Apple surpreende com fortes resultados – 🌎RADAR GLOBAL

MACRO

Bolsas internacionais amanhecem negativas (EUA -0,3% e Europa -1,5%) ao final de mais uma semana com grande volatilidade nas bolsas globais, marcada pela reunião de política monetária nos EUA. No campo dos resultados, a Apple reportou receita trimestral recorde e apontou para um sólido 1º tri de 2022, contribuindo para uma leve melhora no sentimento dos investidores. No agregado, das empresas do S&P 500 que já reportaram seus resultados, 78% superaram as expectativas de lucros, segundo o FactSet. Na China, o índice de Hang Seng (-1,1%) registrou sua pior queda semanal desde agosto de 2021 em consequência da queda do apetite por risco dos investidores, empresas de tecnologia registram novas mínimas. Por fim, ambos o petróleo (+0,2%) e o gás natural (+4,0%) amanhecem em alta, com o desequilíbrio entre oferta e demanda das commodities.

Coronavírus: Doses de reforço da Covid-19 aumentam a proteção contra fatalidades da variante Ômicron em 95% para pessoas com mais de 50 anos, segundo a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido. Em termos de hospitalização, a da Pfizer-BioNTech oferece proteção de 90% nas primeiras 14 semanas e, a da Moderna entre 90% e 95% nas primeiras 9 semanas.

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EMPRESAS

Temporada de resultados do 4T21 nos EUA – Ontem: Apple, Visa, McDonald’s. Hoje: Chevron e Caterpillar.

Apple surpreende com receita trimestral recorde: Em sua divulgação de resultados, a Apple (AAPL34) apresentou uma receita recorde de US$ 123,9bi, +4% acima dos US$ 119,1bi esperados pelo mercado, seu lucro por ação foi de US$ 2,10 vs. US$ 1,90 projetados, uma surpresa positiva de +11. Os resultados fortes sugerem que impactos da crise de abastecimento foram mais amenos que o esperado. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, havia alertado no final do ano passado que a escassez poderia custar à empresa mais de US$ 6 bilhões em vendas durante o importante período de feriados de fim de ano. Mas a gigante da tecnologia navegou bem pela crise e se beneficiou de novos produtos, incluindo o iPhone 13, Apple Watch Series 7 e Mac.

A empresa gerou US$ 71,6bi em receita com seu principal produto, o iPhone, superando as estimativas de US$ 67,7bi, um aumento de 9,2% em relação ao trimestre do ano anterior. O período de vendas representou o primeiro trimestre completo da receita do iPhone 13. Os serviços, que incluem iCloud, Apple Music, licenciamento de busca e taxas da App Store, continuaram crescendo fortemente, subindo 25% ao ano para US$ 19,5bi. Serviços é a unidade de negócios mais lucrativa da Apple e sua ascensão contribuiu para a margem bruta da Apple acima do esperado de 43,8%. A empresa não forneceu projeções para o próximo trimestre, apenas afirmou que espera outro sólido crescimento de faturamento.

Visa apresenta bons resultados com aumento de gastos e retorno das viagens: A Visa (VISA34) também divulgou seus resultados nessa quinta-feira, com uma receita de de US$ 7,1bi, +4% acima dos US$ 6,8bi projetados pelo mercado, O LPA foi de US$ 1,81 vs. US$ 1,70 esperado pelos analistas, uma surpresa positiva de +6%. A maior processadora de pagamentos do mundo informou que as transações aumentaram +21%, para US$ 47,6 bilhões durante o trimestre, em comparação com o ano anterior. Embora os gastos com viagens tenham sido reduzidos desde o final de dezembro devido à variante Ômicron do coronavírus, os executivos da empresa afirmam acreditar que a recuperação será retomada e a receita líquida crescerá no segundo trimestre fiscal deste ano. Vasant Prabhu, diretor financeiro da Visa, disse que, mesmo que os países restabeleçam o fechamento de fronteiras este ano, os gastos parecem se recuperar rapidamente quando os consumidores voltam a viajar. Os volumes de transações internacionais aumentaram +40%, marcados por um aumento acentuado nas viagens entre setembro e novembro, quando a fronteira dos EUA e a maioria das fronteiras da Europa reabriram.

Mas nem só de bons resultados vive Wall Street… O McDonald’s (MCDC34) divulgou nesta quinta-feira os resultados do quarto trimestre que ficaram aquém das expectativas dos analistas. A empresa reportou uma receita de US$ 6,0bi em linha como projetado; o LPA foi de US$ 2,23, -5% abaixo do esperado pelo mercado. Os custos e despesas operacionais cresceram +14% no trimestre e incluíram aumentos salariais do McDonald’s e de muitos de seus franqueados para atrair e reter trabalhadores em um momento de pouca oferta de mão de obra. Os ingredientes para itens básicos do menu também ficaram mais caros. O CFO Kevin Ozan disse na conferência de resultados que a inflação de commodities e mão de obra deve continuar no curto prazo. Em 2022, a empresa prevê que os custos de alimentos e papel nos EUA aumentem em um ou dois dígitos.

LG E GM construirão nova fábrica: A LG Energy Solution da Coreia do Sul tem o objetivo de investir US$2,1 bilhões com a General Motors (GMCO34) para a construir uma fábrica de baterias para veículos elétricos. O projeto ocorrerá nos Estados Unidos, sendo financiado igualmente pelas duas companhias por meio de uma joint venture, a Ultium Cells. A LGES já controla 20% do mercado de baterias para carros, sendo a fornecedora de grandes montadoras como a Tesla (TSLA34), Volkswagen e Hyundai. 

A parceria das duas empresas já é antiga, com a construção de duas fábricas de bateria sendo a primeira em Ohio e a segunda no Tennessee no valor de US$ 2,3 bilhões, e juntas irão fabricar 70 GWh de baterias que poderão alimentar cerca de 1 milhão de EVs até 2024. O anúncio do novo planejamento da LG ocorreu antes da sua abertura de capital na Coreia do Sul, atraindo um IPO de US$ 58,6 bilhões, o que a tornará a 3ª empresa mais valiosa do país. 

ANÁLISE

Setor de Biotecnologia apresenta pior desempenho em 22 anos: O gráfico acima da Refinitiv, mostra que a performance do S&P Biotech, composto por empresas do setor de biotecnologia, está com seu pior desempenho em relação ao S&P500 desde o começo dos anos 2000, com uma queda -60%. Em 2021, enquanto o retorno total do S&P 500 foi de aproximadamente +27%, o S&P Biotechnology caiu cerca de -20% no mesmo período. Em 2022, o índice já acumula uma queda de -26%. Mas qual o motivo dessa queda? Existem vários, um deles é a mudança de preferência do investidor, que acabou apostando mais em grandes nomes do setor de tecnologia. A Bloomberg também apontou que fracassos de medicamentos, reveses regulatórios e preocupações com preços de medicamentos foram razões para a queda do setor. Os medicamentos não aprovados de empresas como Odonate Therapeutics, Frequency Therapeutics e Deciphera Pharmaceuticals deixaram os investidores com algumas das maiores perdas de 2021. Além disso, o setor passou por uma queda de fusões e aquisições; em 2021, US$ 90bi foram investidos nesta frente, o que representa apenas 44% do volume registrado em 2020. Atualmente, as expectativas de altas de juros também afetam o segmento, uma vez que leva a uma rotação de ações de grande crescimento para valor. Por outro lado, muitas empresas de biotecnologia entram em 2022 altamente capitalizadas e deverão desenvolver não só suas frentes de crescimento orgânico, mas também inorgânico.

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