J.P. Morgan e Citigroup reportam resultados – 🌎RADAR GLOBAL

MACRO

Bolsas internacionais amanhecem positivas (EUA +0,1% e Europa +0,5%) após resultados dos bancos contribuírem para um tom mais negativo na última sexta feira. A bolsa americana permanecerá fechada hoje em virtude do feriado de Martin Luther King Jr. Na China, o índice CSI 300 (+0,9) encerra em alta, impulsionado por surpresa positiva do PIB Chinês, que por sua vez cresceu 4% no último trimestre de 2021 vs. 3,3% esperados pelos analistas, segundo o consenso da Bloomberg. O banco central chinês também anunciou um corte de 2,95% para 2,85% em sua taxa de juros para empréstimos de médio prazo, sua primeira redução desde abril de 2020.

Coronavírus: Um caso da variante Ômicron foi registrado na cidade de Pequim duas semanas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno. A capital chinesa está em alerta máximo para a chegada dos atletas internacionais, as autoridades isolaram o prédio residencial do paciente e demandaram mais de 2.000 testes para as pessoas no local.

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EMPRESAS

Projeções do J.P. Morgan desanimam investidores: O banco reportou seus resultados, no período pré-mercado nesta última sexta-feira, com uma receita de US$ 30,3bi vs. US$ 30,0bi projetados pelos analistas, em linha com o esperado; o lucro por ação foi de US$ 3,33 vs. US$ 2,99, superando em +11% consenso. Contudo, o lucro líquido reportado levemente acima do consenso foi consequência da liberação de US$ 1,8bi em reservas de liquidez, logo, lucros recorrentes ficaram apenas em US$ 2,86 por ação. A receita do segmento de trading caiu -11%, para US$ 5,3bi no trimestre, o que foi resultado, em grande parte, por uma desaceleração no volume negociações de títulos de dívida. Por outro lado, as comissões do braço de investimento banking tiveram um salto de +37%.

Na teleconferência de resultados, Jeremy Barnum, CFO do J.P Morgan, afirmou que o banco verá as despesas subirem +8% para cerca de US$ 77bi em 2022, impulsionadas por pressões inflacionárias e aumento salarial. Isto sugere que o banco não deverá atingir a meta de 17% da empresa para retornos sobre o capital. No entanto, a instituição financeira se beneficiará do aumento das taxas de juros e do crescimento dos empréstimos que atraíram investidores para o setor financeiro nos últimos meses. Olhando pro futuro, o banco projeta um lucro líquido de US$ 50bi neste ano, um ganho de US$ 5,5bi em relação a 2021, antecipando o aumento nas taxas de juros e crescimento de um dígito no segmento de empréstimos. As previsões de rentabilidade futura causaram um desapontamento dos analistas, e as ações do banco caíram -6% nesta sexta-feira.

Lucro do Citi (CTGP34) despenca no quarto trimestre de 2021: O banco reportou seus resultados, nesta última sexta-feira com uma receita de US$ 17,0bi vs. US$ 16,8bi projetados pelos analistas, em linha com o esperado; o lucro por ação foi de US$ 1,99 vs. US$ 1,62, superando em +23% consenso. No entanto, o lucro líquido da empresa caiu -26% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 3,2 bi. A queda na lucratividade é consequência dos desinvestimentos que o banco está fazendo em unidades menos lucrativas na Ásia, Europa e México. O Citi também enfrentou um aumento nos custos de compensação, que atribuiu a uma nova onda de contratações, bem como a maiores pagamentos de compensação de incentivos nos últimos três meses do ano. Contudo, um ponto positivo foi o segmento de investment banking, onde a receita aumentou 43%, para US$ 1,8 bi. O faturamento está crescendo à medida que as corporações reformulam seus negócios em meio à pandemia.

Tesla adia produção de Cybertrucks: A montadora de veículos elétricos adiou o início da produção de seu novo veículo Cybertruck para o final de 2023. O objetivo inicial da companhia era iniciar a fabricação ainda em 2022, porém a companhia decidiu mudar recursos e funções do carro elétrico para atrair mais consumidores ao passo que a concorrência aumenta no segmento. A Tesla, que já é relevante na fabricação de sedãs elétricos e carros esportivos, encontra-se atrasada em relação aos concorrentes Ford (FDMO34) e Rivian, que já possuem picapes elétricas ou lançamentos próximos.

Olhando para seus principais competidores, a Ford anunciou em janeiro que dobrará a capacidade de produção de sua picape, F-150, elétrica para 150.000 veículos, antes mesmo de disponibilizar sua primeira unidade no mercado. A picape da Rivian, recebeu o prêmio de “Caminhonete do ano” pela MotorTrend, tornando-se uma forte concorrente ao Cybertruck. Por outro lado, as reservas do Cybertruck da Tesla superam as expectativas do mercado e de seus rivais, com mais de 1,27 milhões de reservas para o novo veículo, o potencial faturamento ultrapassa US$80 bilhões para a companhia.

Nvidia tende a crescer no mercado automotivo chinês: As montadoras chinesas estão investindo no mercado de veículos elétricos e direção semi-autônoma, o que as estimulou a formar parcerias com a gigante de chips americana, Nvidia (NVDC34). O mercado automobilístico chinês, que vinha caindo por três anos consecutivos, agora retoma seu crescimento, em 2021 as vendas saltaram 4,4% em relação ao ano anterior, demostrando a força no setor para 2022. O novo modelo, ET7, da NIO, que conta com sistema de condução automatizada, já está utilizando o chip da fabricante. A empresa busca alcançar a principal montadora elétrica, Tesla (TSLA34), na disputa pelo mercado automotivo premium da China.

Olhando para o futuro e analisando a competição no setor, vemos que a Nvidia é beneficiada entre os fabricantes de veículos elétricos na China. Embora, a Tesla já fabrique seus próprios chips focados para veículos autônomos, devido ao seu longo período de produção, as novas montadoras demandarão da indústria de semicondutores para se sobressaírem no mercado. No primeiro momento, as empresas de carros elétricos estão focadas em aumentar a sua produção de veículos e não devem buscar o desenvolvimento próprio de semicondutores até atingirem certa escalabilidade. Segundo o diretor da Wedbush Securities, Daniel Inves, a Nvidia tem fortes raízes no mercado da China e construir ainda mais seu negócio de chips automotivos em torno das tecnologias de direção autônoma é estrategicamente importante.

ANÁLISE

Companhias aéreas continuam operando em capacidade reduzida na Europa: O gráfico acima, do Morgan Stanley, mostra que as companhias aéreas aumentaram os cortes no número de assentos disponíveis para esta semana de janeiro na Europa (-2% com relação a semana anterior e -35% com relação a 2019). Projeções para fevereiro permanecem com um cenário mais positivo (capacidade -28% vs 2019, queda de -1% com relação a semana passada). Contudo, as empresas aéreas ainda aguardam mais clareza sobre o número de casos de Covid-19 para definir melhor as restrições de viagens. O banco aponta ainda que existem grandes discrepâncias nas expectativas de melhorias entre alguns grandes hubs aéreos, causadas pelos diferentes níveis de contaminações nos países. Heathrow (Londres) e ANA (Portugal) continuam a esperando grandes melhorias de capacidade em Fev-22 vs. Dez-21. Por outro lado, os hubs alemães (Frankfurt e Munique) basicamente esperam que a situação em fevereiro continue se deteriorando, com a redução podendo chegar a -50% em Munique, quando comparado fevereiro de 2019. Isso sugere um cenário ainda turbulento para as aéreas ao passo que diversos países da Europa estão em estágios distintos com relação ao avanço da pandemia e seu impacto no setor aéreo no curto prazo.

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