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Saúde: Reunião com Hospital Albert Einstein e Grupo CIMED

Na manhã deste domingo (22 de Março) realizamos uma videoconferência com Cláudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein e Joao Adibe, CEO da CIMED - 4º maior grupo farmacêutico do Brasil. Veja os principais destaques.

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Na manhã deste domingo (22 de Março) realizamos uma videoconferência com Cláudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein e João Adibe, CEO da CIMED – 4º maior grupo farmacêutico do Brasil. Dentre os temas mencionados, discutimos sobre a situação do coronavírus atualmente, as estratégias do Hospital Albert Einstein e da CIMED, as necessidades do sistema de saúde e capacidade da indústria farmacêutica, assim como a importância de diminuirmos a curva de crescimento dos casos. Veja abaixo os principais destaques da reunião.

Atual cenário e o Covid-19

  • Respiradores estão sendo muito demandados e já foi foram totalmente consumidos no Brasil. Einstein encontrou alguns na China que, mesmo usados, podem ser aproveitados. Além dos respiradores, máscaras, álcool gel, e mais produtos básicos são essenciais – especialmente nas Santas Casas.
  • O país precisa focar em diminuir a curva de crescimento de casos, de tal forma que não ultrapasse a linha de capacidade do sistema de saúde. Além disso, o achatamento epidemiológico vem muito na linha de permitir que a infraestrutura hospitalar possa estar preparada (e dê conta) de absorver.
  • A dificuldade se dá em isolar os transmissores. Na Coreia do Sul, por exemplo, a tecnologia e a disciplina da população do país – seguindo, em grande parte, as recomendações – permitiram um controle maior.

O Eistein no combate da pandemia: suas visões e estratégias

  • O Hospital Albert Einstein, ao sinal do avanço da pandemia no país, se estruturou e montou um departamento de controle de crise, comprando ventiladores mecânicos e aumentando os estoques de remédios.
  • A grande questão agora é o tempo médio de internação dos pacientes. Vai depender muito do tempo de manutenção de pacientes na ventilação. Um hospital de campana está sendo implementado em frente ao Einstein para maior controle e triagem de pacientes na linha de frente.
  • Porém, tudo isso ainda não é suficiente, dado que a rede de saúde no país é enorme e as condições que o Einstein dispõe são exceção à regra. O grupo, além do hospital no Morumbi, também conta com o Hospital MBoi Mirim e Hospital Santa Catarina, ambos hospitais do SUS, e reconhece que há uma dificuldade muito grande no sistema público.

O uso da Cloriquina e Azitromicina

  • Antes de mais nada, Lottenberg e Adibe alertam para o uso da substância. Trata-se de um medicamento de uso hospitalar e utilizado em casos de doenças graves (por exemplo: malária e algumas auto-imunes, como lúpus, por exemplo). Não é um medicamento para automedicação e, muito menos, atua na prevenção da Covid19.
  • Dr. Claudio afirma que a utilização da Hidroxicloroquina é algo com que vem sendo feito um trabalho bem robusto na China, onde mostrou uma taxa de êxito 40% superior em casos graves, que revertem mortalidades.
  • De toda forma, deve-se tomar alguns cuidados em ciência. Existem fases de testes gerais, testes de segurança, dentre outros que demandam tempo. Mas, na dúvida, parece fazer sentido abrir mão de algumas etapas. Alguns hospitais americanos já adotaram o protocolo.
  • Qualquer questão de tempo/duração da crise é precoce em se dizer agora.
  • É necessário conseguir lidar de maneira sábia com tudo isso, além da união de líderes.
    • Os empresários, de todos os setores, precisam se unir e injetar recursos para o sistema de saúde brasileiro. O setor privado, como um todo, precisa investir mais para diminuir o surto e controlar o sistema afetado pela pandemia.

A indústria farmacêutica em meio a pandemia

  • O presidente da CIMED afirma que a indústria farmacêutica tem maquinários que chegam a produzir até 1 milhão de pílulas por hora, portanto este não seria um problema. A grande questão está em registros, regulação, aprovações e cadeia de insumos. Não se pode produzir um medicamento sem o devido registro.
  • Atualmente, 70% da capacidade produtiva da indústria farmacêutica no Brasil é advinda da indústria nacional, a qual consegue trabalhar com uma logística já muito bem definida. Porém, para vacinas, a indústria brasileira não tem condições.
  • Na parte de insumos, houve uma parada em janeiro quando a cadeia da China parou de fabricar, mas agora já retomou. Além disso, o que estava parado em portos já não está mais parado.
  • Ambos reforçam que todos devem tomar a vacina tetravalente para a gripe que será disponibilizada. Como forma de diminuir a concentração de pessoas em postos, estas vacinas estarão disponíveis nas farmácias também.
  • Uma medida importante tomada foi referente à Farmácia Popular: É permitido comprar a cada 30 dias normalmente, mas agora flexibilizaram para 90 dias, visando diminuir o fluxo de pessoas nas farmácias, especialmente os idosos.
  • O grande ponto para a indústria é que a cadeia de insumos não responde à velocidade de compras nas farmácias. Por isso, desde a semana última, a CIMED está revendo as linhas de produção, visando focar em produtos com maior demanda específica para o momento e atender à necessidade da população.

Telemedicina:

  • Dr. Claudio afirma que a telemedicina é um instrumento que está na mão e no bolso das pessoas e que grande parte das consultas pode ser feita dessa forma.
  • A sistemática utilizada tem facilitado muito no atual momento, evitando a ida desnecessária de pessoas à hospitais.
  • Porém, a falta de regulação não permite a remuneração dos médicos por parte dos planos de saúde (não reconhecem como consulta, dado não ser uma atividade regulada ainda).
  • Lottenberg diz que isso precisa mudar, além da regulação, a conscientização das pessoas para que realmente usem esta ferramenta alternativa, evite sair de suas casas, façam sua parte e permitam que toda a cadeia produtiva possa manter-se ativa a partir do máximo achatamento possível da curva.
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