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Bradesco (BBDC4): Progredindo na Recuperação com Otimismo Cauteloso

Revisão dos resultados do 2T25

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O Bradesco (BBDC4) reportou resultados sólidos no 2T25, ligeiramente acima das expectativas, com lucro líquido recorrente de R$ 6,1 bilhões (+3,5% T/T; +28,6% A/A) e ROAE de 14,6% (vs. 13,8% esperado pela XP). O principal destaque foi o NII clientes, que atingiu R$ 17,8 bilhões (+5,9% T/T; +16,4% A/A), impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito, melhora no mix e captação mais eficiente. As receitas de tarifas e seguros também surpreenderam positivamente, levando o banco a revisar seu guidance para cima para ambas as linhas. A inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 4,1%, enquanto as provisões expandidas totalizaram R$ 8,1 bilhões (vs. R$ 7,8 bilhões esperado pela XP), elevando o custo do crédito para 3,2% (vs. 3,0% no 1T25) — movimento esperado diante da retomada do crédito para o segmento massificado. O banco está avançando de forma coordenada em seu plano de recuperação, com margens ajustadas ao risco ganhando tração e a rentabilidade se consolidando. Após os sinais do 1S25, está claro que o Bradesco está no caminho certo. A questão que permanece, no entanto, é se o banco conseguirá manter esse ritmo em um cenário macroeconômico desafiador. Apesar do momentum positivo recente — especialmente nos últimos dois trimestres — reafirmamos nossa recomendação Neutra, pois acreditamos que o caminho da recuperação dificilmente será linear e ainda requer cautela.

A carteira de crédito expandida do Bradesco mostrou crescimento em várias linhas de crédito no 2T25, mas com ritmos variados. Entre PF, os Empréstimos Pessoais aceleraram para 5,1% T/T (ante 2,1% no 1T), subindo 17,5% A/A. O Financiamento Imobiliário cresceu 3,7% T/T e 17,6% A/A, enquanto os Empréstimos para Automóveis aumentaram de forma constante em 3,1% T/T e 11,6% A/A. No segmento PJ, o Crédito Rural disparou 14,0% T/T (contra 6,9% no 1T) e 23,1% A/A. Os empréstimos BNDES/Finame também aceleraram, subindo 11,5% T/T e 27,2% A/A. O Financiamento Imobiliário para empresas desacelerou ligeiramente, mas ainda cresceu 4,5% T/T e 17,6% A/A. Essas tendências destacam o foco do Bradesco em crédito garantido, com alguns produtos ganhando ritmo enquanto outros avançam de forma mais moderada.

A Receita Líquida de Juros (NII), que consideramos a métrica chave para monitorar o progresso do plano de reestruturação em 2025, atingiu R$ 18,0 bilhões (+4,7% T/T, +15,8% A/A, e 1% acima da nossa estimativa). O NII clientes do Bradesco chegou a R$ 17,8 bilhões (+5,9% T/T; +16,4% A/A), impulsionado pelo crescimento do mix e volume e margens de captação mais altas. Isso elevou a margem financeira bruta média em 20 pontos base T/T para 8,8% no 2T25. O NII mercado caiu para R$ 288 milhões, uma redução de R$ 174 milhões em relação ao 1T25 e R$ 37 milhões em relação ao 2T24, ambos impactadas por resultados mais fracos de ALM. No entanto, o NII mercado superou nossa estimativa zero para o trimestre. Como resultado, o NII acumulada no 1S25 atingiu R$ 35,3 bilhões, alta de 14,8% em relação ao 1S24.

O foco do Bradesco está no NII ajustado ao risco (líquida de provisões), refletido no guidance do banco, que prevê uma faixa entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões para esse indicador. Durante o 2T, o Bradesco entregou R$ 9,9 bilhões, 3% e 19% acima do 1T25 e 2T24, respectivamente. Essa linha tem crescido sequencialmente desde o 1T24, quando o NII líquido de provisões totalizou R$ 7,3 bilhões. Embora o cenário macroeconômico continue sendo o maior obstáculo para o crescimento, a taxa atual sugere que o banco está no caminho para atingir a meta de crescimento do plano de reestruturação. No 1S25, essa métrica totalizou R$ 19,5 bilhões (+24,7% vs 1S24), no caminho para alcançar o guidance para o ano.

Uma expansão saudável no caminho certo. A inadimplência (NPL) acima de 90 dias permaneceu estável sequencialmente, em 4,1% (-20bps A/A). Esse desempenho é explicado principalmente pela queda de -110bps A/A na inadimplência das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) e -10bps em PF (ambas estáveis T/T), que compensaram o aumento de +20bps A/A na inadimplência PJ (+10bps T/T). Vale destacar uma recuperação de 2% na carteira em estágio 3 e a migração de 10% das operações do estágio 2 para o estágio 1 no período. Como resultado, a representatividade do estágio 3 na carteira total diminuiu ligeiramente 10bps T/T, para 7,9%, enquanto o estágio 2 ganhou participação do estágio 1 e 3 no trimestre, alcançando 4,6%.

As provisões para perdas com crédito expandida cresceram +6,5% T/T (+11,7% A/A), impulsionadas por um aumento de 6,7% T/T nas despesas com provisões devido ao crescimento do mix, parcialmente compensado por um aumento de 7,9% T/T na recuperação de baixas. Como consequência, o custo do risco aumentou para 3,2% (de 3,0% no 1T), enquanto o índice de cobertura caiu 5 pontos percentuais T/T, atingindo 177,8%. Se ajustarmos a metodologia considerando provisão do estágio 3 sobre empréstimos do estágio 3, vemos um índice de cobertura de 60,6% (+34bps T/T). Por fim, a carteira reestruturada também melhorou, diminuindo sequencialmente (-5%), anualmente (-21%) e como percentual da carteira de crédito para 4,0% (de 4,3% no 1T).

As receitas de tarifas e comissões fecharam o trimestre em R$ 10,3 bilhões, +5,5% T/T, +10,6% A/A e 4% acima das nossas estimativas. O aumento A/A foi principalmente impulsionado por Mercado de Capitais/Serviços de Assessoria Financeira (+33,7%), Receita de Cartões (+19,9%, refletindo maior volume negociado) e Consórcios (+20,8%). Segundo a empresa, excluindo o aumento da participação na Cielo, o crescimento A/A teria sido de 4,7%. No lado negativo, destacam-se Conta Corrente (-2,6%, refletindo nova queda consecutiva no número de correntistas relacionada à estratégia de adaptação do perfil do cliente), Operações de Empréstimos (-1,9%, impactadas pela Resolução 4.966) e Cobrança e Pagamentos (-12%).

As despesas operacionais totais atingiram R$ 15,9 bilhões, alta de 5,9% T/T e 9,9% A/A. Vale mencionar que o aumento das participações na Cielo e no John Deere Bank impactou essas linhas de despesa. Excluindo esses efeitos, as despesas teriam crescido 6,8% A/A. No lado de pessoal, o aumento foi impulsionado por maiores despesas com participação nos lucros (+68,7% A/A), e observamos que a linha ainda é afetada pelo acordo coletivo firmado em setembro de 2024. Enquanto isso, as despesas administrativas totais caíram 1,6% A/A, o que vemos como uma continuação dos sinais de que a revisão do posicionamento estratégico do Bradesco e a otimização do custo para servir estão gerando resultados positivos. Como resultado, o índice de eficiência trimestral melhorou 60 pontos base sequencialmente, encerrando o trimestre em 51,2%.

Tudo isso combinado levou a um Lucro Líquido Recorrente de R$ 6,1 bilhões no 2T (+3,5% T/T, +28,6% A/A e 8% acima da nossa estimativa). O resultado acima do esperado veio principalmente das linhas de Seguros e Tarifas e Comissões, parcialmente compensado pelo maior custo de crédito. As linhas de Seguros e Tarifas e Comissões foram exatamente aquelas que tiveram suas projeções revisadas para cima na atualização de guidance divulgada junto com os resultados financeiros do 2T25. A maior rentabilidade implicou um ROAE de 14,6% (+20bps sequencialmente e +80bps vs. expectativa XP). O negócio de seguros permaneceu sólido, entregando lucro líquido de R$ 2,3 bilhões com ROAE de 21,4%, mas a evolução do banco foi notável, sendo responsável por 62% do lucro líquido consolidado no trimestre. O Bradesco apresentou um índice CET1 de 11,1%, estável sequencialmente, e um Índice de Basileia de 15,5% (+10bps T/T).

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