maior no caso da moda feminina. Mesmo possuindo marcas com identidades de estilo bastante fortes, o Grupo Soma tem sido muito bem sucedido em lidar com esse risco e o Roberto nos explicou qual é o segredo: uso de dados e pequenos desfiles “teste”. A companhia conta com algoritmos e pesquisas, além de promover pequenos desfiles com um grupo de profissionais/multimarcas que pontuam os diferentes produtos apresentados. Com base nessa pontuação, a companhia define qual será a grade a ser produzida e conduzem eventuais correções na coleção que são necessárias. Um ponto interessante é que a seleção desses profissionais é retroalimentada pelos resultados de cada coleção, ao mostrar quais profissionais tem a maior aderência/índice de acerto e, portanto, o melhor senso comercial.

“ESG não é só uma agenda importante para a companhia, como também é bom para o coração”

Para encerrar nossa conversa, pedimos para o Roberto comentar algumas das iniciativas da companhia na frente ESG. Na sua visão, esse tema é muito importante e, portanto, ele acredita que “a empresa que não tem, está fadada a acabar”. Trazendo o tema para o contexto da moda, o executivo ressalta que a moda exerce uma influência muito grande nas pessoas, e que o choque de conscientização que tem acontecido na sociedade acerca do tema vem para ressaltar o quão atrasados nós (como sociedade) estamos nesse sentido. A indústria de confecção é uma grande poluidora do meio ambiente e, portanto, o executivo ressalta a busca do Grupo em contribuir para o tema através de diversas iniciativas, como a contratação da Rachel Maia para fazer parte do Conselho de administração do grupo, a plantação de milhares de árvores para compensar a emissão de carbono, a parceria com a Enjoei buscando endereçar a moda circular, além de estarem fazendo um trabalho de sobra de cortes de roupas. Finalmente, o Grupo conta com três executivas ativamente engajadas nessa frente: a Katia Barros, uma das principais sócias do grupo; a própria Rachel Maia, atuando no conselho; e a Taciana Abreu, liderando a frente de sustentabilidade. Veja a visão do nosso time de ESG sobre o setor e a companhia aqui.

O que é o Grupo Soma? Uma breve descrição

No começo do nosso bate papo, o Roberto falou um pouco mais sobre a trajetória da companhia, que começa em 1991 quando ele criou a Animale em conjunto com sua irmã. O Grupo Soma, que começou em 2009 através de uma aquisição parcial e posterior troca de ações entre Animale, Farm e Fábula, tem seu modelo de negócios e cultura apoiados e construídos no trabalho em conjunto do Roberto com o Marcelo Bastos (sócio-fundador da Farm). Hoje a companhia possui 9 marcas, sendo elas a (i) Animale, (ii) Farm e (iii) Farm Internacional, (iv) Fábula, (v) Foxton, (vi) Cris Barros, (vii) Maria Filó, (viii) Off Premium e (ix) By NV. Todas as marcas do Grupo, segundo o executivo possuem uma agenda de crescimento bem definidas, pensando em escala e retenção de talentos, além de diversas avenidas de crescimento que o executivo trouxe em nossa conversa. Se quiser saber mais sobre o Grupo Soma, leia nosso relatório de início de cobertura aqui, ou acesse o site de relações com investidores da companhia aqui.

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