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Copom corta taxa Selic para 13,25%: Como isso afeta a Bolsa?

Com expectativa de cortes na Selic no segundo semestre, veja como investir nesse cenário.

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Como amplamente esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom), iniciou o seu ciclo de flexibilização de juros na reunião de agosto com um corte de 0,50 p.p. Esse foi o primeiro corte de juros em 3 anos, quando a taxa básica de juros chegou ao mínimo histórico de 2% durante a pandemia.

Fonte: Bloomberg, XP Research. Dados até 2/8/2023.

E qual o impacto para a Bolsa?

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Desde março deste ano, o Ibovespa já sobe mais de 20%. Esse rali na Bolsa brasileira é em grande parte impulsionado pelas expectativas de queda de juros.

Mas será que esse movimento já precifica toda a queda de juros à frente? Achamos que não. Olhando para dados históricos de ciclos de corte de juros, vemos que ainda pode haver mais espaço para Bolsa subir adiante.

Fonte: Economática, XP Research. Dados até 2/8/2023.

Nos últimos 20 anos, houve 6 ciclos de cortes nos juros, nos quais:

  • Em 5 dos últimos 6 ciclos de cortes, o índice Ibovespa apresentou retornos positivos;
  • A mediana do retorno do Ibovespa foi de 35,4%, enquanto o MSCI Brasil (em dólares) apresentou uma mediana de retorno de 26,0%;
  • Small Caps superou Large Caps com mediana e média de retornos de mais de 40% durante os ciclos de cortes nos juros;
  • Apesar dos retornos positivos 1, 3 e 6 meses antes dos ciclos de flexibilização, o Ibovespa também conseguiu registrar ganhos após o primeiro corte de juros. Em 3, 6 e 12 meses após o início da queda da taxa Selic, o Ibovespa registrou mediana de retornos de +5,6%, 18,3% e 14,9%, respectivamente.

Esses dados indicam que, historicamente, a Bolsa brasileira não precifica o ciclo de cortes dos juros até que ele comece de fato.

Quais setores mais devem se beneficiar da queda de juros?

No relatório Keeping Up with the Rates: Como se posicionar para uma queda de taxa de juros, fizemos uma análise aprofundada do comportamento dos setores na bolsa brasileira durante várias fases de ciclos monetários ao longo das últimas duas décadas.

Os resultados que obtivemos sugerem que, durante os ciclos de corte de juros no passado, os setores cíclicos, como Papel & Celulose, Mineração & Siderurgia, Varejo, Transportes e Bens de Capital, tendem a ter um desempenho melhor do que o resto do mercado.

Também fizemos uma análise do comportamento dos papeis da nossa cobertura que são mais sensíveis aos juros. Abaixo, listamos as ações com maior correlação negativa com taxas de juros, isto é, que tendem a se beneficiar de um cenário de queda de juros:

Reiteramos nossa visão otimista com a Bolsa brasileira

Conforme temos falado nos últimos relatórios, continuamos otimistas com o Brasil. Além do cenário macroeconômico ter melhorado recentemente — colocando o Brasil num cenário muito mais favorável do que outras economias globais, principalmente desenvolvidas que continuam com uma política monetária restritiva —, vemos como potenciais catalisadores:

1. Fluxos de investidores institucionais domésticos

No ano, os investidores institucionais locais continuam sendo vendedores líquidos de ações em cerca de R$ 30 bilhões. Isso está em linha com os fluxos de fundos, que mostram resgates recordes de fundos de ações e multimercados. Porém, vemos uma forte correlação entre a taxa Selic e os fluxos para os fundos de investimentos, como mostrado abaixo. Ou seja, com o início de um ciclo de flexibilização de juros, vemos um potencial do retorno desses fluxos de capital.

2. Fluxos de investidores Pessoa Física

Os fluxos de investidores Pessoa Física (PF) também tem sido tímidos até agora, sendo compradores líquidos de apenas R$ 3 bilhões de reais no acumulado do ano. Porém, nossas pesquisas proprietárias com os assessores afiliados à XP mostram que o sentimento já está ficando mais positivo.

Por um lado, a alocação em ações dos clientes ainda permanece baixa, com a última pesquisa mostrando que 74% dos clientes têm entre 0% a 25% de alocação em renda variável. Por outro lado, nos últimos dois meses vemos uma grande mudança na intenção de aumentar essa alocação. Em junho, 49% dos assessores indicaram que seus clientes planejavam aumentar sua alocação em ações, e esse número saltou para 65% no mês de julho.

3. Níveis de valuation muito descontados

Por fim, ainda vemos a Bolsa brasileira como bastante descontada. O  Preço/Lucro do Ibovespa atualmente negocia em 8,5x, um desconto relevante em relação à média histórica de 11x.

Além disso, o Brasil também é barato quando comparado às ações globais: o MSCI ACWI é negociado a um P/L projetado muito mais alto, de 16,8x, e o Brasil está próximo dos maiores descontos históricos.

Fonte: Bloomberg, XP Research. Dados até 31/7/2023.

Como investir

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