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O impacto do superciclo de commodities no Brasil e nos investimentos

Sylvio Castro, Tony Volpon e Marcio Fontes participaram de painel da Expert XP 2021 para discutir o superciclo de commodities.

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No palco Investimentos, Sylvio Castro, CIO da Grimper Capital, Tony Volpon, Estrategista-Chefe da Wealth High Governance (WHG) e Marcio Fontes, Gestor do ASA Hedge na ASA Investments, conversaram sobre as tendências estruturais e conjunturais das commodities. Ao longo do painel, fica claro que estamos em estágios iniciais de um ciclo de commodities. No entanto, entender as diferenças do cenário atual é importante para definir se realmente estamos em um superciclo. Confira a seguir um resumo do painel.

Estamos vivendo um superciclo de commodities? Como o Brasil pode ser beneficiado?

Foi consenso entre os convidados de que estamos em estágios iniciais de um novo ciclo de alta para as commodities. Entretanto, é muito importante ressaltar que aspectos conjunturais geram oscilações de curto prazo e, portanto, o timing de entrada precisa ser muito bem avaliado. Adicionalmente, os participantes do nosso painel alertaram para o fato de que nem todo ciclo de alta necessariamente vem de forma abrupta. Eles acreditam que deva ser algo mais gradual ao longo dos próximos anos ou décadas.

Marcio acredita que, para atingir os objetivos globais de descarbonização até 2050, deverá ser investido 1% do PIB global ao ano, que se compara aos 0,5% investidos hoje em dia. São questões que devem perdurar por décadas e geram impactos em commodities, principalmente aquelas aplicadas ao uso de energia. Por exemplo, se o biocombustível for mais demandado, pode elevar os preços dos grãos. Ainda, com governos investindo mais e a renda sendo melhor distribuída, pode haver aumento do consumo de commodities em geral, mas, principalmente, das agrícolas.

Sobre o Brasil, Tony enxerga que o brasil possui vantagem comparativa, principalmente na produção agrícola, com grande capacidade de aumento da produtividade. Naturalmente, é necessária uma política econômica que faça o país aproveitar ao máximo o ciclo positivo das commodities no longo prazo.

Quais as grandes diferenças entre o momento atual e o ciclo de alta vivido nos anos 2000?

De acordo com Tony, o ciclo que se iniciou em 2002-2003 com a entrada da China na OMC, e durou até os primeiros anos após a crise de 2008. No referido ciclo, com a entrada da China na economia global, gerando diversos investimentos em infraestrutura, aliada à expansão do mercado imobiliário, a economia brasileira foi muito beneficiada com a melhora nos termos de troca no país. Sendo assim, o período atual não deveria ser chamado de superciclo, em função da reabertura da economia global, no período pós-Covid, além de restrições pontuais de oferta. O estrategista ainda ressalta que esses choques se dissipam ao longo do tempo. No longo prazo, com o avanço da agenda ambiental e as mudanças estruturais da economia, a demanda por determinados investimentos deverá aumentar em certas commodities. Dessa forma, Tony vê que a demanda gerada pela agenda ambiental e restrição de oferta poderá resultar em um período de commodities em níveis elevados.

Portanto, é imprescindível salientar que esse novo ciclo não tem relação com a conjuntura de curto prazo, como a variante delta, níveis de estoques, entre outros fatores. Além disso, é importante se atentar à natureza do mercado de commodities, pois os preços de hoje ainda não refletem um possível aumento na demanda daqui para frente. Em um mercados de commodities, os preços equalizam a relação de oferta e demanda do momento.

Já na visão do Sylvio, a impressão é de que o ciclo atual é mais abrangente que os anteriores e que não se limita a somente uma commodity. Apesar de haver políticas para mitigação e adaptação, a probabilidade de ter condições climáticas tão boas nessa década como na passada é baixa. Em relação à energia, Sylvio entende que é muito pouco provável que o mundo chegue em uma matriz de carbono zero em 2050, porém é provável que chegaremos perto disso com o aumento do investimento público nesse período, beneficiando algumas commodities. Nas commodities energéticas, por exemplo, espera-se que haja uma troca de carvão por gás natural. Dessa forma, o gestor acredita que a combinação entre política fiscal, com a mudança climática e o consenso na sociedade deverá resultar em um ciclo longo, mas não necessariamente parabólico.

Como ficar posicionado para esse cenário?

Na ASA Investments, Marcio tem adotado um mix de posicionamento entre empresas do setor que, em particular, estão com múltiplos muito baixos. No entanto, não se restringe às ações das companhias, uma vez que também tem exposição à própria commodity, como cobre e petróleo. No caso das commodities, Marcio ressalta que o investidor deve ter cuidado com movimentos de curto prazo, em função da entrada de oferta decorrente de preços atrativos. Nesses casos, o timing é muito importante. Atualmente estão mais construtivos em termos de timing, dadas as quedas recentes.

Na Grimper Capital, o posicionamento é similar. Sylvio afirma que tem exposição ao mercado tanto via commodities diretamente (agrícolas, cobre, crédito de carbono), como às empresas produtoras desses produtos em sua carteira de renda variável. Adicionalmente, vale destacar que os múltiplos descontados atualmente não necessariamente serão mais altos no futuro, principalmente em tempos em que os prêmios são menores para empresas que poluem mais.

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