Em novembro de 2025, atualizamos nossas estimativas para a Vale (recomendação neutra), ao mesmo tempo em que introduzimos um preço-alvo para 2026 de R$ 71,00/ação (+8% vs. preços atuais). Observamos recentes desenvolvimentos positivos na história do equity da Vale (ADRs +50% no acumulado do ano): (i) operacionalmente, a flexibilidade do portfólio da empresa permitiu que ela se adaptasse melhor às condições de mercado mais fracas na China; com (ii) estratégia de alocação de capital clara e limpa, bem equilibrada entre projetos de crescimento (especialmente do lado do cobre) e remuneração aos acionistas, com balanço patrimonial atual e perfil de geração de caixa implicando espaço para dividendos extraordinários. Dito isso, nossa análise de correlação commodity vs. equity indica que o gap de valuation em relação aos preços do minério de ferro foi fechado, com a Vale agora precificando os preços do minério de ferro em ~US$ 102 (vs. ~US$ 100/t spot), revertendo o desconto que estava negociando no início do ano. À medida que continuamos a ver os preços do minério de ferro tendendo para ~US$ 100-95/t para 2026E, o recente desempenho positivo das ações limita nossa upside adicional na Vale.
Os fundamentos do minério de ferro permanecem pouco inspiradores. Os preços do minério de ferro permaneceram resilientes (e surpreendentemente menos voláteis) ao longo de 2025, apoiados pela narrativa de “anti-involution” da China e pelos níveis recordes de exportação, em nossa opinião. Dito isso, o ambiente de demanda na China permanece fraco, após a desaceleração nos setores imobiliário/de infraestrutura, com o start-up de Simandou sugerindo uma oferta maior (de baixo custo) nos próximos anos. Por fim, embora o esgotamento da indústria deva ajudar a acomodar projetos emergentes, ainda vemos o minério de ferro tendendo para o lado negativo (XPe de US$ 100-90/t para 2026-28E).
Melhorias operacionais nos resultados. Para o minério de ferro, acreditamos que o forte desempenho operacional da Vale este ano reflete sua mudança estratégica de priorizar produtos de alta qualidade para uma abordagem centrada no cliente, o que já está se traduzindo em prêmios aprimorados para seus principais produtos BRBF e de médio porte. Além disso, vemos uma estrutura estratégica mais clara para sua divisão de metais básicos, com (a) crescimento acelerado do cobre (potencialmente dobrando sua produção até 2035E), enquanto (b) focando na otimização de custos e melhorias operacionais para seus ativos de níquel.
Dividendos extraordinários? Vemos com bons olhos a estratégia de alocação de capital da Vale, bem equilibrada entre projetos de crescimento, priorizando a remuneração dos acionistas, com o balanço atual e os níveis de caixa implicando espaço para dividendos extraordinários. Nesse sentido, assumindo o minério de ferro a ~US$ 100/t para 2026E, estimamos que a Vale poderia distribuir ~US$ 500 milhões como dividendos extraordinários sem alterar sua posição de dívida líquida expandida para 2025E (em ~US$ 17,4 bilhões), sugerindo dividend yields de ~7-8% para 2026E.
O valuation sugere um upside limitado. Nossa análise de correlação commodity vs. equity indica que o gap de valuation em relação aos preços do minério de ferro se fechou, com a Vale agora precificando o minério de ferro a ~US$ 102 (vs. ~US$ 100/t spot), revertendo o desconto que estava negociando no início do ano. À medida que continuamos a ver riscos negativos para os preços do minério de ferro, o recente desempenho superior das ações da Vale limita nosso upside adicional daqui para frente (dito isso, vemos a Vale como uma alternativa de mineradora mais atrativa em comparação com os pares globais).
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Análise ESG
Uma análise comparativa do setor. Apesar dos desafios enfrentados por esses setores, olhando por uma perspectiva por empresa, vemos a GGBR4 liderando o setor, com destaque para uma estratégia de redução de emissões e um plano de descarbonização de alta qualidade, enquanto vemos melhoras na governança nos últimos anos. Com uma atuação multisetorial, a CSNA3 enfrenta desafios intrínsecos à essa condição, embora reconhecemos como positiva a presença de metas de redução de emissões em todos as suas unidades de negócios, além de boas práticas de saúde e segurança, ao mesmo tempo em que não podemos negligenciar os riscos relacionados ao pilar (G) como o principal desafio, que se estende para a CMIN3, apesar de ser pioneira no processo de filtragem de rejeitos e empilhamento a seco. Para a USIM5, esperamos que a mudança na composição acionária (Ternium 14%) aprimore práticas de governança da companhia, embora vejamos espaço para melhorias em iniciativas no pilar ambiental (E). Por fim, a VALE3 conta com uma detalhada e completa divulgação ESG, com esforços e ações concretas visando melhorar o desempenho ESG, embora os riscos permaneçam após a tragédia de Brumadinho.
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Sobre a Vale
A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo, sendo negociada na B3 sob o ticker VALE3. A empresa é líder na produção e comercialização de minério de ferro, pelotas, manganês e níquel, sendo também uma das principais operadoras de logística do Brasil. Com presença em 27 países, suas operações abrangem uma variedade de atividades, incluindo Energia, Siderurgia e Logística.
Com valor de mercado totalizando cerca de US$ 60 bilhões, a Vale é amplamente negociada nas bolsas de valores globais. Além disso, conta com aproximadamente 220 mil acionistas distribuídos pelos continentes. Sua relevância no mercado internacional é inegável, sendo referência na produção de minerais como minério de ferro, pelotas e níquel, sendo este último amplamente explorado no Canadá, Indonésia e Brasil.
A empresa é reconhecida pela qualidade excepcional de seus minérios, com destaque para a mina de Carajás, que possui minério de ferro com teor de 65% de ferro, superando o padrão internacional de 62% Fe. Através de operações integradas, a Vale mantém seu posicionamento estratégico, com ferrovias como a Vitória-Minas e Carajás ligando regiões produtoras a terminais de exportação, consolidando assim sua posição como uma das principais forças no mercado global de mineração e logística.
Histórico da Vale (VALE3)
A trajetória da Vale (VALE3) é marcada por uma história de transformação e liderança nos setores de mineração, logística, energia e siderurgia. Fundada como a Companhia Vale do Rio Doce em 1942, durante o governo de Getúlio Vargas, sua missão inicial era a exploração de minério de ferro na região do Rio Doce, Minas Gerais.
A Vale rapidamente se tornou uma peça vital no setor siderúrgico do Brasil, fornecendo matérias-primas de alta qualidade.
Após ser privatizada em 1997, a empresa alterou seu nome para Vale S.A. e entrou em um período de expansão vigorosa entre 2000 e 2006, tornando-se a 31ª maior companhia do mundo por meio de aquisições estratégicas.
A Vale é reconhecida internacionalmente como a maior produtora de minério de ferro e possui operações de destaque em níquel, carvão, cobre, manganês e ferroligas.
No entanto, sua jornada também foi marcada por desafios, incluindo o rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho. Apesar disso, a empresa continua ativa na busca por práticas de sustentabilidade e responsabilidade social.
Com presença global, a Vale desempenha um papel essencial na indústria e nos mercados financeiros. Suas ações, listadas como VALE3, mantêm influência significativa.
Vale a pena investir em VALE3?
Investir em VALE3, ações da Vale, é uma decisão que envolve uma avaliação criteriosa dos fatores que moldam o cenário da Vale, uma das principais mineradoras do mundo.
Uma das atrações notáveis para investidores é a alta qualidade do minério de ferro extraído pela Vale, com teor de 65% de ferro, eliminando a necessidade de purificação e garantindo custos de produção notavelmente baixos.
Além disso, a estratégia de manter um mix de estoques offshore permite uma resposta ágil à demanda da China, principal mercado consumidor. Contudo, para uma decisão informada, é essencial ponderar fatores macroeconômicos, tendências do setor e práticas de sustentabilidade, dada a influência desses elementos na rentabilidade da Vale.
A Vale tem demonstrado resiliência ao superar desafios, incluindo desastres ambientais e volatilidade dos preços das commodities. Ao investir em VALE3, os investidores podem explorar os benefícios das práticas eficientes e da distribuição estratégica da empresa.
No entanto, é crucial reconhecer a natureza em constante mudança dos mercados e considerar a orientação de especialistas financeiros ao tomar uma decisão. O investimento deve ser uma análise ponderada de aspectos como a qualidade dos ativos, eficiência operacional e fatores econômicos globais.
Como investir em ações da Vale (VALE3)?
Investir em ações pode ser uma maneira de fazer seu dinheiro trabalhar para você. Se você está considerando adquirir ações da Vale (VALE3), uma das principais empresas de mineração e recursos naturais, siga este passo a passo:
1. Abra sua conta em uma instituição financeira
Selecionar uma instituição confiável que ofereça acesso ao mercado de ações, com boa reputação e plataforma amigável é fundamental.
2. Transfira seu dinheiro
Para investir e fazer seu dinheiro render é preciso transferir a quantidade que deseja investir para sua conta na instituição financeira. Para isso, você pode optar pelo TED ou Pix.
3. Busque pelo Código VALE3
Use a ferramenta de busca da plataforma para localizar as ações da Vale, digitando o código de negociação VALE3.
4. Execute a compra das ações da Vale
Após analisar informações como cotações e histórico, definir a quantidade de ações e preço desejado, confirmar e executar a compra.
5. Acompanhe seus Investimentos
Depois de concluir a compra, suas ações da Vale serão adicionadas à sua carteira de investimentos. Acompanhe o desempenho delas e do mercado em geral por meio da plataforma da XP.
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!
