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Banco do Brasil (BBAS3) | Resultados 3T25: deterioração persistente do agro leva a uma segunda revisão de guidance

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Banco do Brasil (BBAS3) apresentou mais um trimestre fraco no 3T25. O Lucro Líquido Recorrente atingiu R$ 3,8 bilhões, ficando ligeiramente acima da nossa estimativa de R$ 3,6 bilhões, devido a despesas tributárias positivas. O desempenho da operação principal permaneceu pressionado: o Custo de Crédito aumentou para R$ 7,9 bilhões, impulsionado por uma maior deterioração da qualidade de crédito em todos os segmentos. O NPL+90 subiu para 4,93%, reforçando a visão de que a normalização é improvável no curto prazo. No lado da receita, o NII de R$ 26,4 bilhões ficou moderadamente acima das expectativas, enquanto fees e despesas ficaram em linha com o esperado. A rentabilidade permanece baixa, com o ROE estável em 8,4%. Junto aos resultados, o Banco do Brasil revisou novamente suas projeções, elevando a faixa do custo de crédito de R$ 53–56 bi para R$ 59–62 bi, e reduzindo a projeção de lucro líquido ajustado para R$ 18–21 bi (ante R$ 21–25 bi anteriormente), em linha com nossas expectativas. Embora vejamos as ações BBAS3 negociando a múltiplos P/B aparentemente atrativos, a combinação de recuperação lenta, baixo ROE e DY modesto nos leva a manter o rating Neutro enquanto aguardamos sinais mais claros de melhora.

Carteira de Crédito Expandida totalizou R$ 1,28 trilhão (-1,2% T/T; +7,5% A/A). Embora o ritmo de crescimento ainda esteja acima do guidance revisado apresentado no trimestre anterior e reafirmado agora (+3,0% a +6,0%), vemos como positivo a desaceleração do crescimento nos três segmentos durante o trimestre (o 2T estava crescendo a dois dígitos), já que a qualidade dos ativos ainda não se acomodou. Em relação à carteira Agro (-1,5% T/T; +3,2% A/A), vale destacar que a “Carteira com Rolagem” aumentou novamente, atingindo R$67 bilhões (ou 18,5% da carteira Agro), registrando outro recorde relativo e absoluto. Essa linha tem se tornado uma preocupação, pois esse aumento contínuo, combinado com a alta do NPL+90 (de 5,35% no 2T para 8,09% agora), nos leva a acreditar que a deterioração da qualidade dos ativos deve continuar pressionando os resultados do banco.

O NII Gerencial encerrou o trimestre em R$ 26,4 bilhões (+5,1% T/T; +1,9% T/T; e +3% vs. XPe). Observamos que o 4T geralmente apresenta sazonalidade positiva. Assim, embora os primeiros 9M25 tenham registrado uma leve queda vs. 9M24, como o BBAS precisará de um 4T praticamente sem crescimento sequencial para atingir o limite inferior do guidance revisado apresentado no trimestre anterior (entre R$ 102,0 bilhões e R$ 105,0 bilhões), vemos o BB no caminho para atingir essa meta. A Margem com Clientes encerrou o 3T em R$ 24,6 bilhões (+10,4% T/T; +18,6% A/A), influenciada por: (i) aumento do excesso de liquidez; (ii) alta da Selic (+38 bps); (iii) giro da carteira de crédito com taxas repricing; e (iv) efeito calendário (+5 dias úteis). O NII de Mercado fechou o trimestre em R$ 1,7 bilhão (-37,3% T/T; -66,0% A/A), impactado principalmente pela menor contribuição da margem do Banco Patagonia e pelo aumento das despesas com captação institucional, devido à estratégia de mix de funding com emissão doméstica de letras financeiras perpétuas indexadas à Selic.

Crédito

A deterioração da qualidade de crédito continua afetando todos os segmentos. No Agro, o NPL +90 foi de 5,34% (+185 bps T/T) e o NPL +30 subiu 225 bps para 7,78%. A formação de NPL atingiu seu nível mais alto desde o 3T24, em 2,4% da carteira total Agro, com cobertura de formação em 100,1% (vs. 217,5% no 2T). Para PF, NPL +90 e +30 aumentaram 42 bps e 37 bps T/T, respectivamente, principalmente devido à carteira de cartão de crédito. Em PJ, o NPL +90 devolveu o aumento de 12 bps T/T visto no 2T. Como resultado, o NPL +90 consolidado atingiu 4,93% (+160 bps A/A; +72 bps T/T), enquanto o NPL +30 consolidado fechou em 6,75% (+219 bps A/A; +83 bps T/T). Quanto aos estágios, 91,5% da carteira está nos Estágios 1 e 2, e 34,8% das operações do Estágio 3 não estão vencidas, cenário semelhante ao do 2T25. A formação consolidada de NPL como % da carteira de crédito subiu para 1,78% (+34 bps T/T), totalizando R$ 18,8 bi.

Seguindo esse cenário, o Custo de Crédito totalizou R$ 17,9 bi, impulsionado por maiores provisões para perdas, menor recuperação de crédito e maiores descontos. Quase metade do aumento das provisões veio da carteira Agro, além de casos específicos em PJ e cartão de crédito em PF. As provisões do Estágio 3 aumentaram 160 bps T/T para 72,1%, após queda de 200 bps T/T no trimestre anterior, enquanto as provisões do Estágio 2 subiram 580 bps T/T, atingindo 29,6%. A cobertura da formação de NPL fechou em 90,5% (vs. 109,7% no 2T).

Embora esperado, dado que (i) muitos produtores acabaram postergando pagamentos aguardando medidas de auxílio do governo, (ii) concentração de vencimentos no 3T e (iii) crescimento das recuperações judiciais (RJs), a disseminação dessa deterioração da qualidade de crédito em todos os segmentos do banco, embora impulsionada por casos específicos em PF e PJ, traduz maior preocupação, especialmente quanto à velocidade da recuperação do banco, que deve se estender além de 2026. A revisão do guidance para maiores despesas com custo de crédito reforça a tese que temos defendido desde nossa última atualização. Durante a teleconferência pós-resultados, apesar de esperar um 4T melhor que o 3T, a administração ainda antecipa provisões fortes em outubro/25. Dito isso, o 1T26 deve ser importante para entendermos se as decisões que o banco vem tomando em relação às novas safras resultaram em melhorias na qualidade de crédito.

Tarifas

Receita de tarifas totalizou R$ 8,9 bi no trimestre (+1,3% T/T; -2,6% A/A; e +1% vs. XPe). Sequencialmente, o aumento foi impulsionado por Asset Management (+7,1%), seguros, previdência e títulos de capitalização (+5,8%) e taxas de gestão de consórcios (+5,5%). Observamos que a linha de conta corrente também caiu A/A, em linha com a tendência de queda iniciada pela maior competição trazida pelos neobancos nos últimos anos. Ainda assim, vemos o BB no caminho para encerrar 2025 dentro do intervalo do guidance (entre R$ 34,5 bi e R$ 36,5 bi).

Despesas

Quanto às despesas administrativas, o BB atingiu R$ 9,8 bi no 3T (+1,4% T/T; +4,7% A/A). O aumento A/A foi liderado por maiores despesas com pessoal (+8,0%), refletindo principalmente o acordo coletivo de 2024. Apesar desse aumento, o BB apresentou tendência de queda tanto no quadro de funcionários quanto na rede própria (agências), o que vemos como positivo. No entanto, o índice de eficiência aumentou mais um trimestre, crescendo 60 bps sequencialmente para 27,6%.

Lucro de R$ 3,8 bilhões

Como resultado, o banco reportou lucro líquido de R$ 3,8 bi, 6% acima da nossa estimativa (estável T/T; -60,2% A/A), implicando um ROE de 8,4% (estável T/T; -1.276 bps A/A). Observamos uma grande diferença na linha de impostos sobre o lucro. Antecipamos uma despesa de R$ 360 mi, mas o BB encerrou o trimestre com uma reversão positiva de R$ 716 mi devido ao menor EBT, o que beneficiou o resultado final.

Por fim, no lado do capital, o BB apresentou CET 1 de 11,2%, Tier 1 de 13,9% e Índice de Basileia de 14,8%, com este último crescendo 70 bps sequencialmente.

Junto à publicação, o banco revisou para baixo duas linhas do seu guidance: (i) PDD expandida entre R$ 59,0 bi e R$ 62,0 bi (de R$ 53,0 bi a R$ 56,0 bi); e (ii) lucro líquido ajustado para um intervalo entre R$ 18,0 bi e R$ 21,0 bi (de R$ 21,0 bi a R$ 25,0 bi). Para os 9M25, o resultado líquido foi de R$ 14,9 bi, implicando um lucro líquido entre R$ 3,1 bi e R$ 6,1 bi para o 4T, o que vemos como factível, especialmente o limite inferior.

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