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Fed eleva os juros para o intervalo entre 3,0% e 3,25%

Os juros nos Estados Unidos subiram 0,75pp, em linha com as expectativas. No entanto, a atualização das projeções do banco central sugere um posicionamento mais duro.

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O FOMC (comitê de política monetária do Fed) elevou os juros em 0,75pp hoje (21/09), em linha com nossa expectativa e com o consenso de mercado. Com esta decisão, os juros americanos subiram para 3,25%, entrando em território restritivo (acima do nível que consideramos neutro de 2,5%). O comunicado do FOMC não apresentou grandes informações adicionais (praticamente igual ao comunicado da reunião anterior), e reforçou a necessidade de novos aumentos nos juros para que a inflação volte à meta de 2%.

Vale ressaltar que 0,75pp é um aumento muito relevante considerando a conduta histórica da política monetária nos EUA. Entre 1990 e 2021, o Fed alterou a taxa de juros em 92 ocasiões, mas em apenas quatro movimentos foram de 0,75pp, e três deles ocorreram durante ciclos de cortes nas taxas de juros. Um movimento de 1,0pp ou mais ocorreu apenas uma vez, também durante um ciclo de flexibilização. Portanto, achamos que esse ritmo de aperto da política monetária aumenta o risco de apertos excessivos. Ademais, há uma defasagem considerável nos efeitos das decisões de política monetária na economia (de entre 6 e 12 meses), o que significa que o impacto das altas de juros já feitas ainda não formam refletidas completamente na economia agregada, e principalmente no mercado imobiliário. No entanto, acreditamos que a inflação persistentemente elevada e o medo de perder credibilidade está forçando o Fed a adotar um posicionamento mais agressivo do que o necessário.

O Fed também atualizou do resumo das projeções econômicas (SEP), divulgado a cada três meses. Houve atualizações importantes nas estimativas medianas dos membros do FOMC em relação à última publicação em junho. A projeção da taxa de juros para 2022 passou de 3,4% para 4,4%, para 2023 de 3,8% para 4,6% e para 2024 de 3,4% para 3,9%, muito mais do que esperávamos (4% para 2022 e 2023). As projeções de crescimento econômico para 2022 caíram significativamente (de 1,7% para 0,2%) e em menor medida para 2023 (de 1,7% para 1,2%). Enquanto isso, a taxa de desemprego prevista para 2022 aumentou de 3,7% para 3,8% e para 2023 de 3,9% para 4,4%. Por fim, a projeção para a medida de inflação mais acompanhada pelo Fed, o Core PCE (núcleo do índice das despesas de consumo pessoal), aumentou moderadamente de 4,3% para 4,5% em 2022 e de 2,7% para 3,1% em 2023. No entanto, discordamos dessa visão, pois nossos modelos mostram que o Core PCE cairá mais rapidamente do que o Fed espera. Acreditamos que o aumento considerável nas projeções de juros foi uma “decisão de aumento de credibilidade” e esse patamar não será necessariamente alcançado.

Continuamos a acreditar que o alívio nos preços sugeridos pelos dados de alta frequência logo serão refletidos nos dados de inflação. Além do mais, acreditamos que o processo de desinflação será impulsionado por (1) normalização das cadeias de suprimentos, (2) redução dos preços das commodities, (3) um dólar muito forte e (4) uma desaceleração significativa na atividade econômica em meio a condições financeiras mais apertadas. Por enquanto, mantemos nossa expectativa de que é mais provável que o Fed desacelere o ritmo para 0,50pp na reunião de novembro, porém uma surpresa positiva nos dados de inflação referentes a setembro poderia levar a um aumento de apenas 0,25pp. Para a reunião de dezembro, estamos mantendo as nossas expectativas em aberto, já que esperamos que as decisões continuem dependentes dos dados que forem divulgados. Especulamos que até dezembro, o setor imobiliário estará bastante fraco, o crescimento na taxa de emprego terá desacelerado consideravelmente, e os dados de inflação se mostrarão um alívio considerável. Se estivermos errados sobre a trajetória da inflação, o Fed terá que elevar os juros em linha as projeções sugeridas pelas projeções no SEP. De qualquer forma, ainda vemos a taxa terminal entre 3,75% e 4%.

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