Amazon diminui expansão aérea com desaceleração do e-commerce

MACRO

Bolsas internacionais amanhecem negativas (EUA -1,4% e Europa -2,4%) estendendo as perdas da semana, à medida que os investidores digerem as expectativas de uma política monetária mais apertada dos bancos centrais e uma economia global em desaceleração. Nos EUA, hoje teremos a divulgação da prévia do PMI composto, que dará pistas sobre a atividade econômica no país. Na Europa, a economia na Zona do Euro segue em ritmo de desaceleração ao passo que a prévia do PMI composto (S&P Global) veio em território contracionista, registrando 48,2 pontos em setembro vs. 48,9 em agosto. Na China, o índice de Hang Seng (-1,2%) encerra em baixa e entra em território de bear market, acompanhando os pares globais.

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EMPRESAS

FedEx anuncia cortes de custos à medida que a demanda diminui: FedEx (NYSE: FDX, BDR: FDXB34) espera economizar até US$ 2,7 bilhões neste ano fiscal com medidas de corte de custos em resposta ao enfraquecimento das condições de negócios. Segundo notícia da Bloomberg, cerca de US$ 700 milhões de economia virão neste trimestre por meio da redução na frequência de voos, projetos adiados e o fechamento de alguns escritórios. “Estamos nos movendo com velocidade e agilidade para navegar em um ambiente operacional difícil, puxando as alavancas de custo, comercial e capacidade para nos ajustarmos aos impactos da demanda reduzida”, disse o CEO. A FedEx também planeja aumentar as taxas em suas entrega expressa, terrestre e domiciliar em uma média de 6,9% em janeiro.

As medidas estão alinhadas com a mensagem passada na última semana, quando a empresa revelou ganhos preliminares que ficaram bem aquém das expectativas de Wall Street. Os resultados mostram como a FedEx está lidando com a desaceleração da demanda, além de vários desafios, incluindo um mercado de trabalho apertado, que elevou os custos e a agitação em sua rede de empreiteiros que entregam pacotes por caminhão.

Amazon diminui expansão aérea à medida que as vendas do comércio eletrônico diminuem: O crescimento da frota de carga aérea da Amazon e o número de voos diários diminuíram nos últimos meses. Isso reflete a abordagem mais cautelosa do varejista em relação à expansão, em linha com uma recente retração nos armazéns devido à desaceleração da demanda do comércio eletrônico. A atividade total de voos da Amazon Air cresceu apenas 3,8% de março a agosto, muito menos do que o crescimento de 14,3% em voos diários durante os seis meses anteriores e 18,4% no ano passado, mostrou o relatório da Universidade DePaul. A companhia aérea de carga interna do varejista está operando cerca de 194 voos por dia nos EUA e na Europa, em comparação com 187 em março.

A atividade reduzida se encaixa com as notícias recentes de que a gigante do comércio eletrônico fechou ou cancelou 44 armazéns este ano, após um prejuízo de US$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre. Com menos armazéns para fornecer e menos pacotes circulando pela rede, a empresa está agora racionalizando sua rede aérea à medida que o crescimento do comércio eletrônico se normaliza aos níveis pré-pandemia.

Toyota anuncia novo corte de produção: A Toyota anunciou nessa última quinta-feira que planeja produzir cerca de 800.000 veículos em todo o mundo no mês de outubro, 100.000 unidades abaixo de seu plano de produção mensal, devido à escassez de semicondutores. A redução pode ser vista como um sinal preocupante de que a escassez de chips continuará a impedir a produção a produção da montadora durante o segundo semestre do ano. Ainda assim, a Toyota não ajustou sua meta de produção global de veículos para o ano fiscal atual, mantendo sua previsão de um recorde de 9,7 milhões de unidades. Contudo, a empresa agora, espera produzir cerca de 850.000 veículos por mês, em média, de outubro a dezembro.

Além disso, de acordo com seu plano de produção de outubro, a Toyota suspenderá a produção por até 12 dias para 10 linhas em sete fábricas domésticas. Vale lembrar que as montadoras japonesas sugeriram anteriormente que a escassez de chips está diminuindo, mas não está claro quando isso será resolvido. Apesar das expectativas de que a crise na oferta de chips diminuirá, o aumento na produção de veículos elétricos e carros equipados com sistemas avançados de assistência ao motorista exigirá mais semicondutores, disse o Morgan Stanley em um relatório nessa quarta-feira, o que deve manter a demanda em alta.

ANÁLISE

Queda no preço de casas na China continuam: O gráfico acima, da Bloomberg, mostra que os preços das casas novas em 70 cidades na China, excluindo moradias subsidiadas pelo Estado, caíram 0,29% em agosto, mostraram números do National Bureau of Statistics. Isso marca o 12º mês de queda, destacando como a recuperação do mercado imobiliário do país pode demorar muito mais, apesar de uma enxurrada de políticas de apoio do governo. Além disso, em relação ao ano anterior, os preços caíram 2,1%, a maior queda em sete anos. O mercado de casas novas da China, que vale aproximadamente US$ 2,4 trilhões, está mostrando poucos sinais de recuperação, o que contribui para o atraso no crescimento da segunda maior economia do mundo.

Outros números divulgados na sexta-feira da semana passada mostraram que as vendas residenciais caíram cerca de 30% nos primeiros oito meses do ano e o investimento imobiliário encolheu mais de 7%. Os governos locais aumentaram o estímulo nas últimas semanas para emitir pelo menos 70 medidas de flexibilização de propriedades. Isso depois que as autoridades pediram esforços para neutralizar a crise imobiliária. Embora o governo central tenha evitado estímulos diretos, está dando aprovação tácita às autoridades locais para desfazer as medidas de austeridade e reforçar a demanda.

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