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Economia em Destaque: Inflação nos EUA indica juros mais altos

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, o destaque foi a inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que veio acima do esperado e acabou elevando expectativas do mercado de altas de juros pelo Fed e fez com que bolsas caíssem.

No Brasil, o destaque foram os dados de atividade de julho, que indicaram um início forte da atividade no segundo semestre. O setor de serviços e o IBC-Br, proxy mensal do PIB do Banco Central surpreenderam positivamente, enquanto as vendas no varejo continuaram em queda, especialmente as mais ligadas ao crédito, refletindo aperto nas condições monetárias.

Cenário internacional

Inflação desacelera nos EUA, porém fica acima das expectativas

O principal evento da semana foi a divulgação da inflação ao consumidor nos EUA. O resultado ficou acima do esperado pelo mercado, 0,1%, enquanto se esperava -0,1%. Em 12 meses, o resultado ficou em 8,2% no acumulado em 12 meses.

Chamou atenção a pressão de preços espalhadas em diversos setores da economia. O setor de serviços, por exemplo, que costuma ter uma inflação bem-comportada em torno de 2%, alcançou alta de quase 7%, sem sinais de desaceleração (ver gráfico).

A inflação mais alta turbinou as expectativas de alta de juros pelo Fed, o banco central do país. As projeções para o movimento da semana que vem, que estavam entre 0,50pp e 0,75pp, migraram para 0,75 e 1pp. Não há registro de movimento de 1pp nos juros americanos na história recente.

O movimento levou a uma nova correção as bolsas. O índice S&P 500 chegou a cair 5% no dia do resultado da inflação na terça-feira - revertendo a alta dos dias anteriores -  fechou a semana com queda de 4,7%. O dólar atingiu o maior valor em 20 anos, contra seus pares desenvolvidos.

Para mais detalhes a respeito da divulgação do CPI de agosto e expectativas da XP, clique aqui.

Atividade retoma fôlego na China

Após dados piores de atividade econômicas nos últimos meses, em agosto os resultados da China superaram as expectativas. A produção industrial acelerou para um crescimento anual de 4,2% em agosto (3,8% em julho), enquanto o investimento em ativos fixos aumentou para 6,5% (3,5% antes). As vendas no varejo subiram 5,4% após o aumento de 2,7% em julho. Do lado negativo, as vendas de imóveis contraíram 23% após a queda de 29% em julho. Apesar dos números melhores, os analistas de mercado estão céticos quanto à sustentabilidade da recuperação, considerando a fragilidade do setor imobiliário e a provável recessão no ocidente, que tende a afetar as exportações chinesas adiante.

Europa ainda sofre com temores de racionamento de energia no inverno

A produção industrial nos 19 países que compartilham o euro caiu 2,4% em relação ao ano anterior. Na Alemanha, o sentimento dos investidores caiu mais do que o esperado em setembro. O instituto ZEW divulgou que o seu índice de sentimento econômico caiu de -55,3 pontos em agosto para -61,9.

A performance negativa da europeia já reflete a forte alta dos custos de energia, e a preocupação com racionamento durante o inverno.

Como parte dos esforços do governo para proteger a economia do racionamento durante o inverno, o governo alemão assumiu o controle de três refinarias da petrolífera russa Rosneft localizadas no país. O movimento intensifica a guerra energética entre a Rússia e o Ocidente. 

Economia estagnada no Reino Unido

A economia do Reino Unido estagnou nos três meses até julho, de acordo com o Office for National Statistics, levemente abaixo das expectativas do mercado. A taxa de crescimento do Reino Unido vem desacelerando desde o ano passado, em resposta à alta de custos de produção que atinge empresas e consumidores. Na semana passada, a primeira-ministra Liz Truss respondeu com um congelamento dos preços da energia que custará aos contribuintes até 150 bilhões de libras, na contramão das políticas de racionamento anunciadas em outras partes da Europa.

Enquanto isso, no Brasil...

Atividade econômica resiliente no início do segundo semestre

Nesta semana foram divulgados dados de volume de serviços, vendas no varejo e IBC-Br (proxy mensal do PIB) referentes a julho. O setor de serviços surpreendeu positivamente as expectativas e cresceu 1,1% entre junho e junho (consenso de mercado em 0,6%) e 6,3% na comparação interanual. Na abertura dos dados da pesquisa mensal de serviços, pudemos observar dados mistos, com alta em três das cinco categorias, com continuada elevação em serviços prestados às famílias. Já as vendas no varejo também surpreenderam o mercado, porém do lado negativo: foi registrada contração de 0,7% no índice ampliado (XP: -0,4; consenso: -0,1%) e queda de 6,8% na comparação anual. A única das dez categorias que não apresentou contração foi Combustíveis e Lubrificantes (por conta dos recentes cortes de tributos), e categorias mais ligadas ao crédito seguem tendência de queda devido ao aperto das condições monetárias.

Em nossa visão, esperamos que o setor de serviços continue crescendo até o final do ano, ainda que de forma mais moderada em relação ao semestre passado. Já para o comércio varejista, a recuperação do mercado de trabalho em conjunto com estímulos fiscais adicionais de curto prazo devem suavizar o esfriamento do setor neste semestre, fornecendo sustentação à demanda pelos bens mais sensíveis à renda. Assim, o varejo total deve apresentar cerca estagnação próximos meses, com sinais heterogêneos entre as categorias.

De forma geral, os números corroboram nossa visão de que a atividade doméstica iniciou o segundo semestre em ritmo sólido, e tende a se acomodar até o fim do ano. Mantemos nossa projeção de crescimento do PIB em 2,8% este ano e 1,0% em 2023.

Petrobrás anuncia redução nos preços de gás

A Petrobras anunciou redução de 4,7% dos preços do GLP nas distribuidoras, que deverá ter efeito pequeno sobre a inflação, de até 0,04 pp no IPCA de setembro e outubro. A medida vai na linha de outras medidas de redução de combustíveis, que vem contribuindo para a redução das expectativas de inflação deste ano.

O relatório Focus do Banco Central, por exemplo, registrou essa semana a 14º queda consecutiva da projeção da inflação do IPCA para 2022. A projeção, que chegou a ser 8,92% em junho, agora está em 6,4%.

O que esperar para a semana que vem?

É a grande semana das decisões de juros. Entre outros, os bancos centrais dos EUA, Reino Unido, Japão e Brasil se reúnem para ajustar suas taxas de juros.

No caso do Fed (banco central dos EUA), o mercado está dividido entre uma nova alta de 0,75pp (seria a terceira seguida), que leva a taxa de juros para 3,0%. Mas já há quem aposte em uma elevação mais intensa, de 1pp, após a inflação ao consumidor pressionada esta semana. 

No Brasil, o destaque será a reunião do comitê de política monetária, Copom. Esperamos que a taxa de juros seja mantida em 13,75%, interrompendo um ciclo de altas que começou em março de 2021. Em sua comunicação, o Copom provavelmente deixará as portas abertas caso precise subir mais (dependendo das elevadas incertezas locais e externas).

Nosso cenário base, no entanto, é que a inflação siga em trajetória de queda, de forma que o Copom possa reduzir os juros no segundo semestre do ano que vem.

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