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GPA (PCAR3): Notícias indicam série de desinvestimentos à vista

De acordo com notícias, o grupo francês Casino, controlador do GPA, contratou o banco brasileiro BR Partners para começar a estruturar a venda de sua fatia no GPA, dono da marca Pão de Açúcar. A estrutura sendo desenhada aparentemente é de primeiro se desfazer da Cnova, segunda maior marketplace da França, depois do Grupo Éxito, operação do GPA na Colômbia, Uruguai e Argentina, para então realizar a venda do GPA (com apenas a operação de hiper e supermercados). Veja nossa visão no relatório.

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De acordo com notícias, o grupo francês Casino, controlador do GPA, contratou o banco brasileiro BR Partners para começar a estruturar a venda de sua fatia de 41% no GPA, dono da marca Pão de Açúcar. A estrutura sendo desenhada aparentemente é de primeiro se desfazer da Cnova, segunda maior marketplace da França, depois do Grupo Éxito, operação do GPA na Colômbia, Uruguai e Argentina, para então realizar a venda do GPA (com apenas a operação de hiper e supermercados). Ainda, notícias apontam Michael Klein como um potencial interessado, porém destaca que haveria outros potenciais compradores.

Por que o papel subiu 8% com essa notícia?

A notícia aponta para uma possível série de eventos que potencialmente destravariam valor para os acionistas de PCAR3. Além disso, caso a companhia de fato tenha contratado o banco de investimento para a venda do GPA, isso pode sinalizar um avanço na operação de desinvestimento de Cnova e até mesmo do Grupo Éxito. Finalmente, caso haja uma mudança de controle da companhia (o que ocorreria caso o grupo Casino vendesse sua participação), todos os acionistas minoritários teriam direito a vender suas ações pelo mesmo preço atribuído às ações detidas pelo controlador (o chamado tag along) – uma das exigências do Novo Mercado.

Nossa visão: mantemos recomendação Neutra, mas notícias podem trazer volatilidade

Apesar de acreditarmos que notícias sobre os possíveis desinvestimentos podem trazer volatilidade para o papel, como a vista no dia de hoje, mantemos nossa recomendação Neutra por vermos uma baixa probabilidade de concretização dessas operações no curto prazo, principalmente dado que Cnova (a que vemos com a mais desafiadora) é colocada como a primeira na lista e GPA Brasil (a que vemos como a mais provável) como a última. Ainda, acreditamos que o fato do grupo Casino estar aberto a vender todas suas operações do GPA sinaliza desafios na operação. Finalmente, preferimos a exposição ao segmento do atacarejo (com Assaí como nossa preferência) devido à combinação de uma melhor tendência de resultados de curto prazo (com a retomada de bares, restaurantes e transformadores com a volta à normalidade) e sólida perspectiva de crescimento (crescimento médio anual de vendas do Assaí em 24% até 2023). Abaixo nossa visão para os potenciais desinvestimentos:

Sobre a potencial venda de Cnova: conforme trouxemos no relatório com nossa visão após o anúncio do aumento de capital da Cnova (link), nós vemos desafios para que sua venda seja concretizada no curto prazo dado que a companhia tem enfrentado um cenário competitivo mais duro, liderado pela Amazon, o que tem prejudicado seu perspectiva de crescimento (receita estável em 2020). Além disso, o fato relevante com mais informações sobre seu aumento de capital indica um foco em levantar €300 milhões (oferta primária) com uma venda secundária, que envolveria a participação de 34% do GPA, colocada como possível e dependente das condições de mercado.

Sobre o potencial spin-off de Éxito: em 27/nov/2019, o GPA pagou R$9,5 bilhões para incorporar a operação através de uma oferta pública de aquisição de ações. Desde então, o peso colombiano apreciou quase 25% enquanto os resultados da companhia tem melhorado. Caso o spin-off ocorra, seria um movimento inverso do realizado há menos de 2 anos atrás pela companhia e que iria de encontro com o discurso da companhia sobre as sinergias entre as operações da América Latina e Brasil.

Sobre a potencial venda de GPA (operação Brasil): acreditamos que há interessados na operação, com a maior probabilidade sendo a da aquisição de um investidor financeiro (como apontado pela notícia) ou de um investidor estratégico no setor de varejo alimentar. Nós fizemos uma análise do valor apenas da marca Pão de Açucar (PdA) para estimar o seu valor para diferentes níveis de margem EBITDA e múltiplos P/L. De acordo com a companhia, a marca PdA tem uma margem EBITDA de dois dígitos e representou 25% das receita líquida em 2020. Se assumirmos uma margem EBITDA de 10% e um desconto de 15% para os pares do setor (em 17,5x P/L 2021e), a marca valeria em torno de R$2,5 bilhões.

Valor estimado da marca Pão de Açucar (R$ bilhões)

Fonte: XP Investimentos
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