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Split de ações: O que acontece quando uma empresa faz um desdobramento na Bolsa? Entenda os casos de RaiaDrogasil (RADL3) Apple (AAPL) e Tesla (TSLA)

Saiba por que a rede varejista brasileira e duas gigantes de tecnologia mundial chamaram atenção do mercado acionário ao anunciarem um split para desmembrar suas ações

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Split de ações: O que acontece quando uma empresa faz um desdobramento na Bolsa? Entenda os casos de RaiaDrogasil (RADL3) Apple (AAPL) e Tesla (TSLA)

Três anúncios deixaram investidores bastante ansiosos nos últimos tempos, movimentando de forma intensa a Bolsa brasileira e a Nasdaq, a Bolsa dos Estados Unidos conhecida por abrigar as gigantes de tecnologia no mundo. RaiaDrogasil (RADL3), no caso nacional, e Apple (AAPL) e Tesla (TSLA), no caso internacional, divulgaram que cada uma faria splits em suas ações, o que causou um frenesi no mercado acionário. Mas o que significa isso?

Veja a seguir o que acontece com as ações das companhias quando resolvem fazer esse tipo de operação na Bolsa e entenda também, um pouco mais no detalhe, por que houve tanto clamor a respeito dos splits de ações dessas empresas.

O que é split de ações?

Split ou desdobramento de ações é quando uma empresa na Bolsa decide dividir e desmembrar suas ações para tentar torná-las mais acessíveis aos investidores individuais. Ao contrário de uma emissão de novas ações, o split não dilui a participação acionária dos acionistas existentes. 

Quando uma empresa declara um desdobramento de ações, o preço de suas ações diminui, mas o valor total de mercado do acionista permanece exatamente o mesmo.

Como funciona o split de ações?

Quando uma empresa cresce e se valoriza muito na Bolsa, suas ações podem se tornar caras para grande parte dos investidores do varejo, o que, de certa forma, faria com que houvessem menos negócios e a liquidez fosse prejudicada.

Mas o split vem pra resolver justamente isso. Por exemplo, uma empresa pode pegar uma ação e dividi-la em quantas partes quiser.  Supondo que uma determinada companhia anunciasse um split de ações em uma proporção 2:1 (2 por 1) e o preço original da ação fosse de R$ 20 por uma ação.

Considerando um lote-padrão mínimo de 100 ações, seria preciso desembolsar R$ 2000 para adquirir as ações. Mas, após o desdobramento de 2:1, as novas ações teriam o preço de R$ 10 cada para os investidores, o que torna um pouco mais acessível o investimento.

O que houve com Apple e Tesla?

Um split de ações pode realmente causar um furor no mercado, dependendo de qual empresa anuncia. No caso da Apple e da Tesla, duas das maiores empresas de Tecnologia do mundo, isso aconteceu de forma bastante nítida. Desde o anúncio do split, ambas empresas se valorizaram por causa da grande expectativa dos investidores em relação à compra dos papéis mais baratos.

No dia 30 de julho, a Apple anunciou que faria um split de 4:1. Em outras palavras, cada ação da companhia seria desmembrada em quatro, o que diminuiria o preço de cada ação. No dia seguinte, as ações da Apple (AAPL) valorizaram em cerca de 10% apenas por causa do anúncio e da euforia dos investidores em torno da notícia.

Em 31 de agosto, quando começou de fato o split, as ações da Apple foram de US$ 499 para cerca de US$ 130, tornando o investimento muito mais acessível aos investidores da Bolsa norte-americana. Desde o anúncio do split, a Apple já valorizou em torno de 20% – e essa guinada teria sido maior não fosse a semana de fortes realizações (quando os investidores vendem suas posições) em papéis de tecnologia, na primeira semana de setembro.

O caso da Tesla é ainda mais representativo em termos do quão o split foi visto com bons olhos. A empresa de Elon Musk anunciou, no dia 11 de agosto, que faria um split de 5:1 de suas ações. No dia seguinte, a Tesla subiu 13% devido à reação positiva do mercado sobre a novidade.

O efeito ‘split’ foi ainda maior no caso da Tesla quando as ações passaram de mais de US$ 2.000 para cerca de US$ 440, em 31 de agosto, o que fez com que a companhia valorizasse 12,5% no dia do split. Em apenas um dia, a companhia ganhou um valor de mercado do nível aproximado de uma Petrobrás inteira (R$ 300 bilhões), segundo apontamento do estrategista internacional da XP, Guilherme Giserman.

Desde o anúncio, a Tesla valorizou quase 60% na Nasdaq e, da mesma forma que a Apple, os ganhos teriam sido ainda maiores caso grande parte dos investidores não tivesse vendido os papéis para obter os seus lucros.

E o split da Raia Drogasil (RADL3)?

https://www.youtube.com/watch?v=U3hzL1OC-CM

A RaiaDrogasil (RADL3), uma das maiores representantes do segmento de Farmácias no setor varejista brasileiro, anunciou recentemente um desdobramento de ações de 5:1, isto é, cada ação será desdobrada em cinco. Porém, como a própria empresa ressaltou em seu comunicado oficial em ata da assembleia geral, o atual capital social da companhia, de R$ 2,5 bilhões, não será alterado.

Com um pouco menos de alarde do que Apple e Tesla, ainda assim é possível perceber que um simples anúncio do desdobramento, desde o dia 15, resultou em uma alta de 1,5% até a última sexta-feira antes do split, o que, proporcionalmente em comparação às empresas norte-americanas, é relevante considerando a volatilidade do mercado.

Nesta segunda-feira, 21 de setembro, as ações da RaiaDrogasil, que eram negociadas a cerca de R$ 115, caíram cinco vezes com o split, jogando o preço do ativo para aproximadamente R$ 23. E o exemplo da rede de farmácias é interessante para mostrar uma característica importante do split. Ao contrário de Apple e Tesla, que anunciaram o desdobramento depois de se valorizarem muito, a companhia brasileira decidiu fazer isso sem esse histórico.

No acumulado do ano, a empresa valorizou 0,64%. No entanto, com o recorde de novos investidores na Bolsa é um movimento natural, para uma empresa com altas cotações, tentar aproveitar essa onda a fim de ganhar mais liquidez, sem alterar seu capital social.

Vantagens do Split

Não à toa, empresas que se valorizam muito na Bolsa utilizam este recurso para continuar atraindo ainda mais investidores em torno de um equilíbrio. Veja as vantagens de se fazer um split:

Liquidez

Se o preço de uma ação sobe muito, isso tende a reduzir o seu volume de negociação da ação. Quando a empresa opta por desdobrar suas ações, isso aumenta o número de ações em circulação devido ao preço mais atrativo e, portanto, há um maior volume de negociações.

Tendência de valorização

Fazer um split é bom para os investidores que pretendem comprar por um preço mais barato as ações de uma determinada empresa, mas é igualmente bom para as companhias, pois com o maior volume de negociação a tendência é que haja uma valorização maior no curto prazo, o que foi visto no caso de Apple e Tesla.

Há pesquisas que demonstram isso, como um estudo da Nasdaq que analisou desdobramentos de ações por empresas de grande capitalização de 2012 a 2018. Durante esse período, foi descoberta uma tendência de alta quando ocorria um anúncio de split. De acordo com a Nasdaq, após a divulgação do split, as ações se valorizaram 2,5% em média. 

Desvantagens do Split

No entanto, apesar de geralmente ser tido como algo bom, as empresas que fazem um split têm em mente que isso pode causar uma euforia difícil de ser controlada.

Aumento de volatilidade e realizações

O split de ações pode aumentar a volatilidade da empresa devido ao novo preço das ações e, consequentemente, do volume de novos investidores. 

E como isso pode atrair investidores mais inexperientes ou aqueles que só procuram oportunidades de curto prazo, isso pode acarretar, nos dias seguintes, um movimento de realizações por causa dos lucros obtidos por quem comprou pelo preço mais baixo e aproveitou para vender quando as ações se valorizaram rapidamente.

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