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Economia em destaque: Seu resumo semanal do cenário econômico internacional e doméstico

Semana de eleições nos EUA e autonomia do Banco Central no Brasil.

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Cenário Internacional

Como esperado, o principal destaque desta semana ao redor do mundo foi o pleito eleitoral nos EUA. Diante da elevada taxa de participação de eleitores nesse ano (lembrando que o voto não é obrigatório) e o número de votos enviados pelo correio devido à pandemia do coronavírus, a contagem de votos para confirmar Donald Trump ou Joe Biden como vitorioso no pleito segue nos holofotes.

Até o momento, a possibilidade de que Biden se torne o 46° presidente da maior economia do mundo fortalece-se como a de maior probabilidade. Vale lembrar que ações judiciais por parte do atual presidente Donald Trump pedindo a recontagem de votos em determinados estados já estão em andamento, podendo levar a decisão final do pleito à Suprema Corte dos EUA. A data constitucional para posse presidencial é o dia 20 de janeiro.

Não obstante a provável vitória democrata na Casa Branca, as eleições para o Congresso apontam para uma maioria republicana no Senado, enquanto a Câmara deve seguir em mãos democratas. Esse cenário é tido como positivo para a economia global, diante da reduzida probabilidade de grandes mudanças legislativas estruturais, como a substancial elevação de impostos, o enrijecimento da regulação sobre empresas de tecnologia, e a criação de barreiras para a exploração de petróleo e gás natural no país.

Já para o Brasil, um eventual governo Biden deve suscitar animosidades no curto prazo. No entanto, pode representar tendências positivas, inclusive de enfraquecimento do dólar, além de potenciais mudanças na agenda de meio ambiente e de comércio internacional.

Ainda no cenário norte-americano, a reunião do FED não trouxe grandes novidades. A autoridade monetária manteve o patamar dos juros e sua política de compra de ativos. No entanto, em seu pronunciamento pós decisão, Jerome Powell destacou preocupação sobre efeitos de do potencial fortalecimento de uma segunda onda de contágio pelo coronavírus no país, e sinalizou a possibilidade de novos estímulos monetários para 2021.

De maneira similar, o Banco da Inglaterra também manteve o patamar de sua taxa básica de juros, mas surpreendeu os mercados ao anunciar um substancial aumento de seu programa de compra de ativos – de £150 bilhões de libras para £875 bilhões.

Já do lado do indicadores, os dados de desemprego da economia norte-americana (payroll) indicaram recuperação do mercado de trabalho,  caindo para 6,9% em outubro e surpreendendo positivamente expectativas de mercado. Já os dados recentes da Zona do Euro suscitam cautela sobre a recuperação econômica pós-pandemia, especialmente os referentes à outubro, quando países como Espanha e França já sentiam os efeitos de uma forte segunda onda de contágio.

Enquanto isso, na China, dados seguem mostrando a robustez da recuperação, que agora já pode ser chamada de crescimento. Os Índices de Gerência de Compras do mês de outubro mostraram crescimento tanto no setor industrial quanto no setor de serviços, indicando também substancial demanda tanto de fontes externas (via exportações) quando de consumo doméstico.

Enquanto isso, no Brasil

No cenário doméstico, a semana útil começou com a divulgação da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, o comitê reafirma que “considera adequado o atual nível de estímulo monetário” e que não pretende reduzir o grau de estímulo uma vez que i) “as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, encontram-se significativamente abaixo da meta” e ii) “o regime fiscal não foi alterado”.

A ata não ignora a alta da inflação corrente produzida pela alta nos preços das commodities, pela depreciação “persistente” do Real e pela normalização parcial dos preços com a reabertura da economia. Mas avalia que o choque é “temporário”, embora ressalte que vai monitorá-lo com atenção. Finalmente, o Comitê ressalta mais uma vez o principal risco como vindo do lado fiscal, e detalha que “alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal” podem motivar uma reavaliação do instrumento de forward guidance e da trajetória por ora prevista para a taxa Selic.

Ainda no contexto de política monetária, o Senado aprovou o texto-base da proposta de autonomia formal do Banco Central. O projeto de lei propõe mandatos estáveis e requisitos para nomeação e demissão do presidente e dos diretores do Banco Central, bem como vedações aos ocupantes dos cargos. Os mandatos serão não coincidentes ao mandato do Presidente da República, e a determinação de metas de inflação segue à cargo do Comitê Monetário Nacional (CMN).

O projeto propõe também uma espécie de mandato duplo (a que alguns se referenciaram como “mandato duplo light”), mantendo o objetivo-fim de ancorar a inflação, mas também, “na medida de suas possibilidades”, perseguir o fomento ao pleno emprego no país. O texto segue à Câmara sem data para ser apreciado.

Já na seara de indicadores, a produção industrial brasileira, medida pela Pesquisa Mensal da Indústria (PIM), avançou 3,4% a/a em setembro, ainda beneficiada pelos estímulos fiscais e creditícios implementados durante a pandemia. O resultado confirma o nosso cenário de retomada mais forte no terceiro trimestre desse ano. Considerando a correlação histórica existente entre os dados trimestralizados da PIM e os dados da conta nacional, o PIB da Indústria no terceiro trimestre apresentaria expansão aproximada de 0,3% a/a (vs. projeção atual de -1,3% a/a).

A análise dos próximos indicadores setoriais divulgados pelo IBGE (PMC e PMS) será fundamental para confirmar essa sinalização positiva. O resultado, em linhas gerais, é compatível com a nossa projeção de PIB tanto para o terceiro trimestre (-4,4% a/a e +7,8% t/t) quanto para 2020 (-4,6%) e 2021 (+3,4%).

Já o IPCA referente a outubro apresentou alta de 0,86% no mês, levando a inflação acumulada em 12 meses para 3,92%. O resultado, juntamente com os recentes picos observados nos preços das commodities à nível global, além do descompasso entre oferta e demanda em alguns setores (especialmente bens de consumo duráveis), aponta para uma inflação mais alta do IPCA neste ano e no próximo. Assim, revisamos nosso IPCA de 2020 de 3,3% para 3,6% e 2021 de 2,6% para 3,6%.

Dito isso, vale notar que grande parte do choque inflacionário corrente tende a ser temporário, já que a desaceleração da economia - principalmente do mercado de trabalho - continuará relevante ao longo de 2021. Deste modo, o IPCA anualizado com ajuste sazonal deve ficar em torno de 3,3% em 2021, abaixo da meta do Banco Central de 3,75 %.

Finalmente, no palco político-econômico, a semana foi marcada por discussões no âmbito do orçamento federal para 2021. Do lado negativo, o governo sofreu uma derrota no Congresso com a queda do veto presidencial à extensão da desoneração da folha de pagamentos, cujo custo adicional ao orçamento de 2021 será de R$ 6,3 bilhões (diante do total de R$ 10 bilhões frente aos R$ 3,7 bilhões orçados para o tema). Já do lado positivo, o governo foi vitorioso na derrubada da proposta de centrais sindicais no âmbito do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo aos Trabalhadores (Codefat), que estenderia o pagamento de parcelas do seguro-desemprego por mais dois meses, com impacto estimado em R$ 7,3 bi.

O que esperar?

A semana que vem será "mais curta" devido ao Dia dos Veteranos celebrado nos Estados Unidos no dia 11 de novembro. O foco estará no resultado das eleições presidenciais americanas, mas também serão divulgados o PIB no 3º trimestre da Zona do Euro e dados de inflação (CPI e PPI) e atividade (confiança e produção industrial) das principais economias. No Brasil, os dados do varejo (PMC), da indústria (PIM) e o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) serão as principais divulgações.

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