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Data Expert | Carrinho XP: Analisando resultados internacionais para entender o que está à espera das empresas brasileiras

Nessa edição do Carrinho XP, onde trazemos os principais indicadores a serem monitorados nos diferentes segmentos da nossa cobertura assim como nossa visão sobre um tema em voga no setor, nós olhamos alguns resultados de empresas de varejo globais para mapear as principais tendências no setor com a aceleração da vacinação e reabertura da economia. Além disso, trazemos nossa visão de quais empresas no setor estão melhor posicionadas para se beneficiar dessas tendências.

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Nessa edição do Carrinho XP, onde trazemos os principais indicadores a serem monitorados nos diferentes segmentos da nossa cobertura assim como nossa visão sobre um tema em voga no setor, nós olhamos alguns resultados de empresas de varejo globais para mapear as principais tendências no setor com a aceleração da vacinação e reabertura da economia. O segmento de vestuário/calçados/joias é o destaque, com um momento muito forte sustentado pelo fenômeno de 'compra por vingança' e demanda reprimida, mas empresas de ecommerce continuam a crescer apesar da base de comparação difícil. Finalmente, os supermercados tem apresentado tendências mistas, mas com uma performance digital se mantendo sólida. Nesse sentido, nós reiteramos Arezzo, Vivara e Assaí como nossas preferências no setor.

Reabastecendo o guarda-roupa. Depois de um ano trabalhando de casa e encontros sociais limitados (ou inexistentes), renovar o guarda-roupa e 'compra por vingança' se tornaram temas centrais para empresas de vestuário globais. No segmento de luxo, as vendas da LVMH (dona da Louis Vuitton, Dior, Fendi, etc) no 2º trimestre cresceram 84% A/A (vs. +30% no 1T21), impulsionada por vendas do segmento fashion/couro (+120%) e jóias (+120%), com alguns itens enfrentando inclusive listas de espera. As vendas da Kering subiram 95% A/A no trimestre, com Gucci na China sendo um destaque (+86% A/A), e as vendas da Prada crescendo 60% A/A no 1º semestre de 2021. No segmento casual, as vendas da Levi's cresceram 156% A/A (vs. +30% no 1T) com a companhia aumentando sua expectativa para 2021 e destacando uma nova tendência de peças com um caimento mais solto. Finalmente, apesar da reabertura e movimento para fora de casa, a Crocs reportou vendas recordes no 2T (+93% A/A), possivelmente sinalizando que roupas/sapatos confortáveis devem se manter uma realidade.

ecommerce desacelerando mas ainda crescendo. Olhando para a Best Buy como um exemplo de uma empresa multicanal, vendas digitais no 1T (encerrado em 1/maio) subiram 8% A/A em cima de um crescimento de 155% apresentado no 1T20. Na frente das empresas puramente digitais, o GMV (venda de mercadoria bruta) do Shopify cresceu 40% A/A no trimestre (vs. +114% no 1T21 e +119% no 2T20) enquanto a Amazon reportou um crescimento de 13% A/A (vs. +41% no 1T21 e +49% no 2T20) nas suas vendas digitais, mas abaixo do esperado pelo consenso. Enquanto isso, os resultados do Alibaba devem sair dia 3/ago mas o consenso espera um crescimento de 38% A/A no ecommerce. Finalmente, plataforma de venda de usados, como a ThredUp e Poshmark, devem continuar a crescer, com o consenso esperando um crescimento de 17% e 19% A/A, respectivamente (vs. +15% e +41% no 1T21).

Leitura incerta para supermercados. Mesmo frente a um consumo mais fraco em casa, Kroger reportou resultados estáveis no 1T21 (encerrado em Maio) uma vez que as vendas digitais (+16% A/A vs. +127% no 1T20) compensaram a queda do varejo físico. Isso pode ser um sinal de uma mudança estrutural de parte (ou toda) compra dos consumidores. Enquanto isso, a Albertsons reportou vendas estáveis A/A, uma vez que o crescimento em vendas de gasolina compensaram a queda de 10% em vendas mesmas lojas explicadas pela forte base de comparação da pandemia. Ainda, a companhia guiou para uma queda de um digito médio para as vendas mesmas lojas em 2021. Em relação a resultados ainda não divulgados, o consenso espera um crescimento de 8% A/A para Target, vs. +25% reportado no ano passado.

Nossa visão para o setor de varejo brasileiro. Nós acreditamos que os últimos resultados das varejistas internacionais fornecem um bom direcionamento do panorama de curto prazo para empresas brasileiras à medida que a vacinação está acelerando rapidamente no 2º semestre. Portanto, nós esperamos que empresas de consumo discricionário sustentem um forte crescimento à frente enquanto vendas de ecommerce devem desacelerar mas continuar a crescer A/A. Finalmente, esperamos que o segmento de atacarejo siga como o destaque no varejo alimentar, por conta de uma recuperação da demanda B2B (bares, restaurantes, transformadores e utilizadores). Nesse sentido, nós reiteramos Arezzo, Vivara e Assaí como nossas preferências no setor.

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